Seca no Sul do País expõe fósseis de 280 milhões de anos no leito dos rios.

A seca que assola Santa Catarina fez aparecer no leito do rio Negro rochas com fósseis de uma espécie de réptil marinho conhecida como mesossauro.

A identificação foi realizada pela equipe do Centro Paleontológico (Cenpaleo) da Universidade do Contestado (SC), que esteve no município de Três Barras, na divisa com o Paraná, realizando coleta de amostras para análise.

Segundo Luiz Carlos Weinschütz, coordenador do Cenpaleo, o aparecimento das rochas, efeito da grande seca que assola a região, trouxe à tona um novo local de ocorrência dos fósseis de répteis que viveram na região há mais de 280 milhões de anos. “Apesar de estarmos vivenciando este período de seca, essa é uma importante descoberta científica para a região.”

Pesquisadores da Universidade do Contestado examinam o leito seco do rio Negro. Crédito: Cenpaleo/UnC© Fornecido por Revista Planeta Pesquisadores da Universidade do Contestado examinam o leito seco do rio Negro. Crédito: Cenpaleo/UnC

Os mesossauros viveram cerca de 280 milhões de anos atrás, portanto, bem antes dos dinossauros (230 a 65 milhões de anos). Quando esses répteis estavam vivos, a América do Sul ainda estava ligada à África, à Antártida, à Índia e à Austrália, formando o continente Gondwana (parte sul do supercontinente Pangeia). Eles tinham hábito aquático, mediam até 1 metro de comprimento e viviam em grandes lagos de água salobra a salgada. Provavelmente se alimentavam de pequenos crustáceos.

A seca na Região Sul, neste verão, uma das maiores já ocorridas, pode se repetir no verão 2020-2021, com o resfriamento das águas do Pacífico e a ocorrência do fenômeno climático La Niña, segundo previsão de institutos de pesquisas meteorológicas norte-americanos. 

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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