Empresa diz que etanol é vantajoso se ficar abaixo de 80% do preço da gasolina

Por Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil

Quando vai abastecer seu carro flex, a maioria dos motoristas faz as contas para ver qual o combustível mais vantajoso. Para isso, uma antiga fórmula é aplicada: divide-se o preço do álcool pelo da gasolina e se o resultado for menor que 0,70, significa que o preço do etanol é inferior a 70% do preço do combustível concorrente e vale a pena optar pelo álcool. Mas esse cálculo está sendo questionado por um estudo que aponta que vale a pena abastecer com etanol quando ele custar até 80% do preço da gasolina.

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O estudo que propõe novo índice de economicidade para uso de etanol foi feito com base nos dados do dia a dia de 410 mil veículos.

A novidade é polêmica e diverge do padrão divulgado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O estudo foi feito com base nos dados do dia a dia de 410 mil veículos que são gerenciados pela Ecofrotas, que presta serviço de gerenciamento, abastecimento e manutenção de frotas em todo o país.

A novidade apareceu quando a empresa se deparou com informações que apontavam para um melhor desempenho do etanol, ao analisar seu banco de dados. “Começarmos a perceber que a relação entre etanol e gasolina tinha uma variação muito grande em relação àquela perspectiva do 70%/30% e começamos a perceber que se equiparava muito mais a 80%/20%”, explica a gerente de Sustentabilidade da Ecofrotas, Amanda Kardosh.

Para verificar a tese, a Ecofrotas contratou uma consultoria para analisar os dados e, por meio de análise estatística, a gerente disse que ficou comprovada a hipótese de que o etanol apresentava um rendimento médio equivalente a 79,52% do desempenho da gasolina. Ela explica que a relação que se conhece hoje, de 70%, leva em conta o poder calorífico do etanol em relação à gasolina. Mas, segundo o estudo da Ecofrotas, outras características do etanol devem ser levados em conta, como a proporção ar e combustível no motor e a octanagem, que é a capacidade de um combustível resistir a altas taxas de compressão sem entrar em combustão. Continue Lendo “Empresa diz que etanol é vantajoso se ficar abaixo de 80% do preço da gasolina”

Matriz eólica vai atingir 6% da energia produzida no País.

Parque eólico da Alegria, no Rio Grande do Norte.
Parque eólico da Alegria, no Rio Grande do Norte.

Para se ter uma ideia da grandeza do negócio, os investimentos em energia eólica deverão alcançar R$23 bilhões somente este ano, jogando mais 5 gigawatts na rede (Itaipu produz 14 GW). Até o final do ano, a matriz eólica será responsável por 6% da energia produzida no País, enquanto em dezembro era de 2%. Este mês começa a entrega das redes transmissoras do Rio Grande do Norte e da Bahia.

Até 2018, a participação da energia eólica na matriz energética brasileira vai saltar dos atuais 3% para 8%, mas se continuar faltando água nas hidrelétricas do Nordeste e do Sudeste, o Governo poderá incentivar o crescimento meteórico da matriz.

Desenvolvimento também no Piauí

Também são volumosos os investimentos no Piauí, o estado mais pobre da federação. Os municípios que se destacam pelo potencial técnico são Caldeirão Grande, Padre Marcos, Simões e Marcolândia. Do valor total de investimentos, 90% serão efetuados a curto prazo, entre 2014 e 2016. Com a implantação dos Parques Eólicos serão gerados 3 mil empregos diretos. Num primeiro momento, as empresas vão produzir 1300 MW. Esse valor vai aumentar consideravelmente, tendo em vista que a Casa dos Ventos já estudou a viabilidade e vai ofertar 1700 MW em três leilões que vão ser realizados em 2014. Os projetos que serão leiloados neste ano também são localizados na região da Chapada do Araripe. Além desses, estudos em andamento apontam o potencial dos municípios de Lagoa do Barro e Queimada Nova para gerar até 1200 MW. Atualmente, o Piauí consome cerca de 700 MW e produz apenas 235 MW, através da hidroelétrica de Boa Esperança. Edson Ferreira acrescentou ainda que os investidores vão construir uma subestação, avaliada em R$ 150 milhões no município de Curral Novo.

A subestação vai aproveitar a linha de transmissão que liga Colinas, em Tocantins a Milagres, no Ceará e vai proporcionar a coleta da energia gerada nos Parques Eólicos do Piauí. Para transformar todos esses investimentos em geração de emprego e renda para a população piauiense, será realizada este mês, uma chamada pública reunindo além das empresas que vão produzir energia, empresas que vão prestar serviços no decorrer do processo de instalação dos parques e empresários piauienses.

