“Tudo foi calculado para a venda da Eletrobras”, diz Leonardo Stoppa sobre risco de apagão elétrico.
Para engenheiro elétrico, o problema de energia não é de falta de chuva, mas sim de coordenação para “criar a ideia de que estamos num risco sistêmico, que somos ineficientes e não somos capazes de produzir energia nas nossas empresas públicas.”
Na última sexta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) editou um decreto que regulamenta a realização de leilões para contratar usinas “reservas” de geração de energia.
Segundo o governo, a medida foi adotada para evitar um apagão elétrico, que seria causado por uma crise hídrica no momento no país.
Para o engenheiro e especialista em sistemas elétricos de potência Leonardo Stoppa, “o que estamos vivendo hoje não é um problema de meteorologia e de falta de chuva, é um problema de coordenação”. Stoppa foi entrevistado no programa Fórum Onze e Meia desta segunda-feira (31).
“Estamos repetindo a mesma picaretagem que Fernando Henrique fez anos atrás para criar desespero social, e enfiar dinheiro nos bolsos dos empresários geradores de energia. Não existe risco técnico de apagão, o que acontece é que Bolsonaro jogou água fora para nos levar a um momento em que vamos ter que produzir energia usando combustíveis fósseis, e quem vai pagar o alto preço da energia é o povo”, explica.
Ele questiona por que num momento de recessão econômica, diante da crise sanitária, econômica e social, que o país atravessa, há falta de energia:
“Por que durante todo o período dos governos Lula e Dilma, em que as indústrias estavam produzindo, o povo tinha poder de consumo, estava gastando eletricidade a rodo, a gente não teve risco de apagão? E agora neste momento, em que as indústrias estão fechadas com Bolsonaro, o povo está gastando pouco com medo de passar fome, a gente está com risco de apagão?”
Pequenos governos, grandes negócios!
Da Revista Fórum, editado

