O prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Oziel Oliveira, reeditou, ontem, após reunião com a Sociedade Civil, o decreto anterior de restrições de circulação, frente ao avanço da contaminação da Covid-19 no Município.
Quem esperava uma restrição maior, se decepcionou. Comércio e Serviços continuarão funcionando normalmente. Isso não evitou, no entanto, que logo depois da publicação do decreto surgissem e-cards e mensagens variadas de internet criticando, de maneira estouvada, a “imprensa sensacionalista e politiqueira” que divulga o crescimento da contaminação.
Então, o crescimento de 280% dos casos de contaminação, as 6 mortes ocorridas pela doença, nos últimos 20 dias são apenas “invenções” da imprensa politiqueira. É a conclusão que chegamos.
Exemplos cruéis de abertura do comércio e serviços, de retirada parcial das restrições, como Mato Grosso, Distrito Federal, Uberlândia, Belo Horizonte, Porto Alegre e outras capitais são apenas invenção da imprensa. O colapso hospitalar nessas cidades é criatividade dos jornalistas.
A bem da verdade, Luís Eduardo Magalhães não corre o risco de colapso de pessoal médico especializado, nem de leitos em UTIs, pois não tem nem um, nem outro.
Tudo que se tem aqui é a identificação de estados greves de contaminação da doença e o posterior encaminhamento para o hospital de referência da Região, o Hospital do Oeste.
Acontece que o HO não tem mais de 18 leitos de UTI e atende toda a região. E os pacientes de Luís Eduardo Magalhães dependem de regulação regional, podendo optar por morrer aqui, na ambulância durante o traslado ou, com sorte, já acomodados no HO.
Hoje, o Secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas definiu nesta quarta-feira (1º) a Covid-19 como “uma doença de jovens que mata idosos”.
Para explicar seu comentário, ele apresentou gráficos com dados da distribuição do novo coronavírus, causador da doença.
O levantamento mostra que, no estado, o vírus é propagado com maior frequência entre pessoas de 20 e 49 anos. Já o índice de mortos é mais recorrente na faixa etária de 60 a 80 anos. O vírus é mais letal sobretudo em idosos acima de 80 anos.
“Observem que essa não é uma doença de idosos. É uma doença de jovens que mata idosos. A absoluta maioria tem menos de 40 anos. A maior chance de contágio é entre os jovens, que levarão a doença aos seus idosos, que por sua vez são os mais vulneráveis a morrerem”, escreveu em seu perfil no Twitter.
Pois, então, sr. Prefeito: se Vossa Excelência não está se importando com a morte dos velhos, saiba que esses velhos tem parentes, que contaminam e também votam nas eleições.
Chame o seu Secretário de Saúde e peça para ele lhe explicar as danosas consequências de quem foi contaminado pela doença. Nós aqui, da imprensa politiqueira, somos leigos e não queremos discorrer sobre assuntos que não entendemos.
Por último, uma reflexão, nos proporcionada pelo pastor Martin Luther King:
Nossas vidas começam a terminar no dia em que permanecemos em silêncio sobre as coisas que importam.

