Aí fica difícil: custos de produção de frangos e suínos aumentaram 50% em 12 meses.

Os custos de produção de frangos de corte e de suínos registraram novo aumento durante o mês de julho segundo os estudos publicados pela CIAS, a Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa, que disponibiliza as informações no site embrapa.br/suinos-e-aves/cias. Tanto o ICPFrango quanto o ICPSuíno ultrapassaram a barreira dos 400 pontos, chegando aos 400,79 e 406,41 pontos, respectivamente.

Em julho, o ICPFrango aumentou 0,42%, apesar da queda de 0,77% no valor de aquisição dos pintainhos de um dia, um dos itens que compõem o valor total dos custos de produção das aves. Agora, o ICPFrango acumula alta de 18,97% somente em 2021 e de 50,72% nos últimos 12 meses. O custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná, produzido em aviário tipo climatizado em pressão positiva, oscilou R$ 0,02 em julho com relação a junho, passando de R$ 5,16 para R$ 5,18.

Já o ICPSuíno registrou uma alta de 4,15%, influenciado principalmente pelas despesas operacionais com a alimentação (3,93%). No ano de 2021, o ICPSuíno registra alta de 8,33%. Nos últimos 12 meses, a variação é de 50,22%. Com isso, o custo total de produção por quilograma de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo em Santa Catarina voltou a registrar valor superior aos sete reais, fechando em R$ 7,10.

Aplicativo Custo Fácil – O aplicativo da Embrapa agora permite gerar relatórios dinâmicos das granjas, do usuário e das estatísticas da base de dados. Além disso, os relatórios permitem separar as despesas dos custos com mão de obra familiar. O Custo Fácil está disponível de forma gratuita para instalação em dispositivos Android, na Play Store do Google.

Planilha de custos do produtor – Produtores de suínos e de frango de corte integrados podem usar na gestão da granja a planilha eletrônica feita pela Embrapa. Ela compara a receita obtida com os custos de produção, acompanhando a geração de caixa da granja e o impacto da prestação do financiamento e ainda analisa o resultado e apresenta uma estimativa da Taxa Interna de Retorno (TIR) do investimento. A planilha pode ser baixada no site da CIAS.

Prensados entre o aumento de custos galopante, em especial do insumo básico, o milho, e a diminuição do consumo por parte de 80% da população, os produtores de todo o País estão desacelerando a reposição da cria, recria e engorda. Quem perde no final da cadeia é sempre o consumidor, que reduz a ingesta de proteína animal, trocando-a por proteicos vegetais.

Depois desse estudo da EMBRAPA, a crise na produção só se acelerou, com o milho negociado a R$103,00 a saca nos principais centros de consumo, como os três estados do Sul.

A válvula de escape, a importação direta da Argentina por grandes corporações, também pode não representar uma boa saída, com o aumento das cotações internacionais de Chicago.

A verdade é que o preço do milho mantém a expectativa altista até maio do próximo ano, quando se terá a perspectiva da colheita da safra e da safrinha do Centro Oeste.   

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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