Procurador da Lava-Jato dizia não se sentir confortável com atuação de Zucolotto

Zucolotto, o compadre e sócio da Conja, e Tacla Duran, que se não tivesse dupla nacionalidade, brasileira e espanhola, teria amargado uma prisão por conta da decisão de Sérgio Moro.

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou a colegas do Ministério Público Federal, em 2017, que não se sentia “confortável” em endossar “totalmente” a defesa que Sérgio Moro fazia do amigo Carlos Zucolotto Junior – o advogado trabalhista estava sendo acusado de intermediar negociações paralelas na Operação Lava Jato em troca de pagamentos por meio de caixa dois.

A informação foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.

Ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran, que era investigado na Lava Jato, citou conversas entre ele e Zucolotto. Os diálogos envolveriam abrandamento de pena e diminuição da multa que deveria ser paga em um acordo de delação premiada.

Segundo Tacla Duran, o dinheiro do caixa dois serviria para Zucolotto “cuidar” das pessoas que o ajudariam na negociação.

Moro defendeu Zucolotto. “O advogado Carlos Zucolotto Jr. é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me”.

Segundo as conversas enviadas ao Supremo, Carlos Fernando mostrou aos colegas mensagem que enviara a Moro sobre uma reportagem da Folha com as acusações contra Zucolotto.

Se um dia este país voltar a se tornar uma república democrática com um mínimo de seriedade em suas instituições, muitos convidados ilustres povoarão as nossas prisões. 

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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