Faroeste: agricultores da Coaceral ainda tem dificuldades com documentos de suas terras

Mesmo depois de recuperar suas terras por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), produtores rurais de Formosa do Rio Preto, no Oeste da Bahia, continuam enfrentando dificuldades para obter documentos referentes às propriedades.

O motivo é a demora do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em cancelar o cadastro de georreferenciamento das áreas transferidas para o borracheiro José Valter Dias, totalizando 366 mil hectares – cinco vezes o tamanho da cidade de Salvador.

O escândalo em torno das terras veio à tona em novembro de 2019 com a deflagração da Operação Faroeste, que desvendou um esquema de grilagem e corrupção envolvendo setores do Judiciário baiano. José Valter Dias é citado na operação, assim como pessoas ligadas à holding JJF Investimentos, que se apropriou da área.

As terras haviam sido transferidas ao borracheiro por meio de uma portaria administrativa do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), editada em 2015, que causou enormes prejuízos a produtores que ocupavam a área desde a década de 1980. Em março de 2019, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anulou a portaria, apontando uma série de irregularidades em sua edição.

A partir da decisão do CNJ e de seus desdobramentos, os produtores retomaram a propriedade das terras. Porém, ainda dependem do Incra para que possam regularizar toda a documentação referente às matrículas.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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