Bolsonaro veta socorro a agricultores familiares durante a pandemia.

Foto: Ascom/SDR Bahia

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou quase integralmente a proposta que prevê um auxílio financeiro aos agricultores durante a pandemia de covid-19. O recurso seria repassado para os produtores que não receberam o auxílio emergencial. No total, seriam cinco parcelas de R$ 600, ou seja, R$ 3 mil.

O texto, que havia sido aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, também perdeu os trechos referentes à prorrogação de dívidas e linhas de créditos. Segundo o governo federal, o veto se deu por questões técnicas. De acordo com o presidente, o projeto não explica qual seria a fonte de onde os recursos sairiam, como determina a legislação fiscal. Bolsonaro usou a mesma justificativa para vetar auxílio sanitário às populações indígenas durante a pandemia.

O presidente também afirmou que os agricultores que precisarem de socorro financeiro devem tentar o auxílio emergencial de R$ 600. No entanto, pedir auxílio emergencial pode ter um custo alto aos trabalhadores do campo. Foi o que relatou ao Brasil de Fato o agricultor Maiquel Roberto Junges, de 36 anos, que atua numa pequena propriedade rural da família no município de Não-Me-Toque, região do Alto Jacuí (RS).

“Muito se falou nos R$ 600 [do auxílio], mas as nossas entidades aqui do Rio Grande do Sul orientaram os agricultores a não se inscreverem porque o aplicativo [do governo] não tem a opção ‘agricultor’. Só tem ‘autônomo’, então, se a gente se inscrever como autônomo, pode se desenquadrar de alguma outra política pública, como a previdência social ou mesmo um crédito oficial do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar]. Então, nem isso chegou pros agricultores”, lamenta Junges, acrescentando que muitos camponeses estão atualmente sem condições de sanar as próprias dívidas.

Do jornal GGN e Brasil de Fato.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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