Alta de preços retira até os alimentos básicos da mesa do brasileiro.

Dados recentes podem indicar que uma parcela da  população ja  está passando fome. Do Canal Rural.

Preço do Feijão tira grão vital do nosso prato

Os preços dos alimentos em 2020 foram capazes de impressionar qualquer pessoa que frequente supermercados. A pandemia da Covid-19 provocou um grande abalo na economia brasileira e o aumento do preço dos alimentos contribuiu para alta da inflação. Apesar de alguns analistas considerarem que o preço dos alimentos não deve subir muito em 2021, temos visto o patamar já elevado se manter, sem perspectiva de queda. Com isso, o recuo dos preços, segundo IBGE,  identificado em alguns alimentos pode ser desaceleração por diminuição de consumo.

Esses dados podem indicar que uma parcela da  população ja  está passando fome. Graças ao agravamento da 2ª onda pandêmica, mais de 30 milhões de brasileiros estão desempregados ou subutilizados e, com a quebra de safra em alguns países, o ano de 2021 não será fácil para a segurança alimentar brasileira.

A variação do preço das proteínas retirou essa opção de nutriente de muitas mesas pelo país. De acordo com dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB/PR), o feijão, considerado a principal proteína vegetal do cardápio nacional, teve uma alta de 44,38%, comparando com fevereiro de 2020. Alternativas de proteína animal como carne bovina e frango tiveram variações de 32% e 22,5%, respectivamente.

A exportação não afetou os preços no prato do brasileiro. Ocorre que os feijões que exportamos têm pouco consumo no Brasil e são plantados em determinadas regiões onde o feijão-carioca e feijão-preto, por exemplo, não são possíveis de serem semeados  por causa da diferença de ciclo de desenvolvimento da cultura.

Entre as proteínas com menor aumento, no comparativo com fevereiro passado, está o ovo, com apenas 4,64% de alta. Outros itens da cesta básica também estão pesando no bolso, como o arroz (42%) e o óleo de soja (18,63%).

O ponto comum da alta dos preços dos principais itens alimentícios é a desvalorização cambial. Com o dólar mais caro, a exportação de soja e milho tende a ser mais atrativa aos produtores do que plantar Feijões para vender em Reais.

Além disso, a valorização da soja no mercado internacional também tem feito com que muitos optem por aumentar as áreas de cultivo, declinando de outras culturas como o Feijão. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área de cultivo de arroz e Feijão sofreu diminuição considerável, graças a maior rentabilidade no plantio de soja.

Desde o ano passado estamos repetindo aqui no blog do Jornal O Expresso que a fome estava rondando as casas das famílias mais vulneráveis do País. O Auxílio Emergencial amainou um pouco a falta de alimentos. No entanto, agora, com valores diminutos e com 20 milhões de famílias de fora do novo Auxílio, a situação se tornou cruenta. Um pouco menos de 1/3 da população está passando fome, sim, sob o olhar impassível do Governo Federal, dos governos estaduais e municipais.

Avatar de Desconhecido

Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Deixe um comentário