Hoje na História: o Dia D da II Guerra Mundial.

dia 6 de junho de 1944 entrou para a História como o Dia D. Foi quando soldados dos Aliados desembarcaram nas praias da Normandia para a grande ofensiva contra as tropas nazistas. Durante anos, a decisão por uma grande ofensiva através do Canal da Mancha foi motivo de fortes controvérsias entre os Aliados.

Mais de três milhões de soldados americanos, britânicos e canadenses concentraram-se no sul da Inglaterra para atacar os alemães na costa norte da França. Além disso, dez mil aviões, sete mil navios e centenas de tanques anfíbios e outros veículos especiais de guerra foram preparados para a missão.

Ao final do primeiro dia da invasão, mais de 150 mil soldados e centenas de tanques haviam alcançado o continente europeu. Graças à supremacia aérea dos aliados, foi possível romper a temível “barreira naval” de Hitler e estabelecer as primeiras cabeceiras de pontes. As perdas humanas – 12 mil mortos e feridos – foram menores do que o esperado, visto que o comando militar alemão fora surpreendido pelo ataque.

Um pouco mais de 70 dias depois, em 25 de agosto, os aliados entraram em Paris, libertando a capital francesa do jugo nazista.

Com informações da Deutsche Welle e Wikipedia.

Nesta madrugada, há 55 anos, o início do golpe, a longa noite que durou 21 anos.

Vladimir Herzog, chefe de jornalismo da TV Cultura, torturado até a morte nos porões do II Exército, em 1975. Aí aconteceu o início do fim do Golpe, com Geisel se postando contra a linha dura do Exército. O regime ainda ficou de pé por 11 anos, mas a volta à democracia já podia ser vista no horizonte, apesar da intensa repressão.

O engenheiro eletricista e ativista político Johann Kepler, que homenageia o astrônomo com seu nome, afirma no Twitter:

Há exatos 55 anos, no dia 1°de abril de 1964, durante a madrugada, anoiteceu. Uma noite que durou 21 anos e resultou em centenas de assassinatos, milhares de pessoas torturadas, genocídio de índios, desaparecimentos, sequestros, corrupção, censura e ausência total de democracia.

Por documentos descobertos recentemente, conforme publica The Intercept, cerca de 20 mil pessoas foram presas durante a ditadura. Outros informes dizem que 8.000 índios foram mortos, principalmente na região de Tucuruí, por transmissão de doenças, alcoolismo ou simplesmente assassinados por “brancos revolucionários e patriotas”.

Não pense que os militares ficarem imunes: 6.500 deles foram detidos e expulsos do Exército, entre eles o capitão idealista, Carlos Lamarca, assassinado durante uma crise de asma nas dunas do rio São Francisco, em Ibotirama, depois de perseguido por semanas.

Passados 55 anos os fatos aqui narrados começavam a cair no esquecimento, quando o semovente no poder resolveu comemorá-los e reescrever a história.

República Rio-grandense: 183 anos da Revolução Farroupilha.

Gaúchos de todas as querências comemoram neste 20 de setembro (1835) o levante que veio a desaguar na criação da República Rio-grandense. O levante contra as forças imperiais deu início ao chamado Decênio Heróico, período em que o Rio Grande do Sul teve Governo próprio, à revelia do Império, constituição, ministério, bandeira e hino. Protagonizado por um punhado de gaúchos, o Movimento Farroupilha teve como base o repúdio à tributação do charque gaúcho, principal produto de exportação do chamado Continente de São Pedro.

A República Rio-Grandense foi um Estado-nação, formado na região sul do Brasil, constituindo-se na mais longa revolta brasileira da qual se tem conhecimento, e, portanto, a mais longa do Império do Brasil (1822-1889). A República foi proclamada em 11 de setembro de 1836, pelo general Antônio de Sousa Neto, como consequência direta da vitória obtida por forças  gaúchas na Batalha do Seival (1836). No entanto, o objetivo principal nunca foi proclamar um estado-nação próprio, e, portanto, separado do Estado brasileiro, mas sim mostrar ao Império do Brasil que as oligarquias gaúchas não estavam nem um pouco satisfeitas com os altos impostos.

A Bahia tem uma passagem histórica importante com a Revolução Farroupilha. O general Bento Gonçalves, líder da revolução, esteve preso algum tempo no forte de São Marcelo, em Salvador, de onde fugiu a nado, auxiliado por seus companheiros baianos da Ordem Maçônica.

Um dos episódios mais marcantes e ao mesmo tempo obscuros foi o do Tratado de Paz, em que se previa a liberação do esquadrão de Lanceiros Negros, a mais brava força dos farroupilhas. Os gaúchos queriam libertar os negros da escravidão, pois haviam lutado ao seu lado. No entanto, foram dizimados pelas tropas imperiais, ao fim da revolução, debaixo de débeis protestos dos líderes farroupilhas.

Centenas de milhares de gaúchos e gaúchas comemoram, em grandes desfiles, à cavalo, hoje, no Rio Grande do Sul a data magna do Estado.

O Hino Riograndense, na voz de Luiz Marenco

 

No tempo em que ideais políticos eram discutidos ao fio da espada

Adão Latorre, o lendário carrasco maragato. Dizem que, no dia que foi detido pelos chimangos, morreu do coração momentos antes de ser degolado.

A Revolução Federalista, na qual os gaúchos maragatos se levantaram contra o Exército Brasileiro, foi uma das páginas negras da história do Rio Grande do Sul. O conflito durou de fevereiro de 93 até agosto de 1895, quando os últimos maragatos se exilaram na Argentina, depois da morte de Gumercindo Saraiva, seu principal comandante.

