Por Ricardo Ferraz, na Veja
Às vésperas dos atos contra o Supremo Tribunal Federal e apoio ao governo, programados para o feriado da Independência, o ministro Alexandre de Moraes atendeu à uma solicitação da Procuradoria Geral da República e determinou que a Polícia Federal cumprisse mandado de busca e apreensão na sede da Aprosoja, em Cuiabá, Mato Grosso.
A entidade é suspeita de financiar as manifestações, cujas lideranças já ameaçaram invadir o prédio do STF. A entidade, no entanto, nega as acusações.
© ./Reprodução TRATORES A POSTOS – Porta-voz dos produtores de soja, Antonio Galvan (à dir.) é investigado pela Polícia Federal, que quer saber se está financiando os atos de 7 de setembro. Ele nega: “Apoiaria o Zé das Couves, se estivesse lutando pelos mesmos ideais” –
“A Aprosoja-MT e seus dirigentes esclarecem que jamais financiaram, apoiaram, ou convocaram a população para atos criminosos e violentos de protesto, às vésperas do feriado de 07.09.2021, durante uma suposta manifestação e greve de “caminhoneiros”. A entidade preza pelos preceitos legais e constitucionais, e já está disponibilizando toda documentação solicitada, pois é a principal interessada no esclarecimento dos fatos, já que nada tem a esconder da sociedade e principalmente dos seus associados”, afirma por meio de nota.
A decisão de Alexandre de Moraes também determinou o bloqueio de saques das contas bancárias da entidade até a próxima quarta-feira e a identificação de transferências de valores superiores a 10.000 reais que tenham ocorrido após o dia 10 de agosto.
Antonio Galvan, presidente nacional da Aprosoja prestou depoimento à Polícia Federal no dia 23 de agosto e foi escoltado por produtores rurais, que pararam as ruas de Sinop com tratores e máquinas agrícolas. Em entrevista exclusiva à VEJA, concedida na semana passada, ele negou que a entidade tenha financiado ou apoiado o ato institucionalmente.
“Sou mão de vaca, meus amigos brincam que tenho um escorpião no bolso”, justificou.
Autor: jornaloexpresso
Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril
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