Rubem Fonseca, a lenda, partiu para mais uma etapa da vida.

Caetano Veloso, hoje, no Instagran, sobre o grande escritor Rubem Fonseca, falecido pela manhã:

José Rubem Fonseca é um autor que tem o reconhecimento que merece. Mas foi um homem que me encantou mais do que suas próprias excelentes peças literárias. Impressionava vê-lo viver.

Bia, Zé Henrique, Zeca, seus filhos, o amavam com a calma firmeza que só homens íntegros recebem dos descendentes. A virilidade de seu texto era celebrada. Mas acho que nunca conheci outro homem em quem a virilidade pessoal se revelasse tão profundamente como virtude, como valor moral e estético. Era muito real e sábia para aproximar-se um mínimo que fosse do machismo vulgar. E não transpirava uma nano-gota de agressão a tudo o que era diferente disso em outros homens.

A sensação de que comandava sua própria vida de forma resoluta era estimulante. Dava a impressão de ser capaz de cuidar bem das mulheres, não de impor alguma fantasia de poder sobre elas.

Li primeiro dois romances seus. Depois de passar a adorar a pessoa, em almoços na casa da queridíssima Bia, fui ler seus contos belos e fortes.

É uma glória para o Brasil ter produzido uma personalidade literária assim. E um homem de vigorosa clareza, que viveu de verdade. Foi um dos artistas que mais me ensinaram. Sem ser da área cultural mais próxima, me ensinou tanto ou mais do que muitos que foram meus amigos e companheiros de aventura.

Rubem Fonseca é um pilar fundamental da nossa estrutura.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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