De acordo com Ana Lúcia Frony, meteorologista e sócia-fundadora do Climate Change Channel, esse El Niño pode ser considerado um Super El Niño. Segundo Frony, é o mais forte já registrado por medidas de satélite desde 1982 e, além das altas temperaturas do oceano, as imagens nunca mostraram uma região tão larga do atingida pelo fenômeno.

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“É o mais intenso quando a gente fala de temperatura e em questão de extensão no mar também é maior em comparação aos demais anos da série histórica”, analisa Ana Lúcia Frony.
Já para o climatologista e coordenador geral de pesquisa e desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Marengo, o uso do termo Super El Niño não auxilia na compreensão do fenômeno e de seus impactos, apesar de sua intensidade ser bastante forte.
O meteorologista do Climatempo, Vinicius Lucyrio, afirma que, no atual patamar, é possível considerar este El Niño como muito intenso. Ele explica que, pelo contexto observado neste ano, muitos climatologistas acabam classificando o fenômeno como “super”.
Alguns especialistas consideram o Super El Niño quando há um aquecimento de mais de 2°C nas águas do Oceano Pacífico, enquanto outros entendem que essa categoria valeria para valores superiores a 2,5°C de alta na temperatura.
De maneira geral, a escala do fenômeno é medida de acordo com os seguintes parâmetros:
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alteração de 0,5 até 0,9°C é considerado fraco;
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entre 1,0°C e 1,4°C é moderado;
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de 1,5°C até 2°C é forte;
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acima de 2°C é classificado como muito forte.
Com a tendência de alta na temperatura do oceano, as previsões mais recentes indicam que o El Niño deve durar ao menos até abril de 2024.
Ana Lucy Frony explica que as evidências apontam que o fenômeno deve seguir intenso pelos próximos meses. “Não temos motivos para acreditar que o El Niño vai ter uma queda rápida. As correntes superficiais estão muito quentes e o transporte de águas mais quentes que o normal segue extremamente intenso”, analisa.
O pico do fenômeno deve ser observado entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de janeiro. De acordo com Vinícius Lucyrio, depois de atingir seu ápice, o El Niño deve continuar forte até o fim de fevereiro e perder intensidade entre abril e maio.
Do g1.globo.com, editado