Por que as ações da Tesla, Apple e de outras big techs derreteram na Bolsa hoje?

De O Globo e agências

O dia das Bolsas americanas foi marcado pela sangria das ações de grandes empresas de tecnologia — as maiores vencedoras dos índices dos EUA nos últimos dois anos. As sete magníficas — como é chamado o grupo que reúne Apple, Amazon, Alphabet (controladora do Google), Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla — sofreram um forte baque nas negociações de hoje, derrubadas pelo pessimismo quanto à economia americana.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou neste domingo que um “período de transição” era necessário ao ser perguntado sobre uma possível recessão no país. O temor de que a economia americana pudesse começar a contrair aumentou nos últimos meses à medida que Trump intensificou suas ameaças tarifárias.

A declaração do republicano foi suficiente para afundar os índices de ações dos EUA e levar junto ações consideradas de maior risco, como as de tecnologia.

O Nasdaq — índice formado por ações do setor — sofreu forte queda de 4%. Já o S&P 500, que também é composto por diversas empresas de tecnologia, caiu 2,70%. O Dow Jones, índice das maiores empresas dos EUA, perdeu 2,08%. Já o índice VIX, chamado de índice do medo e que mede a volatilidade das ações do S&P 500, disparou 20,3%.

O mau humor se espalhou para todos os cantos do mundo: as Bolsas europeias fecharam em queda e os principais índices latinoamericanos tombaram, incluindo o Ibovespa.

Tesla cai mais de 15%

As ações da Tesla encerraram em forte queda de 15,43%, apagando todos os ganhos que a companhia de Elon Musk obteve após a eleição de Donald Trump.

Além do dia de cão que as empresas de tecnologia enfrentaram, a Tesla também sofreu com revisões das estimativas de entrega de veículos por analistas de Wall Street.

O UBS Group AG cortou as projeções para o primeiro trimestre e para o ano inteiro. Na semana passada, Ben Kallo, analista da Baird, também reduziu suas estimativas para as entregas da Tesla.

Joseph Spak, analista do UBS, vê a Tesla entregando apenas 367 mil veículos neste trimestre, uma queda de 16% em relação à sua estimativa anterior. Ele também não espera mais que a empresa supere em 2025 a venda de veículos do ano passado, projetando uma queda anual de cerca de 5%.

Isso se contrapõe com a visão dos executivos da Tesla, que disseram que a empresa voltará a crescer em 2025.

Apple e Alphabet caem quase 5%

As sólidas Apple (AAPL) e Alphabet (GOOGL), controladora do Google, também caíram, acompanhando o movimento de aversão ao risco que dominou o mercado americano. Apple recuou 4,85% e Alphabet caiu 4,49%.

Para a Apple, também pesou a notícia de que a companhia irá adiar uma atualização relacionada à IA para a assistente virtual dos produtos da companhia, a Siri.

“Embora a utilidade da Apple Intelligence (software da empresa) seja diferente para pessoas diferentes, uma atualização da Siri teria impulsionado uma maior atualização do iPhone este ano”, afirmou em nota o banco Citi.

Já a Alphabet foi pressionada também pela divulgação de um pacote de medidas do Departamento de Justiça (DOJ) americano que mostrou que o órgão mantém uma postura punitiva em relação às questões antitruste. No ano passado, o DOJ e um grupo de estados pediram a um tribunal federal que obrigasse o Google a vender o Chrome, seu popular navegador da web.

A expectativa da empresa era que o governo Trump pudesse ser mais brando em relação ao assunto.

O mundo como conhecemos só mudará no dia que o último capitalista norte-americano for enforcado nas tripas do último nazista.

NR: “Quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre” é uma frase do escritor Jean Meslier, de 1761. 

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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