Um olho no peixe, outro no gato: Agronegócio apoia o Messias porque tem interesses diretos.

7 de Setembro tem protestos a favor e contra o governo Bolsonaro | Política | G1

Quem não entende o apoio maciço do agronegócio ao atual Governo, precisa entender que não é só “patriotismo verde e amarelo”. Tem interesses financeiros diretos nesse apoio, tão decantado em prosa e verso pela bancada do Agro, a mais poderosa do Centrão.

Em primeiro lugar está a renúncia fiscal ao recolhimento do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), que em meados de 2019 já tinha um valor estimado de dívidas entre R$36 e R$40 bilhões.

Em segundo lugar está a meta de uma nova securitização absoluta da dívida rural, com parcelamento entre 10 e 15 anos. O valor estimado é de R$600 bilhões, mais de meio trilhão de reais. E mais também que tudo que o Agro fatura em um ano.

A primeira securitização aconteceu em 1995. Diante desse cenário de inadimplência rural, a securitização rural foi autorizada pelo governo federal por meio da Lei n. 9.138, de 29 de novembro de 1995, detalhada por diversas resoluções. E até hoje, quase 26 anos depois, permanece, em grande parte impaga.

Na realidade, a Nova Securitização já começou: em 18 de abril, a MP 1.016/2020 foi aprovada com modificações e voltou a ser analisada na Câmara dos Deputados antes de seguir para a sanção presidencial. Trata-se da renegociação extraordinária de dívidas em empréstimos contraídos com recursos dos fundos constitucionais regionais. As dívidas renegociadas até 31 de dezembro de 2022 terão direito a descontos e bônus maiores.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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