Polícia prende jornalistas que investigavam morte do miliciano carioca

PM conduziu os jornalistas mesmo após a identificação.

O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, repudiou a ação da Polícia Militar da Bahia, que abordou dos repórteres da revista Veja, na manhã desta sexta-feira (14), no município de Pojuca, na Bahia.

“Inadmissível, arbitrária e abusiva a detenção de jornalistas da revista Veja pela Polícia Militar da Bahia. Deve receber repúdio de todos que defendem a liberdade de imprensa e de expressão”, disse o presidente da OAB.

Os jornalistas Hugo Marques e Cristiano Mariz foram detidos enquanto tentavam localizar o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, testemunha da morte do miliciano Adriano da Nóbrega.

SSP explica

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) se manifestou após jornalistas da revista Veja serem detidos pela Polícia Militar na tarde desta sexta-feira (14), enquanto tentavam localizar uma testemunha ligada à morte do miliciano Adriano de Nóbrega.

Em nota, a SSP afirma que “moradores de uma localidade em Pojuca” ligaram para a PM e informaram que os dois homens – o repórter Hugo Marques e o repórter fotográfico Cristiano Mariz – “estavam rondando a região”. Os profissionais estavam em um carro de passeio, modelo gol, com placa de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Ainda de acordo com a nota, os dois foram liberados assim que se identificaram como jornalistas. A matéria da própria Veja, contudo, relata que Hugo e Mariz foram abordados por policiais “de armas em punho”, e que foram conduzidos mesmo após serem revistados e se identificarem como profissionais do veículo.

Eles estariam parados em frente à residência de Leandro Abreu, fazendeiro que abrigou Adriano de Nóbrega em sua propriedade, na cidade de Esplanada, onde o miliciano foi encontrado e morto em confronto com policiais.

Os repórteres alegam que no momento da abordagem, o gravador de voz foi confiscado e só foi devolvido na delegacia. Eles foram orientados a seguir os policiais até o distrito policial de Pojuca, cidade distante 91km de Esplanada, local onde Adriano morreu. Na nota, a SSP garante que “nenhum equipamento foi danificado, alterado ou ficou apreendido”.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “Polícia prende jornalistas que investigavam morte do miliciano carioca”

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