Torres vai usar tornozeleira e ter liberdade vigiada.
12/05/2023
Em diálogos gravados, revelados após a soltura, Torres conspirava e planejava o sequestro do ministro Alexandre de Moraes, que “deveria ser remetido a lugar incerto e não sabido”.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Pela decisão, em troca de prisão preventiva, Torres deverá usar tornozeleira eletrônica.
Moraes também determinou que o ex-ministro deverá cumprir recolhimento domiciliar no período noturno e aos finais de semana. No despacho, o magistrado também determinou que Torres está proibido de usar as redes sociais, além de ter cancelado seu porte de armas e proibido a sua comunicação com os demais investigados.
Torres está preso desde 14 de janeiro em função das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Na ocasião, ele estava à frente da Secretaria de Segurança do Distrito Federal. O inquérito no STF apura suposta omissão na contenção dos atos.
O pedido de soltura foi feito pelos advogados de Anderson Torres. Para os advogados, ele pode deixar a prisão por não oferecer riscos à apuração do inquérito sobre os atos de 8 de janeiro. No pedido de soltura, a defesa também citou a situação da família de Anderson Torres.
“Após a decretação da custódia cautelar do requerente, suas filhas, infelizmente, passaram a receber acompanhamento psicológico, com prejuízo de frequentarem regularmente a escola. Acresça-se a isso o fato de a genitora do requerente estar tratando um câncer. O postulante, de seu turno, ao passo que não vê as filhas desde a sua prisão preventiva, entrou em um estado de tristeza profunda, chora constantemente, mal se alimenta e já perdeu 12 quilos”, afirmaram os advogados.
Na internet, viralizou a informação: “Passarinho cantou e saiu da gaiola”. O STF teria agora provas para conduzir ” il capo de tutti capi” à prisão preventiva e à condenação por longa pena, responsabilizando-o em 13 inquéritos já abertos.
Confira as medidas cautelares que devem ser obedecidas por Torres:
Proibição de deixar o Distrito Federal e recolhimento domiciliar no período noturno e nos finais de semana mediante uso de tornozeleira eletrônica;
Afastamento imediato do cargo de delegado da Polícia Federal;
Obrigação de se apresentar perante o Juízo da Vara de Execuções Penais do DF em 24 horas e comparecimento semanal, sempre às segundas-feiras;
Proibição de se ausentar do país, com obrigação de entregar os passaportes à Justiça em 24 horas;
Cancelamento de todos os passaportes emitidos;
Suspensão imediata de quaisquer documentos de porte de arma de fogo em nome de Anderson Torres, inclusive a arma funcional;
Proibição de utilização de redes sociais;
Proibição de se comunicar com os demais envolvidos nas investigações, por qualquer meio.
“A presente decisão servirá de alvará de soltura clausulado em favor de ANDERSON GUSTAVO TORRES servirá também de ofício de apresentação ao Juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, no prazo de 24 horas”, escreveu Moraes na decisão.
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