Cenas de terror em hospitais de Manaus. Uma ala inteira de UTI pode ter perecido sem oxigênio.

A denúncia foi reproduzida hoje pela Folha de São Paulo, em reportagem de Mônica Bergamo e Mônica Prestes. Ao mesmo tempo, a falta de oxigênio para centenas de internados é comprovada pelo transporte de tubos pela FAB, em aviões Hércules.

Também é noticiado que é comum médicos transportando cilindros nos próprios carros para trazer ao hospital e familiares tentando comprar o insumo em distribuidores da capital amazonense. Um hospital informou ter conhecimento da falta de oxigênio e afirmou haver contrato vigente para fornecimento, mas que não há insumos suficientes.

A técnica de enfermagem aposentada Solange Batista, que está com a irmã internada no Hospital Universitário Getúlio Vargas, em Manaus, denunciou que falta oxigênio na unidade hospitalar. A irmã dela seria transferida para a a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), nesta quinta-feira (14), mas não conseguiu pela falta do insumo.

Manaus vive uma crise de abastecimento de oxigênio, com o aumento de internações por Covid-19 em hospitais da capital. A principal empresa que fornece o insumo informou, na semana passada, que está com dificuldades de produção. O governo do estado está recebendo oxigênio de outros estados em aviões da Força Aérea Brasileira.

G1 esteve no Hospital Getúlio Vargas na manhã desta quinta-feira (14) e presenciou cenas de tensão e desespero devido às dificuldades ocasionadas pelo colapso no sistema de saúde. Médicos transportando cilindros nos próprios carros para trazer ao hospital e familiares tentando comprar o insumo foram algumas das cenas registradas.

Em nota, o hospital informou ter conhecimento da falta de oxigênio e afirmou haver contrato vigente para fornecimento. No entanto, não houve insumos suficientes atender a sua demanda.

“Hoje nos foi comunicado que não tem oxigênio. A saturação dela [irmã de Solange Batista] está em quase 60%. E não é só ela. Vários pacientes estão na mesma situação. Isso é um descaso. Um descaso. Descaso. Dentro de um hospital federal como esse não ter oxigênio? Eu ter que comprar? Espero que as autoridades, o governo, alguém possa nos ajudar”, pediu a irmã da paciente internada.

O pior de tudo: o suposto ministro-general da Saúde foi a Manaus esta semana defender o uso de hidroxicloroquina na população. Apenas ontem foi decretado o isolamento social em Manaus, com proibição de circulação das 19h às 6h da manhã.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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