Clima: na Argentina, tempestade despejou mais de 400 milímetros de chuva em oito horas.

“Temos que reconstruir uma cidade”, disse um alto funcionário da província argentina de Buenos Aires neste sábado (8), após a tempestade que deixou pelo menos 13 mortos e mais de 1.000 evacuados na cidade de Bahía Blanca, ao sul da capital. “Os governos nacional e provincial estão colaborando para lidar com a tempestade em Bahía Blanca, disponibilizando recursos. Basicamente, temos que reconstruir uma cidade, há pessoas que perderam tudo”, disse Carlos Bianco, ministro do governo de Buenos Aires, em declarações à estação de rádio local Futurock.

O número de mortos “agora é de 10”, informou a prefeitura de Bahía Blanca em um comunicado na noite de sexta-feira. Pelo menos cinco pessoas morreram na via pública, informou a agência, mas não descartou a possibilidade de mais mortes nesta cidade de 350.000 habitantes. O número de evacuados caiu de 1.321 para 1.128 entre a noite de sexta-feira e a manhã de sábado, de acordo com o último relatório da Prefeitura.

A tempestade, que começou na madrugada de sexta-feira e durou até depois do meio-dia, foi descrita como “sem precedentes” pelo ministro da Segurança da província de Buenos Aires, Javier Alonso.

A tempestade despejou mais de 400 milímetros de chuva em oito horas, o que é “praticamente o que chove o ano todo em Bahía Blanca. (…) Isso é algo sem precedentes”, disse ele.

A mídia local relatou saques durante a noite e mostrou imagens de lojas vandalizadas. A imprensa argentina também informou que duas irmãs, de 4 e 1 ano, estão desaparecidas após o fenômeno climático.

A ministra da Segurança do governo de Javier Milei, Patricia Bullrich, anunciou no canal X no meio da manhã que estava no local. O governo autorizou 10 bilhões de pesos (cerca de R$ 54 milhões) em ajuda para reparar os danos. A tempestade deixou grande parte da cidade costeira, 600 km ao sul de Buenos Aires e lar de um dos principais portos da Argentina, sem energia.

A Prefeitura então cortou o fornecimento de energia elétrica por questões de segurança devido à grande quantidade de água nas ruas e calçadas.

A empresa de energia local restaurou o fornecimento de energia para cerca de 30.000 clientes na manhã deste sábado e continua trabalhando para levar energia ao resto da cidade, disse a empresa.

Bahía Blanca tem um triste histórico de catástrofes climáticas, a última delas em dezembro de 2023, quando uma tempestade com fortes ventos deixou 13 mortos, casas desabadas e grandes danos a toda a sua infraestrutura, com prejuízos milionários.

Fortes chuvas também caíram na tarde e noite de sexta-feira na cidade costeira de Mar del Plata, a cerca de 400 km de Bahía Blanca. Nesta cidade emblemática para os turistas argentinos, a Prefeitura suspendeu as atividades recreativas noturnas e as aulas nas escolas de ensino médio que eram realizadas durante a tarde e a noite na sexta-feira, e pediu à população que não ande pelas ruas enquanto durar a tempestade.

Tempestades foram relatadas em Buenos Aires na sexta-feira à noite, mas não causaram grandes danos.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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