Um dos critérios do presidente Jair Bolsonaro para criar laços políticos e fazer aliados parece ser a quantidade de problemas que o sujeito tem na Justiça ou seu envolvimento com escândalos de corrupção recentes. Atualmente, quanto mais enrolado for o histórico do parlamentar, mais chances ele tem de se tornar um parceiro influente ou de ganhar prestígio na articulação do governo. Bolsonaro, que passou a campanha prometendo acabar com os malfeitos e levantando a bandeira da Lava-Jato, desde que assumiu vem fazendo vista grossa para os envolvidos no caso e trabalha para acabar com a operação. Não pode ser coincidência o fato de seis de seus mais fortes aliados no Parlamento, além de apoiadores ferrenhos como Roberto Jefferson, ex-deputado e presidente do PTB, partido escancarado para o presidente, e homens de absoluta confiança como Onix Lorenzoni (DEM-RS), deputado licenciado e ministro da Secretaria-Geral da Presidência, serem investigados, réus ou terem sido condenados em esquemas criminosos.