Pequenas propriedades ocupam só 2,3% das terras usadas para produção agropecuária

Novo censo do IBGE mostra que metade da área produtiva no Brasil é ocupada por apenas 1% dos proprietários

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (25) os dados do Censo Agropecuário relativos a 2017. O estudo mostra que aumentou a concentração de terras nas mãos de poucos brasileiros. Quase metade de toda a área agrícola do país, diz o Censo, é ocupada por apenas 1% das propriedades.

Durante o ano analisado, o Brasil tinha 5 milhões de propriedades agrícolas. Destas, pouco mais de 51 mil detêm 47,6% terras usadas para produção agropecuária. Por outro lado, pequenos proprietários, donos de terras com até 10 hectares, ocupam somente 2,3% do total.

No Censo anterior, de 2006, a concentração atingia 45% das terras. Houve aumento, portanto, de 2,7 pontos percentuais.

Agricultura familiar

A pesquisa do IBGE aponta outra tendência: a diminuição dos estabelecimentos ocupados pela agricultura familiar e, consequentemente, o encolhimento dos postos de trabalho. A redução foi 9,5 pontos percentuais em relação a 2006.

O segmento também foi o único a perder mão de obra: enquanto houve um incremento de 702 mil postos de trabalho em outros setores do agronegócio, a agricultura familiar perdeu um contingente de 2,2 milhões de trabalhadores.

Aumento do uso de agrotóxicos

O estudo aponta ainda que nos últimos 11 anos houve um aumento de 20,4% no uso de agrotóxicos. Como o levantamento foi feito em 2017, a pesquisa não abarca o grande número de substâncias aprovados de 2018 para cá, com destaque para o salto no governo Bolsonaro.

Nos últimos 10 meses, o Brasil liberou 382 novos pesticidas.

Da Redação/Brasil de Fato
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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