Papéis da Petrobrás caem 16% nos EUA e Bolsa brasileira despenca 4%.

A administração errática e desequilibrada de Bolsonaro cria problemas para ele mesmo. Agora, traveste-se de intervencionista e quer alterar relações de mercado e governo que o tornaram presidente, com vistas às eleições de 2022.

Isso pode derrubá-lo num piscar de olhos e num triscar de dedos.

Os militares, que dizem ter sofrido nos governos do PT e armaram e apoiaram o golpe contra Dilma, agora podem deixar a Chorus Line e vir para a frente do palco, sem mais delongas. 

Agora que nós soubemos que a mudança da Presidência da Petrobras foi um capricho do Presidente da República, os acionistas da empresa – a maioria fundos estrangeiros e os bancos oficiais do Governo – soubemos também que o Tesouro Nacional perdeu um dinheirinho que podia nos servir na hora amarga em que vivemos.

Alguns jornalistas mais bem informados comentam que Bolsonaro demitiu Castello Branco não só pela prática insistente de preços “realistas” dos combustíveis, mas porque não estava obedecendo ordens diretas do Planalto em relação a patrocínios de TVs mais chegadas.

A verdade é que intervir com um general aposentado levou à comparação da tragédia da administração Pazuello na Saúde.

Por outro lado, analistas conscientes afirmam que se Bolsonaro diminuir o preço do gás de cozinha, dos combustíveis e da energia elétrica estará ganhando três cabos eleitorais para 2022, já que a sua popularidade está em rampa descendente de inclinação acentuada desde que abandonou 10 milhões de famílias que estavam vivendo do Auxílio Emergencial.

A dupla de jornalistas da Globo, Eliana Catanhêde e Miriam Leitão, francamente golpista e lavajatista a partir de 2014, também não tem uma opinião positiva para Bolsonaro. Catanhêde diz que “Hugo Chávez, o coronel golpista da Venezuela, era um amador se comparado a Bolsonaro”.

“Bolsonaro botou as Forças Armadas no bolso, cooptou as polícias, arma as milícias, dá carne aos leões bolsonaristas, enquanto cala o Congresso, faz política de boa vizinhança com o Supremo e o STJ e troca o falso liberalismo econômico por intervencionismo, corporativismo e populismo”, diz ela, em sua coluna.

“É assim que multidões defendem um governo que trabalhou a favor do vírus, chegou atrasado e a conta-gotas às vacinas e tem um presidente capaz de inventar que rasuraram a carteira de vacinação da mãe só para fingir que era a “vacina chinesa do Dória”. O coronel Hugo Chávez era um amador”, afirma.

Por seu turno, Leitão adverte que “a mudança feita por Jair Bolsonaro na Petrobrás teria deixado o mercado perplexo e significado um “estupro” na governança da estatal”, segundo agentes do sistema financeiro ouvidos pela colunista.

O fato é que o golpe de 2016, que teve como principal objetivo transferir a renda do petróleo da sociedade brasileira para os acionistas privados da companhia, pode estar sendo derrotado com a demissão do entreguista Roberto Castello Branco, que será substituído pelo general Joaquim Luna e Silva.

 

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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