Parada das montadoras deve reduzir produção de carros em 40% em 2020.

A redução da venda de carros, que já teve péssimos resultados no primeiro semestre, deve atingir 40% até o final do ano, mesmo com o aumento de negócios, característico, nos últimos dois meses de 2020.

De repente, o número de unidades comercializadas no país passou de 10 mil carros por dia – na primeira quinzena do terceiro mês de 2020 – para 700. A redução representou mais de 90%. Houve o agravamento da crise e a parada quase completa da maioria das montadoras. Em abril, a produção caiu 99% e voltamos aos níveis de 1957, quando a indústria gatinhava no País.

O fenômeno de redução das vendas se repete em toda a América Latina, principalmente na Argentina e no México, onde estão unidades das principais marcas.

Em junho, a produção de 98,7 mil unidades foi 129,1% superior à de maio, mas 57,7% inferior à de junho do ano passado. Diante disso, para o segundo semestre, a Anfavea projeta produção de 1.630 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2020, volume 45% inferior ao de 2019, que já não foi um ano bom para a Indústria.

“Trata-se de uma estimativa dramática, mas muito realista com base no prolongamento da pandemia no Brasil e na deterioração da atividade econômica e da renda dos consumidores”, afirmou o Presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

A perspectiva de produção de carros é lastreada num mercado interno projetado de 1.675 milhão de unidades vendidas no ano (queda de 40%) e uma exportação de 200 mil unidades (queda de 53%), além de levar em conta a variação de estoques e as importações de veículos.

O setor de caminhões também foi fortemente afetado pela pandemia, embora as quedas não tenham sido tão drásticas quanto as dos veículos leves. A produção no semestre (34,8 mil) foi 37,2% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Os licenciamentos (37,9 mil) recuaram 19,1%, enquanto as exportações (4,8 mil) encolheram 19,2%.

Parte do alívio nas vendas de caminhões deve ser creditada aos bons resultados da safra agrícola, que também ajudou o setor de máquinas a não sofrer tanto com os efeitos da pandemia. A produção acumulada no semestre (19,1 mil) foi 22,6% inferior à dos seis primeiros meses de 2019. Já as vendas de 19,6 mil máquinas caíram apenas 1,3% no primeiro semestre, enquanto as exportações (4,2 mil) tiveram retração de 31%.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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