Leitos de UTIs lotados, médicos, enfermeiros e pessoal de apoio – técnicos de enfermagem – cansados, sedação econômica. Então os pacientes agora são intubados e amarrados às camas hospitalares, agonizantes, para que não tentem arrancar os tubos. Ainda bem que Deus é generoso e tem levado, 2 em 3 pacientes, rápido ao seu encontro, tão mais agressiva são as mutações do coronavírus.
Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostra que a superlotação de UTIs com leitos para Covid-19 intensificou a adoção de uma prática arcaica nesses ambientes hospitalares: a amarração às camas dos dois braços de pacientes intubados, como forma de evitar uma reação agressiva e danosa no momento de retomada da consciência.
A prática é chamada de contenção mecânica. Embora esteja longe de ser considerada recomendável ou mesmo aceitável por especialistas em medicina intensiva, é usual há anos em UTIs, segundo três intensivistas ouvidos pela reportagem do diário paulista.
O método acaba sendo usado para evitar prejuízos graves à saúde dos pacientes. É um mal necessário, segundo os médicos. A pandemia, por um conjunto de fatores, tornou a contenção ainda mais usual em UTIs.


