Ex-presidente deu razões para ser monitorado pela polícia antes de julgamento no STF
Em ofício ao Supremo, o procurador-geral Paulo Gonet disse que seria “de bom alvitre” reforçar a vigilância sobre o capitão. Moraes considerou a ideia “adequada e necessária” para a aplicação da lei penal.
O capitão já fez de tudo para melar o julgamento marcado para começar na semana que vem. Sua defesa tentou tirar o caso do Supremo. Não conseguiu. Depois pediu para transferi-lo da Primeira Turma para o plenário. Também não deu certo.
As manobras para deslocar o foro seguiram as regras do jogo. O problema foi quando o ex-presidente deixou de confiar nos advogados para apelar à ajuda da Casa Branca.
Num ataque ao Brasil, Donald Trump elevou tarifas e revogou vistos para tentar acuar o Supremo. Em seguida enquadrou o ministro Moraes na Lei Magnitsky, editada para punir terroristas e ditadores.
O presidente americano tem usado a força bruta para perseguir opositores políticos em seu próprio país. Não pensaria duas vezes antes de conceder asilo a um aliado em apuros na América do Sul.
Bolsonaro também não teria constrangimento em correr para os Estados Unidos. Ensaiou fazer isso no fim de 2022, quando voou para a Flórida no penúltimo dia de mandato.
O capitão já mapeou ao menos outras duas opções de fuga. No ano passado, escondeu-se por duas noites na embaixada da Hungria após ter o passaporte apreendido. Com medo de uma ordem de prisão, estava pronto para pedir socorro ao ultradireitista Viktor Orbán.
Na semana passada, a Polícia Federal revelou que o celular de Bolsonaro guardava o rascunho de outro pedido de asilo. Ele apelaria à ajuda de Javier Milei, agora às voltas com suspeitas de corrupção na Argentina.

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