Governo Federal vai perder R$290 milhões de testes da Covid-19 por inépcia na distribuição.

O Paraná foi o terceiro estado que mais recebeu os produtos. A Bahia aparece em sexto lugar, mesmo tendo população superior e com registro de mais casos e mortes pela covid-19. O Brasil também enviou 130 mil exames ao Paraguai e ao Peru, número praticamente igual ao entregue ao Amazonas, estado muito atingido pela covid-19 no início da pandemia. Outros oito estados receberam menos testes do ministério do que os países vizinhos.

Comprados pelo Ministério da Saúde, 6,86 milhões de testes para diagnosticar o novo coronavírus perdem a validade entre dezembro deste ano e janeiro do ano que vem. Estocados em um armazém do governo federal em Guarulhos (SP), os testes do tipo RT-PCR não foram distribuídos para a rede pública e podem acabar sendo descartados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a reportagem, o SUS (Sistema Único de Saúde) já aplicou cinco milhões de testes deste tipo — ou seja, o Brasil pode acabar jogando fora mais exames do que já realizou até o momento. Ao todo, já foram investidos R$ 764,5 milhões em testes e as unidades para vencer custaram R$ 290 milhões.

De acordo com o jornal, a responsabilidade pelo possível prejuízo virou um “jogo de empurra” entre o ministério da Saúde e estados e municípios porque a compra é feita pelo governo federal, mas a distribuição ocorre mediante demanda de governadores e prefeitos.

O RT-PCR, ao rastrear partículas do material genético do novo coronavírus, é o exame que especialistas chamam de “padrão ouro” para detectar a covid-19.

Os dados sobre o prazo de validade dos testes estão registrados em documentos internos da Saúde, com compilação de dados até a último quinta-feira (19). Relatórios acessados pela reportagem do Estadão mostram que 96% dos 7,15 milhões dos exames em estoque vencem em dezembro e janeiro. O restante, até março de 2021.

O ministério já pediu ao fabricante análise para prorrogar a validade dos produtos. A falta de outros componentes para realizar testes, um dos problemas que travam a distribuição, porém, deve continuar.

A Saúde informou à reportagem que só entrega testes quando os estados pedem e ressaltou que as 8 milhões de unidades que já foram repassadas não foram totalmente consumidas. Secretários estaduais e municipais de Saúde, por sua vez, disseram que não usaram todos os testes, porque receberam kits incompletos para o diagnóstico. Eles também veem dificuldade para processar amostras, o que prejudica o repasse dos produtos, pois as prefeituras, principalmente, não têm como armazenar grandes quantidades.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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