Pense num absurdo: no Brasil de hoje, tem precedentes.

Sede do Banco do Brasil: um negócio muito estranho pode ter sido uma tremenda negociata.

O Banco do Brasil distribuiu uma nota à imprensa nesta terça-feira (28), negando irregularidades numa operação com o banco BTG Pactual. O BB está sendo criticado por partidos políticos e sindicatos por supostamente vender barato demais uma carteira de crédito.

A carteira tem R$ 2,9 bilhões em dívidas vencidas e foi vendida por R$ 371 milhões. Uma carteira de crédito com dívidas vencidas reúne um grupo de devedores (pessoas ou empresas) que não pagam seus débitos já há algum tempo. O banco original, cansado de não receber, pode querer se livrar disso. Um banco pode comprar esses créditos para tentar receber essa dívida, com lucro.

Mesmo esquecendo que o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi fundador do Banco BTG; esquecendo também que o Presidente do Banco do Brasil pediu sua demissão e saiu dizendo que todo mundo “tem rabo preso” em Brasília; fazendo de conta que o BB deu como vantajosa a venda por apenas 12,4% do seu valor de face, sem contar com a possibilidade de juros e correção monetária; e esquecendo, outrossim, que é controversa a transparência da licitação dessa venda de ativos, é bom lembrar que, neste governo, a palavra “patético” está ganhando todo o dia uma nova conotação.

Parodiando o governador Otávio Mangabeira e pedindo escusas à sua memória, poderíamos citá-lo:

“Pense num absurdo. No Brasil de hoje tem precedentes.” 

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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