Na região da Chapada do Araripe, as empresas já arrendaram por um prazo de até 30 anos, cerca de 1500 pequenas áreas pertencentes a pequenos proprietários para instalação do Parque Eólico. Além dos investimentos na região da Chapada do Araripe, o litoral piauiense também desponta como cenário para produção de energia eólica. A empresa que atua no litoral é a Ômega. Em março, a empresa vai inaugurar a implantação do Parque Eólico da Pedra do Sal, empreendimento avaliado em R$ 650 milhões que vai gerar 140 MW, sendo dividido em duas etapas que serão entregues em março e setembro, respectivamente. Com dados da Associação Brasileira de Energia Eólica, revista Exame e Folha de São Paulo, editadas por este jornal.

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A energia já está 25% mais cara. Só que o consumidor ainda não sabe.

apagaoOs problemas de energia elétrica no País podem se agravar ao longo deste ano, mesmo que ainda chova muito até o fim do verão. Primeiro: as termoelétricas, que rodam a todo vapor, estão custando US$2,5 bilhões por mês e, como não existe almoço grátis, o consumidor doméstico e os grandes consumidores industriais vão pagar a fatura logo a seguir. O mercado livre ou spot está alcançando patamares explosivos de preço e isso tira mais da pouca competitividade da indústria brasileira. Uma constatação: se o consumidor brasileiro economizasse 5% da energia consumida atualmente, essa conta das térmicas cairia para US$700 milhões por mês.

Agora, questiona-se o futuro próximo: enfrentaremos um apagão aos moldes de 2001? As redes de distribuição vão poder transferir energia de locais, como a Amazonia, onde existe fartura, para o sudeste e nordeste onde a situação é crítica?

Para o consumidor caseiro, uma informação relevante: só o standby, aquelas luzinhas dos computadores, da TV e de outros aparelhos eletrônicos, se desligado poderia economizar 15% na conta doméstica. É importante: a energia já está cara, cerca de 25% a mais do que estamos pagando, só que ainda não soubemos. A surpresa virá junto com as contas futuras */*-/. As informações são de Paulo Pedrosa, presidente da ABRACE, e de Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel, em entrevista concedida a Miriam Leitão em programa da Globo News.

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Só chuva em dobro evita racionamento.

Barragem de Sobradinho: quase seca depois de dois anos sem chuvas importantes.
Barragem de Sobradinho: quase seca depois de dois anos sem chuvas importantes.

É a manchete do jornal Valor Econômico de hoje, que circula em quase uma dezena de capitais. A matéria afirma ainda que as chuvas do final de semana não foram suficientes para conter a queda do nível das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, principal caixa d’água do setor elétrico brasileiro. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios das regiões fecharam o domingo com 35,54% de sua capacidade de armazenamento de água, uma queda de dois pontos percentuais com relação ao verificado uma semana antes.

Para especialistas, o Brasil tem que torcer por um volume de chuvas quase duas vezes superior ao que caiu nas duas primeiras semanas de fevereiro para afastar de vez o risco de racionamento de energia. “Janeiro e fevereiro são meses cruciais para o setor elétrico brasileiro. São definitivos para traçar um quadro para o resto do ano”, afirma Mikio Kawai Jr, diretor da consultoria especializada Grupo Safira Energia. Este ano, a curva do nível dos reservatórios apresenta comportamento atípico por conta da estiagem prolongada — normalmente, registra alta entre dezembro e maio, quando termina o período chuvoso; agora, vem mostrando queda.

O volume de chuvas em janeiro foi o terceiro pior em 83 anos, diz Kawai. Em fevereiro, segundo dados do ONS, as chuvas das duas semanas equivalem a 33% da média histórica para o setor. Segundo as projeções da Safira, é preciso chover, até agosto, um volume equivalente a 65% da média histórica (ou quase duas vezes o registrado em fevereiro) para que eliminar de vez o risco de racionamento — praticamente todo o parque térmico brasileiro está hoje em operação, o que reduz a margem de manobra do ONS com medidas para poupar água nos reservatórios.

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Governo salva-se com a chuva e entrada das eólicas.

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O consultor de energias renováveis Jean-Paul Prates (Cerne – Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia)  informou hoje (17) que os parques eólicos parados no Rio Grande do Norte vão começar a funcionar ainda este mês.

Segundo Jean-Paul, as linhas de transmissão de energia estão atrasadas por várias razões, não só atinentes à Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco). E que o assunto está sendo resolvido.

