Algumas bancas têm chamado a atenção pelo modelo de negócio que combina a venda de bebidas com apresentações sensuais de jovens contratadas para atrair clientes, na feira permanente do Setor P Norte, em Ceilândia (DF), segundo informações obtidas pelo Metrópoles durante visita ao local.
A “barraca do trepa-trepa”
Entre os pontos visitados, uma das bancas conhecida como “trepa-trepa” se diferencia das outras. A responsável pelo espaço não apenas comercializa bebidas como também oferece contato com garotas de programa. Em vídeos mostrados no próprio celular, exibia fotos de mulheres e relatava já ter organizado encontros pagos, inclusive para políticos, em festas privadas.
Segundo a comerciante, a presença de profissionais do sexo é mais frequente às sextas, sábados e domingos, quando o movimento da feira é maior. Apesar da associação com prostituição, parte das jovens afirma que atua apenas na venda de bebidas. Ainda assim, o ambiente envolve riscos relacionados a assédio, exposição e trabalho precário.
Enquanto as bancas tradicionais da feira permanecem fechadas pela falta de clientes, os boxes que associam música, bebida e sensualidade atraem grande público diariamente, com exceção das segundas-feiras.
Nos primeiros anos da Ceilândia, no início dos anos 80, tanto o setor P, como o setor O (ou setor bolinha, como diziam os moradores) incluíam a Vila do Cachorro Sentado, na QNM 26. Era o ponto de primeira morada de migrantes nordestinos, que vinham trabalhar na construção civil, e hoje é uma enorme cidade, desenvolvida e com todos os recursos de moderna infraestrutura urbana.
