Generais da reserva dizem que militares não embarcarão numa aventura sediciosa de Bolsonaro.

General Maynard Santa Rosa

A informação é de Chico Alves, colunista do UOL.

Declarações do presidente Jair Bolsonaro, durante manifestação realizada hoje, em Brasília, foram interpretados por políticos de vários matizes como um recado golpista. “Nós temos o povo ao nosso lado, nós temos as Forças Armadas ao lado do povo”, disse Bolsonaro.

“Chegamos ao limite, não tem mais conversa”, falou, em outro momento. Generais da reserva ouvidos pela coluna, no entanto, disseram que não há qualquer possibilidade de Exército, Marinha e Aeronáutica embarcarem em uma aventura antidemocrática.

O Ministério da Defesa afirmou que não comenta declarações do presidente.

“Ele (presidente) tem apoio popular, como demonstrado hoje. Mas as Forças Armadas são conscientes da sua missão constitucional”, garantiu o general Maynard Santa Rosa, que até novembro era o responsável pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo federal.

“O momento merece equilíbrio e reflexão, não precipitação”.

O general Paulo Chagas, que foi candidato a governador do Distrito Federal nas últimas eleições, não vê nenhuma chance de golpe.

“O presidente está enganado, está interpretando do jeito que ele quer. As Forças Armadas jamais vão entrar numa aventura. O povo está dividido, o Brasil quer que cada um faça sua parte de forma responsável”.

Também o deputado General Peternelli (PSL-SP) diz ter certeza que as Forças Armadas não agirão fora da legalidade.

“Trabalham sempre dentro das normas constitucionais”, afirmou. “Às vezes me ligam também perguntando se vai haver um golpe contra o presidente. Nem uma coisa e nem outra”.

Os oficiais do Exército ouvidos também criticam decisões do Supremo Tribunal Federal que, segundo eles, se intromete em áreas que são exclusivas do Executivo. “O precedente aberto pelo STF permite que um juiz de qualquer lugar decida ‘eu quero isso’ , ‘eu quero aquilo'”, diz Chagas.

Eles se referem ao cancelamento da indicação do diretor-geral da Polícia Federal e à suspensão da expulsão de diplomata.

Avatar de Desconhecido

Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “Generais da reserva dizem que militares não embarcarão numa aventura sediciosa de Bolsonaro.”

  1. Na Venezuela, o chavismo comprou o apoio militar com cargos em ministérios e estatais, inclusive para seus parentes, ao ponto de tornå-los sócios do regime. A fórmula brasileira não parece ser muito diferente.
    Para quem achava que a fórmula do chavismo era um espantalho chamado comunismo, erraram feio, a fórmula vendeira leva boa dose de autoritarismo, cooptação de militares e armar milícias, seja bolivarianas, ou com outros nomes. Quando se proíbe o Exército de rastrear armamentos e muniçóes, pode ter certeza que existe uma razão maligna por trás.

Deixe um comentário