O consultor disse que não há razão para medo e que tudo tem sido planejado para não dar problemas nos leilões. Jean-Paul Prates ressalta que o RN terá mais de 1 gigawatt de energia eólica operando neste mês de fevereiro. 

Na Bahia e no Rio Grande do Norte, 48 parques eólicos até agora não ajudaram a iluminar uma única casa. Juntos, os parques teriam capacidade de produzir 1.286 megawatts de energia, o suficiente para abastecer 2,3 milhões de residências.
Na Bahia, o parque eólico da Renova Energia, fica espalhado por três municípios: Caetité, Guanambi e Igaporã.
O maior complexo eólico da América Latina ficou pronto em julho de 2012 e até hoje todas as torres estão paradas. A energia do local poderia abastecer uma cidade com quase 3 milhões de habitantes.
De acordo com o contrato firmado durante o leilão, o governo federal paga pela energia, mesmo sem recebê-la. Só a Renova Energia, na Bahia, recebeu – desde a inauguração – R$ 285 milhões. São R$ 15 milhões todo mês.

 

Artigo: O vilão é o modelo mercantil do setor elétrico

Por Heitor Scalambrini Costa, professor da Universidade Federal de Pernambuco

Tentar entender o que se passa com o setor elétrico brasileiro, significa conhecer melhor um passado recente em que decisões errôneas foram tomadas, resultando atualmente em tarifas caras, fornecimento e abastecimento precários, e risco crescente de racionamento de energia. Além de um setor sem credibilidade, sem democracia, sem competência.

Em fevereiro de 1995, teve inicio o que ficou conhecido como a Reestruturação do Setor Elétrico, com a aprovação pelo Congresso Nacional da Lei nº 8987, que trata do regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos.

Iniciou assim um modelo “de mercado”. Ou seja: a reestruturação foi baseada no preceito de que a ação empresarial “concorrencional”, motivada pela perspectiva do lucro econômico, aportaria ao setor elétrico, eficiência e qualidade dos serviços prestados e tarifas módicas. A idéia que está por trás desta suposta lógica é que o lucro seria um sinal suficiente para garantir os investimentos. Essa assertiva não é inteiramente verdadeira, pois as empresas do setor andam ganhando “rios de dinheiro” sim (basta acompanhar os balancetes anuais), mas seus investimentos ficam somente nos discursos, já que o BNDES (leia-se: o tesouro nacional, o dinheiros dos impostos) tem sido o “Papai Noel” fora de época para as empresas do setor elétrico.

Apagão em Aracaju, em foto de Wes Nunes, do Estadão.
Apagão em Aracaju, em foto de Wes Nunes, do Estadão.

Com o racionamento de energia elétrica ocorrido em 2001/2002, com a deterioração da qualidade do abastecimento causado por dezenas (e centenas) de apagões e apaguinhos (interrupções no fornecimento de energia elétrica) ao longo daquele período e com a explosão tarifária, chega-se à conclusão, sem precisar ser um grande especialista, que o modelo não funcionou. Continue Lendo “Artigo: O vilão é o modelo mercantil do setor elétrico”

Saco de bondades para as empresas elétricas

Por Heitor Scalambrini Costa, Professor da Universidade Federal de Pernambuco

O que o cidadão brasileiro não aceita mais é a benevolência, para se dizer o mínimo, com que as empresas elétricas são tratadas pelo Governo Federal.

cornucópiaDois pesos e duas medidas. Enquanto a população brasileira, e ai não somente o consumidor sofre e é prejudicado com a queda vertiginosa da qualidade do serviço elétrico oferecido e com as altas tarifas, muito pouco é feito para reverter essa situação; já que sistematicamente as empresas elétricas de geração, transmissão e distribuição são “aliviadas” dos compromissos, inclusive contratuais, por quem devia regulá-las fiscalizar.

Os “apagões” e “apaguinhos” já são constantes na vida das pessoas, que sofrem as consequências de um péssimo serviço prestado. Carente de manutenção, de investimentos de modernização, de qualificação da mão de obra, de incompetência gerencial e com lucros cada vez maiores (basta acompanhar a evolução dos balanços contábeis anuais), essas empresas ainda pressionam, e conseguem com os gestores de plantão, mais e mais benefícios. O que se resume a um “capitalismo sem risco” para quem está, ou aventurou-se, nesse negocio. E não são poucos os aventureiros de primeira viagem.

