Eficácia de vacina cai e Israel tem nova onda forte.

Com mais de 80% da população totalmente vacinada, Israel teve cerca de 6 mil novos casos na segunda-feira. Governo acelera dose de reforço, mas á avalia a necessidade de um novo lockdown

Por Mehul Srivastava — Financial Times, de Tel Aviv, reproduzido no Valor Econômico

Israel está considerando impor novos “lockdowns” e estender as doses de reforço das vacinas contra a covid-19 às pessoas com mais de 50 anos, depois que o número de novas infecções atingiu o maior nível desde fevereiro.

Quase 80% da população adulta do país já foi totalmente vacinada, uma das maiores taxas do mundo, mas mais de 6.000 pessoas foram testadas positivas para a covid-19 na segunda-feira, segundo o Ministério da Saúde. Quase 650 pessoas estão hospitalizadas, sendo 400 em condições críticas, disse o Ministério, sem informar quantas delas haviam sido vacinadas.

Pouco menos de 5% dos testes de covid-19 estão dando positivo, num sinal de que o país está em meio a um grande aumento dos casos, alertou Salman Zarka, autoridade máxima do governo no combate à pandemia. Israel encontra-se num “ponto crítico para a nossa saúde, para as nossas vidas e para a nossa economia”, disse ele.

Por ser o primeiro país a iniciar um esforço em massa de vacinação e o primeiro a reabrir toda a economia, depois de vacinar totalmente quase 70% de sua população adulta com a vacina da BioNTech / Pfizer até o começo de abril, os israelenses gozaram de um período de liberdade pós-pandemia.

Mas agora, com estudos mostrando que a eficácia da vacina está caindo entre as pessoas com mais de 60 anos, algumas das quais receberam suas primeiras doses em dezembro, Israel também foi o primeiro país a iniciar a aplicação das doses de reforço.

Israel não esperou a aprovação das doses de reforço da Pfizer pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) e já aplicou a terceira dose para cerca de 2.000 pessoas imunodeficientes semanas atrás, antes de estendê-la a todas as pessoas com mais de 60 anos em 1º de agosto. Cerca de 600 mil israelenses idosos receberam a terceira dose, que em breve poderá ser oferecida também às pessoas com mais de 50 anos.

A experiência de Israel com a variante delta do coronavírus e a vacina de RNA mensageiro da Pfizer estão sendo observadas atentamente pelos EUA e a Europa, enquanto eles consideram a autorização das terceiras doses em suas populações mais velhas.

O premiê israelense, Naftali Bennett, disse ontem que 90% das novas infecções ocorreram em pessoas com 50 anos ou mais. “Peço a todos os cidadãos com mais de 50 anos que sejam muito cuidadosos nas próximas semanas.”

O rápido aumento do número de casos ameaça frustrar os planos do governo de manter a economia aberta. As autoridades israelenses já consideram impor um lockdown nos feriados judaicos de setembro, quando as famílias tendem a visitar os avós, para assim romper a cadeia de contágio.

Um lockdown é visto como último recurso e sua restrição aos feriados teria um impacto menor sobre a economia, disse uma autoridade do Ministério das Finanças.

Dados do Ministério da Saúde mostram que a possibilidade de doença grave é até seis vezes maior nas pessoas não vacinadas do que naquelas que tomaram as duas doses da vacina.

“Se as pessoas forem vacinadas o mais rapidamente possível, então não haverá necessidade de um lockdown”, disse a autoridade, que pediu para não ser identificada. “Analisamos os gráficos diariamente e no momento há vacinas suficientes, mais do que suficientes, para todos aqueles que quiserem uma dose, duas ou três.”

Mas o ritmo rápido dos novos contágios torna provável que novas restrições tenham que ser impostas, disse ele.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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