Bahia sofre com temporais; mais de 38 municípios estão em situação de emergência e Oeste tem alerta amarelo.

Teto de supermercado desaba em Eunápolis, sul da Bahia. Foto: reprodução internet.

A Bahia tem sofrido com o excesso de chuvas neste final de ano. No Sul do estado, um ciclone extratropical provocou temporais e consequentes transtornos à população.

O governador Rui Costa decretou estado de emergência em 38 municípios da região e deslocou parte da infraestrutura da defesa Civil para apoio às cidades.

No Oeste, a situação também preocupa. A região está em alerta amarelo (chuvas intensas/perigo potencial) segundo o Instituto Nacional de Metereologia (INMET).

Com volumes acumulados de até 400 milímetros, a Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães trabalha para evitar maiores problemas à comunidade e está com equipes de plantão para possíveis agravamentos.

Sem previsão de estiagem no final de semana, a equipe da Secretaria de Infraestrutura atua para corrigir os já tradicionais pontos de alagamentos no município.

A vizinha Barreiras também tem recebido um volume de água acima do normal para o período.

Previsão de melhora domingo no Sul da Bahia

Para a noite de hoje e manhã de sábado, a previsão assusta. “Volume de água chegará hoje à noite ainda maior”, diz o governador. “Reiteramos com prefeitos que essas pessoas (que moram perto de rios e afins) saiam de suas casas. Não esperem que o nível de vários rios e riachos ainda vão subir, algumas barragens vão soltar mais água. Recebemos alerta da Chesf, que opera barragem de Pedras, em Jequié, que de hoje para amanhã soltará um volume grande de água. Todas as cidades que estão depois da barragem, vai aí nosso alerta para que retire a população próxima aos rios porque vai chegar um volume grande de água”, ressaltou.

Casas submersas em Itamaraju, no sul da Bahia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

A expectativa é que as chuvas comecem a diminuir no domingo e haja uma “melhora sensível” na segunda. “Dezenas de pontes que caíram, estradas interrompidas e só poderemos atuar depois que o nível da água abaixar”, destacou. “Já estamos com máquinas e equipamentos, maioria não consegue trabalhar porque o nível da água está alto”.

Assim que for possível, esse trabalho de recuperação vai começar para reconstruir pontes, escolas e casas mais atingidas. “Pedimos aos prefeitos que identifiquem as casas destruídas, vamos apoiar também a reconstrução, eventualmente algumas terão que ser reconstruídas em outro local, mais alto, para que no futuro essas famílias não sejam alcançadas pela água”.

Ao longo dos dias, reuniões diárias vão acontecer entre as equipes estadual e municipais para monitorar a situação.

Jucuruçu

Cidade de Jucuruçu é tomada por lama, após fortes chuvas na Bahia — Foto: Divulgação/Prefeitura de Jucuruçu

Cidade de Jucuruçu é tomada por lama, após fortes chuvas na Bahia — Foto: Divulgação/Prefeitura de Jucuruçu

Uma das cidades mais atingidas por alagamentos é Jucuruçu. Rui explicou que a cidade tem acesso difícil.

“Alguns desses locais você tem muitos morros. Especialmente Jucuruçu, que é uma região montanhosa, de difícil acesso para o helicóptero, se não tem visibilidade. Estamos tentando chegar nessas cidades, mas não estamos conseguindo”, disse. Ele falou também sobre o prefeito da cidade, Lili, que está ilhado em uma fazenda.

“Eu falei com ele ontem ao telefone, consegui falar via o zap, e ele me mandou imagens de onde ele estava. Ele mora em uma fazenda próxima da cidade. Me mandou imagens onde a sede da fazenda está toda cercada de água. Foi tudo alagado. Ele não consegue sair e ninguém consegue chegar.

Consegue esporadicamente contato via telefone, em função do sinal, também prejudicado com a chuva. Caíram muitos postes, muitas redes de energia. Em alguns lugares tem problema com falta de água, como Eunápolis”, disse o governador, explicando que a Embasa vai atuar com carros pipa.

O secretário de administração de Jucuruçu, Audilei Silva, disse ao Bahia Meio Dia que há três dias não ouve a voz do prefeito. “A gente está aqui nessa angústia. Além de resgatar as famílias, resgatar os prefeitos. Sem saber a real condição dele, está isolado em uma comunidade rural. O que a gente sabe é que ele está ilhado. Tem três dias sem ouvir a voz dele, sem saber realmente como ele está. A gente conseguiu contato com o motorista dele, que saiu a nado”, diz.

A expectativa do governador é visitar as áreas atingidas assim que o tempo permitir. “Tentei ontem, meteorologia não deu condições. Hoje cancelei agenda para poder ir à região. Mas o aeroporto de Porto Seguro fechou, Itamaraju fechou. Disseram que não tem condição de voo”, diz. “Estou monitorando. Amanhã, no mais tardar domingo, as condições permitirão. Quero ir de helicóptero e posar em vários locais para ver in loco. Vou visitar várias cidades, não apenas um local”.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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