A população sofre as mazelas de ter as frequentes interrupções de energia já incorporadas a seu cotidiano e tudo o que isso acarreta; e mesmo assim ter que pagar tarifas caras (ai de quem não pagar ou atrasar o pagamento).

Vejamos então mais recentemente algumas medidas que constituem verdadeiro “saco de bondades” oferecidas àquelas empresas.

No setor de geração, a resolução da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nº 595/2013, de dezembro passado, prevê algumas “bondades”. Por exemplo, a tolerância de três meses de atraso para a aplicação de sanções e a exclusão de responsabilidades ao gerador nas situações em que o atraso na operação ocorrer por caso “fortuito” ou “força maior” (?). Também poderá repassar ao consumidor o valor integral da energia comprada no mercado para atender a seus compromissos. O que significa que o consumidor vai pagar, pela ineficiência das empresas, que deixaram de produzir a quantidade de energia contratada no tempo determinado. Complementando sua quota de geração com a compra de energia às termelétricas (energia mais cara), repassando o aumento do preço da energia daí resultante ao Governo Federal, e assim aos contribuintes (nós). Na resolução anterior de 2005, a de no 165, as regras eram mais severas, pois as geradoras, quando atrasassem seus compromissos, não podiam repassar aos consumidores os gastos extras.

Na transmissão, segundo relatório da Aneel, os atrasos chegam a 4 (quatro) anos. Na média, o descumprimento do cronograma supera em 13 meses o prazo original previsto no contrato de concessão.71% de todas as obras de transmissão estão com o cronograma atrasado. Ou, das 129 companhias do setor de transmissão, 57 apresentaram atrasos no cronograma de obras. O documento avaliou as obras concluídas após dezembro de 2010 e as que estavam em andamento até dezembro do ano passado. O resultado mostrou uma piora gradual no setor nos últimos anos. De acordo com a legislação, a empresa que tiver mais de três autos de infração e atraso acima de 180 dias não pode participar, sozinha, de novos leilões de energia. A campeã nesse quesito é a estatal Chesf, com 17 autos de infração. E nada é feito para modificar tamanha incompetência e falta de planejamento.

Na distribuição, o “lobby” é estruturado e organizado. Capitaneados pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), constantes benesses têm sido “conquistadas”. A mais recente é a proposta de firmar Termo de Compromisso de Ajuste de Conduta (TAC) entre a Aneel e as concessionárias, permissionárias e autorizadas de serviços e instalações de energia. O TAC poderá ser firmado quando forem encontrados descumprimentos quanto à qualidade dos serviços de energia elétrica, a segurança das pessoas e das instalações de energia, a expansão, reforços e melhorias das redes de energia, assim como dos sistemas de proteção e controle do sistema elétrico. Também será possível, em alternativa à aplicação de multas, impor às concessionárias pena substitutiva consistente em Obrigação de Realização de Ações e Investimentos. O pedido de imposição de pena substitutiva será apreciado pela Diretoria da Aneel e, se aprovado, a concessionária terá o prazo de 30 dias para apresentar a descrição e o cronograma detalhado das ações e investimentos a serem implementados. Ou seja, será uma alternativa dada às distribuidoras, em lugar da continuidade de processo fiscalizatório ou punitivo.

Enquanto que o cidadão convive com a péssima prestação de serviço, as companhias são agraciadas, favorecidas e estimuladas pelo poder publico com “facilidades” para continuarem a “desrespeitar” os que necessitam de energia elétrica (nós de novo). É hora de dar um basta. A solução está com o povo (nós finalmente).

Em fevereiro, finalmente aerogeradores do sudoeste da Bahia em funcionamento

A demanda de energia no País cresceu 11,8% em janeiro, com relação ao mesmo mês do ano passado, principalmente no sul e sudeste, que enfrentam forte onda de calor. A média atingida foi 68.828 megawatts (MW). Na comparação com dezembro de 2013, o crescimento ficou em 7,2%, com alta de 4,4% no acumulado do ano.

Enquanto isso, a CHESF começa a dar datas para o ligamento das centrais eólicas paradas por falta de linhas de transmissão e centrais transformadoras, no Rio Grande do Norte e na Bahia. O conjunto Igaporã 2, na Bahia, da Renova Energia, com 230 aerogeradores, deverá colocar quase 400 MW nas linhas de transmissão ainda este mês.

Localizado nos municípios de Caetité, Guanambi, Igaporã e Pindaí, no sudoeste da Bahia, o complexo teve investimentos de R$ 1,4 bilhão e gerou 1,3 mil postos de trabalho diretos durante o pico da construção.