Bolsonaro vai acabar com o auxílio emergencial e não vai colocar nada no lugar, diz ex-ministra

Da redação Urbs Magna

“A mensagem por trás da fala do presidente hoje é que o governo vai acabar com o auxílio emergencial e não vai colocar nada em seu lugar para apoiar os milhões de pessoas que estão desempregadas e sem renda agora.”, disse Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome que atuou durante o governo da presidente Dilma Rousseff

Tereza Campello defende ampliação do programa Bolsa Família. Ao dizer que “está proibido” falar em Renda Brasil e que o programa Bolsa Família vai continuar em vigor, o presidente Jair Bolsonaro está “fugindo do debate sobre o que fará em resposta à crise de renda ocasionada pela pandemia da covid-19”, afirmou Tereza Campello, economista e ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. “Estamos vivendo uma crise econômica e de emprego sem precedentes.”

Atualmente professora visitante da Universidade de São Paulo (USP), Tereza observou que a verdade é que pouco se sabia sobre o que seria de fato o Renda Brasil. Para a ex-ministra, o Bolsa Família não só deve ser defendido e mantido, como deveria ser ampliado, estabelecendo-se como valor médio do benefício R$ 600, e de forma que o repasse mínimo por criança fosse de R$ 300.

“O Bolsa Família é o programa de transferência de renda mais eficiente do mundo e esse governo já havia anunciado mais de uma vez a intenção de extinguir o programa para colocar algo no lugar, que não se sabe bem o que seria. Então a questão central aqui é que tudo isso não passa de uma cortina de fumaça, o presidente Jair Bolsonaro está fugindo do debate”, afirmou a economista.

A ex-ministra ressaltou ainda que nenhum país do mundo usou programas voltados a combater problemas estruturais para responder à pandemia. “A Inglaterra, por exemplo, criou um programa de renda emergencial e já tinha um voltado à transferência de renda. Isso porque tem que responder à pandemia, e não apenas à pobreza estrutural histórica”, ressaltou.

Segundo ela, é importante separar o debate sobre combate à pobreza do da crise emergencial causada pela pandemia da covid-19. “A mensagem por trás da fala do presidente hoje é que o governo vai acabar com o auxílio emergencial e não vai colocar nada em seu lugar para apoiar os milhões de pessoas que estão desempregadas e sem renda agora.”

“O Bolsa Família, que está congelado há quatro anos, foi desenhado para solucionar um problema estrutural, e não para combater crise. É preciso saber o que vai acontecer com o fim do auxílio emergencial pago a 66 milhões, que já foi cortado para R$ 300. Se voltarmos apenas ao Bolsa família, significa que 50 milhões de pessoas vão perder renda. A pandemia não terminou”, frisou a ex-ministra.

Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, defende ampliação do Bolsa Família

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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