Madame Almerinda rides again! Meio deprimida, mas cheia de coceirinhas.

Madame Almerinda é caso suspeito do Coronga Vírus? | Jornal O Expresso

Muitos dos meus 16 eleitores – cabem todos numa kombi – me perguntam sobre Madame Almerinda. Fico sem resposta. Depois da campanha de Oziel à reeleição, onde a cafetina dos espíritos exerceu papel preponderante, nunca mais vi, nem falei.

Hoje resolvi telefonar. Atendeu, falando baixinho, quase sussurrando, com aquele seu tom roufenho de quem entregou a alma a Jesus e os pulmões à Souza Cruz.

-Meu prezado periodista. Que prazer em ouvi-lo. Há quanto tempo?

-Gostaria de saber como está passando, minha prezada. Preciso de uma consulta, quero trazer de volta um velho amor, uma loira de fechar o comércio, mas espero que volte, em três dias conforme o prometido, sem Covid e sem SIDA.

-Difícil, meu caro! Apesar da conexão super rápida da G7Net, minha bola de cristal está com problemas de imagem. Desde que Oziel perdeu com aquela diferença e o “Nosso Presidento” se afundou nas pesquisas, perdi minha conexão com o Além. A Lua entra em Câncer, se une a Vênus e recebe um ótimo aspecto de Júpiter em Peixes indicando um dia de boas novidades em seus amores, meu prezado newspaperman. É o que estou vendo aqui no seu horóscopo.

-Que bom ouvi-la. Mas quero deixar claro que a Senhora tem dedo podre pra política, viu? Primeiro apoia o genocida. Depois apoia o Oziel. Vixe! Pelo amor da Nossa Senhora da Bicicletinha do Pneu Murcho! A Senhora é um atraso de vida para qualquer político. Me diga: o que está achando da gestão do Juninho Marabá?

-Não conheço o Julinho. Será que você poderia me apresentar a ele. Estou precisando de uma ajuda pra reformar o terreiro aqui em casa. E de uma verbinha especial para adquirir um plantel de galo preto. Com essa crise vou ter que voltar aos tempos da encruzilhada. 

-Rapaz! Não sei não. Juninho é duro com a tal de grana. E tem um tio, Divino Gustavin, que é um canguinha de marca e sinal. Desses mão fechada mesmo. Que atravessa o rio São Francisco, a nado, com um sonrisal na mão e o comprimido não ferve. E a vacina, já tomou, minha tia?

-Tomei. Aquela AstraZeneca. O Presidento diz que as pessoas viram Jacaré com ela. Mas fora umas carepas na bunda não me deu nada. 

-Carepas?

-Isso, carepas cocentas.

-Não esquenta, Madame. Essas coceiras no setor de diversões públicas tem outro motivo. É a tal de abstinência da pandemia. Tenha uma boa noite, caríssima.

-Que Deus te abençoe, periodista!

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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