A impressionante incapacidade do País para construir ferrovias.

Em mais um leilão da chamada Infra Week (série de leilões organizada pelo Ministério da Infraestrutura nesta semana), foi licitado um trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) nesta quinta-feira, 8. A vencedora do certame foi a Bahia Mineração (Bamin), sem ágio e com proposta única, de R$ 32,7 milhões.

A Bamin já atua na região e deve verticalizar suas operações.

Promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o leilão ofereceu à iniciativa privada o trecho da Fiol entre as cidades de Ilhéus e Caetité, na Bahia, de 537 quilômetros de extensão. O contrato será de 35 anos.

O projeto está localizado em um importante corredor de escoamento de minério de ferro do Sudoeste baiano, ligado ao Porto de Ilhéus, e possibilitará o transporte de grãos do oeste baiano ao terminal.

O valor mínimo de outorga foi estabelecido em R$ 32,7 milhões. Segundo estudos do governo, estão previstos investimentos da ordem de R$ 5,4 bilhões no trecho.

É impressionante a incapacidade do País em construir ferrovias. Desde os idos de 60, quando os governos da ditadura optaram pelas estradas rodoviárias, reduzindo as ferrovias para pouco menos de 30 mil quilômetros, quase 50% do que o País já possuiu, só colhemos insucessos.

A Norte-Sul, iniciada por Sarney, levou 40 anos para ser inaugurada e algumas deficiências construtivas ainda hoje permanecem. A Transnordestina hoje liga lugar nenhum com lugar algum, com menos de 1/3 do trecho previsto. E a FIOL travou, sem conclusão no seu primeiro trecho e também sem o terminal portuário. 

Há poucos dias o atual presidente da República fez um festão para autorizar a licitação de um trecho de 18,5 km. Jamais chegará a Barreiras, para tirar ao menos uma parte dos caminhões de soja e fertilizantes que circulam em prosaicas rodovias de pista simples e cheias de perigos.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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