Após xingamento de Bolsonaro, Congresso aprova homenagens a Paulo Freire

Um Chefe de Nação que não tem qualificação nem para ser o bicho-de-pé de Paulo Freire.

Enquanto senadores davam sinal verde para que seja realizada uma homenagem a Freire no dia 4 de maio de 2020, deputados aprovavam uma moção de aplausos ao pensador.

Um dia após Jair Bolsonaro (sem partido) chamar o patrono da educação brasileira, Paulo Freire, de “energúmeno” e “ídolo” da esquerda, a Câmara e o Senado decidiram homenagear o pensador, considerado um dos maiores educadores do mundo de todos os tempos.

O presidente da República, antes mesmo de chegar ao Palácio do Planalto, já havia dito que pretendia “entrar com um lança-chamas no MEC e tirar o Paulo Freire de lá”.

Nesta terça-feira (17), enquanto senadores davam sinal verde para que seja realizada uma homenagem a Freire no dia 4 de maio de 2020, deputados aprovavam uma moção de aplausos e desagravo ao Pensador.

O requerimento do Senado foi realizado pelo líder do PDT na Casa, Weverton (MA), e aprovado em plenário de forma simbólica.

Para o senador Fabiano Contarado (Rede-ES), quem na verdade é um “energúmeno” é Bolsonaro, “um presidente misógino, preconceituoso, sexista, homofóbico e racista”, que “não sabe respeitar as instituições”.

Na Câmara, a iniciativa de aprovar uma moção de aplauso a Freire partiu do líder do PSOL na Casa, Ivan Valente (SP). O parlamentar destacou o histórico do educador, lembrado que ele é o brasileiro mais homenageado da história, tendo recebido 29 títulos de doutor honoris causa de universidades americanas e europeias.

“É fácil compreender por que Paulo Freire é estudado, amado e admirado mundo afora, passados mais de 20 anos de seu desaparecimento físico: sua prática educadora fundada na troca, no diálogo, acolhedora de todas as singularidades, é um antídoto contra paixões totalitárias”, disse o psolista.

No momento em que o requerimento foi colocado para votação em plenário, alguns deputados de direita manifestaram repúdio. Congressistas de esquerda, então, reagiram, mas os ânimos se acalmaram após a aprovação.

No final da série “Segunda Chamada”, na noite desta terça-feira, uma frase emblemática que rebate a estupidez do Presidente da República do Bozonistão:

Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.

Como dizia Martin Luther King, o mártir da luta contra a discriminação racial, “nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez conscienciosa”.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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