Flordelis é afastada do cargo por decisão do TJ-RJ. Agora, plenário da Câmara irá votar.

A deputada Flordelis, a Lucrécia Bórgia do fundamentalismo pentecostal, está perdendo o seu cargo na Câmara dos Deputados.

A 2ª Câmara Criminal, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, decidiu afastar Flordelis dos Santos de Souza (PSD) do cargo de deputada federal.

O julgamento por videoconferência ocorreu na tarde desta terça-feira, dia 23. A decisão é para que a parlamentar fique afastada durante a primeira fase do processo, no qual Flordelis é ré por ser mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo.

O relator do processo na câmara, desembargador Celso Ferreira Filho, votou a favor do afastamento. Os outros dois desembargadores — Antônio José e Katia Jangutta — concordaram com o voto do relator. Para Celso Filho, há situações concretas que demonstram atos de Flordelis para atrapalhar a “busca pela verdade” no processo.

— (Neste processo) Há situações que me causaram perplexidade. São 50 anos que convivo nessa casa de conflitos e há muito tempo não vejo uma situação tão complexa, estranha e que causa tanta surpresa. Lidamos com homicídio, improbidade administrativa, vários desvios, mas nesse processo há uma gama de circunstâncias estranhas, sobre as quais não vou tecer comentários — afirmou Celso Ferreira Filho ao iniciar seu voto.

A decisão dos desembargadores será submetida ao plenário da Câmara dos Deputados para que decidam se o afastamento será mantido, conforme determina a Constituição Federal.

A procuradora de Justiça Maria Christina Pasquinelli Bacha de Almeida deu parecer a favor do afastamento de Flordelis. Durante sua argumentação na sessão desta terça-feira, a procuradora afirmou que Flordelis usa o cargo para intimidar e para “cooptar benesses para sua pessoa e seu clã criminoso”.

O advogado Ângelo Máximo, que representa a família do pastor, também defendeu o afastamento, sob alegação de que Flordelis atrapalhou as investigações do caso, além de fazer menção aos nomes de testemunhas em redes sociais.

— Fica claro o uso do cargo, o uso da máquina, da função pública para se esquivar da responsabilidade de ser mandante do crime — afirmou Ângelo Máximo durante argumentação.

Avatar de Desconhecido

Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Deixe um comentário