Segurança tortura e mantem em cárcere privado trabalhador, na Fazenda Santa Colomba, em Cocos.

Um homem afirma ter sido agredido e algemado por seguranças de uma fazenda em que trabalha, no município de Cocos, no extremo oeste da Bahia. Segundo informações da vítima ao BNews, a violência aconteceu no seu único dia livre, nesta sexta-feira (13), quando saiu para tirar dinheiro. O trabalhador quilombola teria sido vítima de violência e racismo. Ele relata:

“Nós sempre paramos na guarita para o pessoal vigiar nossas bolsas. Eu vinha trazendo um potinho de plástico descartável de pinga. Eu me alterei um pouco com o que ocorreu porque, logo que começou, me algemaram e depois me levaram para um quarto, que eu achava que era um túnel. Fiquei lá 20 minutos preso. O jeito foi quebrar a porta.

O caso veio a tona após o advogado do caso Mãe Bernadete, David Mendez Santiago Lima,  publicar um vídeo em suas redes sociais, em que denunciava o caso.

O vídeo mostra o homem negro algemado e praticamente sem a roupa do corpo. O homem foi brutalmente agredido e torturado, com graves marcas nos braços e nas costas. Além disso, ele estava com várias marcas de ferimentos pelo corpo. Pelas imagens nota-se que o trabalhador estava muito assustado.

Uma parente da vítima contou que ela foi tirada do ônibus por estar com uma garrafa de bebida, na portaria da fazenda, quando foi algemada e agredida. Além disso, o trabalhador ainda foi obrigado a tirar a roupa.

De acordo com o advogado, a denúncia foi passada pelo presidente do Conselho Estadual das Associações Quilombolas da Bahia CEAQ-BA, Florisvaldo Rodrigues.

O advogado da vítima, David Mendes, enviou nesta segunda-feira à coluna o boletim de ocorrência feito contra a fazenda. Ele relata que as algemas só foram retiradas quando ele conseguiu fugir do recinto.

A Fazenda Santa Colomba é uma sociedade anônima de capital fechado, fundada no ano 2.000, e se dedica ao plantio de fumo, cacau e soja.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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