Cientistas ingleses dizem que estudo com corticoide reduziu mortes por Covid-19

De Giovana Girardi no Estado de S.Paulo.

Pesquisadores ingleses anunciaram nesta terça-feira, 16, que a aplicação de um corticoide barato conhecido como dexametasona em pacientes internados com covid-19 foi capaz de reduzir as taxas de mortalidade em cerca de um terço entre os casos mais graves de infecção, submetidos à ventilação. Não houve ganho, porém, em pacientes que não precisam de ajuda para respirar.

A droga, um forte anti-inflamatório e imunossupressor usado em doenças reumatológicas (como artrite) e alérgicas (como asma), foi aplicada em doses de 6 mg uma vez por dia em 2.104 pacientes no Reino Unido, que fizeram parte de um estudo clínico randômico que recebeu o nome de Recovery. Eles receberam a medição por dez dias e tiveram seu desempenho comparado com 4.321 pacientes que receberam apenas os os cuidados habituais.

Pesquisadores da Universidade de Oxford divulgaram nesta terça os resultados para a imprensa afirmando se tratar de um “grande avanço”. Os dados, porém, ainda não foram submetidos a avaliação dos pares e não foram publicados em revista científica. Os cientistas disseram que, dada a importância desses resultados para a saúde pública, estão trabalhando para publicar todos os detalhes o mais rápido possível.

O medicamento está sendo avaliado no Brasil pela Coalização Covid Brasil, esforço dos hospitais Sírio Libanês, Albert Einstein, HCor e BricNet para fazer ensaios clínicos com diversas drogas candidatas. No País, a marca mais conhecida do remédio é o Decadron, mas há também versões genéricas. 

O grupo de Oxford informou que, entre os pacientes que receberam a medicação, houve redução de um terço das mortes dos pacientes ventilados e de um quinto em outros pacientes recebendo apenas oxigênio. Não houve benefício para os pacientes que não necessitaram de suporte respiratório.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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