
De Jussara Soares em O Globo.
Com a aprovação do presidente Jair Bolsonaro em queda, integrantes do governo traçaram um plano para reduzir a pressão provocada pela condução problemática na pandemia e tirar o Palácio do Planalto da defensiva — um representante do primeiro escalão definiu o momento como o de “levantar voo”.
Este grupo avalia que, para mobilizar a militância, é necessário levar adiante pautas ligadas à agenda dos costumes, como o ensino domiciliar, e a temas relevantes para setores do bolsonarismo, como a flexibilização do porte de armas, o direito de andar armado na rua.
De acordo com o Datafolha, o índice dos que consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo passou de 32% para 40% no intervalo de um mês.
Dentro do colégio eleitoral do País, de 147,9 milhões de eleitores, a perda desses 8 pontos percentuais poderiam significar 11.832.000 defecções do bolsonarismo nas próximas eleições.
Auxiliares do presidente avaliam que as eventuais eleições de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado, aliados do Executivo, obrigarão Bolsonaro a se dedicar a uma agenda de reformas e privatizações, visto que não poderá mais atribuir insucessos ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Uma reforma ministerial também é defendida para que Bolsonaro consiga reorganizar a casa e dar um novo gás à sua gestão. A avaliação do grupo político que se aproximou do presidente é que o excesso de militares trava o andamento do Governo.
Também é considerado essencial que se consiga dar fluxo à vacinação contra a Covid-19. A despeito das declarações do presidente desde o início da crise sanitária minimizando a doença, auxiliares acreditam que é possível reverter a imagem de que Bolsonaro foi displicente à medida que o número de pessoas vacinadas aumentar, e a pandemia arrefecer.
