A tragédia do dia: 2.233 mortes e 75.412 novos casos de Covid no País

Em mais um recorde, o 16º dia consecutivo, a média móvel de mortes causadas por Covid-19 no Brasil chegou a 1.702, após o registro de 2.233 mortes nesta quinta-feira (11/3).

O indicador, em comparação com o verificado há 14 dias, sofreu acréscimo de 47,6%, indicando tendência de alta nos óbitos.

Foram 75.412 novos infectados nas últimas 24 horas. Os dados são do mais recente balanço divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Em entrevista ao jornalista Vicente Nunes, do Correio Braziliense, o médico e pesquisador Romualdo Barroso falou sobre a gravidade da doença e apontou a negligência como uma das causas para o quadro atual. “É uma situação dramática. Um conjunto de fatores podem explicar, mas, sem dúvida, a negligência de uma maneira geral está [nos] levando a essa situação”, afirmou o médico. Dessa forma, o especialista pede para que os brasilienses acreditem na dramaticidade do cenário. “Eu faço um apelo a toda a população para que fiquem em casa e respeitem as medidas de distanciamento”, insistiu.

Além da negligência, o pesquisador aponta os problemas de comunicação como outro motivo para a falta de conscientização das pessoas sobre a doença. “As pessoas estão confusas e as comunicações, em várias esferas da sociedade, estão deturpadas. Nós vemos um grave ataque diário à imprensa, aos meios de comunicação, e talvez isso esteja comprometendo seriamente o entendimento das pessoas sobre a gravidade do quadro”, pontua Barroso.

O chefe de pesquisas do Hospital Sírio Libanês também alerta para o fato de que ainda não alcançamos o pico de casos de covid-19 , mas os hospitais estão com quase 100% da capacidade para atendimento de leitos da UTI ocupada.

De acordo com a última atualização da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), mais de 216 pacientes estão à espera por um leito hospitalar.

Sobre o aumento de casos e a possibilidade de alcançarmos o pico, o médico Romualdo Barroso afirma que pensa ser provável um cenário no qual as pessoas podem ficar sem atendimento e morrerem por isso.

“Acredito que isso tem uma grande chance de acontecer porque existem limitações, que não são apenas de infraestrutura. Os pacientes com covid-19 são de alta complexidade que muitas vezes vão ficar em UTI, vão precisar de intubação orotraqueal e de uma rede de profissionais de saúde capacitados para cuidar deles. Então, é complicado”, alertou o pesquisador.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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