Na quarta audiência pública realizada pela CSP (Comissão de Segurança Pública), no mês de maio, o ministro da Justiça Flávio Dino, agora oficialmente indicado por Lula ao STF (Supremo Tribunal Federal), protagonizou debates acalorados com os senadores presentes, sendo os principais deles com Marcos do Val (Podemos-ES), Sergio Moro (União Brasil-PR) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Estes mesmos três fazem parte da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que sabatinará o pretendente à cadeira de Rosa Weber, em 13 de dezembro – data marcada pelo senador e presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O relator será o senador Weverton Rocha (PDT-MA).
Na ocasião da sessão da CSP, em atendimento a mais um chamado da Casa para argumentar sobre a atuação do Ministério da Justiça nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, Dino respondeu ao filho do ex-presidente inelegível sobre a possível ligação dos CACs [colecionadores, atiradores e caçadores] com o crime organizado:
O senador Flávio Bolsonaro falou sobre narcomilícia e é um tema que ele conhece muito de perto. Esse casamento entre milícia e narcotráfico. É claro que com em relação aos CACs também aconteceu isso. Criminosos viraram CACs e CACs se associaram ao crime organizado”, afirmou.
Na resposta a Moro, Dino afirmou:
“Eu vim aqui como ministro e senador da República para ser respeitado. Eu sou uma pessoa honesta, eu sou ficha limpa, eu fui juiz e nunca fiz conluio com o Ministério Público. Eu nunca tive sentença anulada. Por ter sido um juiz honesto, um governador honesto é que eu não admito que ninguém venha dizer que eu tenha que ser preso”.
Moro se solidarizou com Marcos do Val, quando disse que o ministro não pode tratá-lo com “deboche“. Dino ironizou os questionamentos do senador que hoje é do Podemos, sobre suas imagens aparecerem dentro do Palácio do Planalto, assim como ocorreu com o ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias. O senador Marcos do Val completou dizendo que o ministro seria preso.
Na resposta, Dino criticou a atuação de do Val nas redes sociais e ironizou a formação do senador como profissional de segurança pública. Ele tem formação militar e se especializou em treinamento e consultoria, em diversos países, para forças de segurança, incluindo a SWAT:
“Não precisa o senhor ir para porta do Ministério da Justiça fazer vídeo de internet porque se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores. O senhor conhece o Capitão América? O Homem-Aranha?”, afirmou.
Dino passará pela sabatina e precisa ser aprovado pela comissão e pelo Plenário do Senado, onde precisará de 41 votos favoráveis.
Do Urbs Magna, editado.