Num dia 28 de novembro, do ano de 1893, ocorre o Massacre do Rio Negro, Bagé, RS, atual município de Hulha Negra, onde o carrasco maragato, Adão Latorre, degolou 300 pica-paus. Alguns contam que na mangueira (curral) de pedra onde correram as execuções o sangue alcançava os tornozelos dos executores.

Contudo, segundo testemunhas oculares, tal número seria exagerado e não teria passado de 30 prisioneiros em face de que, depois de contado os mortos na batalha, estes chegariam a 270.

Sob o comando de Zeca Tavares combatentes federalistas (Maragatos) e republicanos (Pica-paus ou chimangos), comandados pelo general Isidoro Fernandes, se enfrentaram ferozmente durante sete dias, às margens do Rio Negro.

Dos relatos sobre a carnificina que lá aconteceu no decorrer desse sangrento entrevero, em 23 de novembro de 1893, consta que trezentos soldados republicanos foram rendidos mediante garantia de vida e contidos em um cercado (mangueira de pedra) para gado, que ficou conhecido como “Potreiro das Almas”.

Um pouco de história: a curta trajetória de Calígula.

Da Wikipedia

Caio Júlio César Augusto Germânico (em latim Gaius Julius Caesar Augustus Germanicus; 31 de agosto de 12 d.C. – 24 de janeiro de 41), também conhecido como Caio César ou Calígula (Caligula), foi imperador romano de 16 de março de 37 até o seu assassinato, em 24 de janeiro de 41. Foi o terceiro imperador romano e membro da dinastia júlio-claudiana, instituída por Augusto. Ficou conhecido pela sua natureza extravagante e cruel. Foi assassinado pela guarda pretoriana, em 41, aos 28 anos. A sua alcunha Calígula, a qual significa “botinhas” em português, foi posta pelos soldados das legiões comandadas pelo pai, que achavam graça em vê-lo mascarado de legionário, com pequenas cáligas (sandálias militares) nos pés.

Era o filho mais novo de Germânico que, por sua vez, era sobrinho do imperador Tibério. Germânico é considerado um dos maiores generais da história de Roma. Já a mãe de Calígula era Agripina. O futuro imperador cresceu com a numerosa família (tinha dois irmãos e três irmãs) nos acampamentos militares da Germânia Inferior, onde o pai comandava o exército imperial (1416). Após a celebração em Roma do triunfo do seu progenitor, marchou com ele para o Oriente.

Germânico viria a falecer durante a sua estadia em Antioquia, em 19. Após enterrar o seu pai, Calígula regressou com mãe e os irmãos para Roma, onde a incomodidade que a sua presença gerava no imperador degenerou em inimizade, causadora provável das estranhas mortes de uma série de parentes do futuro imperador, entre os quais dois dos seus tios. As suas relações com Tibério pareceram melhorar quando este se mudou para Capri e foi designado pontífice máximo (pontifex maximus). À sua morte, a 16 de março de 37, Tibério ordenou que o império devia ser governado conjuntamente por Calígula e Tibério Gêmelo.

Após desfazer-se de Gêmelo, o novo imperador tomou as rédeas do império. A sua administração teve uma época inicial pontuada por uma crescente prosperidade e uma gestão impecável; porém, a grave doença pela qual passou o imperador marcou um ponto de inflexão no seu jeito de reinar. Apesar de uma série de erros na sua administração derivarem numa crise econômica e fome, empreendeu um conjunto de reformas públicas e urbanísticas que acabaram por esvaziar o tesouro. Apressado pelas dívidas, pôs em funcionamento uma série de medidas desesperadas para restabelecer as finanças imperiais, entre as que se destaca pedir dinheiro à plebe.

A depressão brasileira é semelhante a de 1929, nos EUA. Mas eles tinham Roosevelt.

Mesmo em cadeira de rodas, Roosevelt liderou a Nação para a grande recuperação econômica.
Mesmo em cadeira de rodas, Roosevelt liderou a Nação para a grande recuperação econômica.

Durante o crash da bolsa de valores norte-americana em 1929, bancos faliram, empresas fecharam e um quarto da força de trabalho nacional ficou desempregada. Mais ou menos o que está acontecendo com o Brasil, hoje, com exceção da crise no setor financeiro. Este é amparado pela maior taxa de juros no mundo.

A diferença é que o líder da recuperação norte-americana era Franklin Roosevelt, que implantou a política do New Deal com determinação. Roosevelt liderou os Estados Unidos no esforço de guerra até a vitória em 1945.

Na segunda fase do New Deal, entre l935 e 38, Roosevelt, aprovou a lei de seguridade social, de agosto de 1935, que criou os seguros desemprego, invalidez e velhice, garantindo também aos trabalhadores o acesso à casa própria.

Apenas uma diferença básica entre as duas depressões, a norte-americana e a brasileira: Roosevelt elegeu-se pelo voto, sempre com ampla maioria e não precisou chegar ao poder com conchavos e traições.

Roosevelt morreu, aos 63 anos, em 12 de abril de 1945, em Warm Springs, na Geórgia, vítima de uma hemorragia cerebral. Quando faleceu, a guerra ainda não havia terminado, mas a vitória estava próxima. Ele não tinha cumprido ainda um ano em seu quarto mandato, mas, mesmo assim, ocupou o cargo por mais tempo do que qualquer outro presidente dos Estados Unidos, deixando um legado de reformas sociais e econômicas que se mantêm até hoje.

Informações do acervo de O Globo.

Um baiano descobre o petróleo nos subúrbios de Salvador. Agora, entrega-se tudo às multinacionais.

O engenheiro patriota
O engenheiro patriota

Foi no Lobato que se descobriu o primeiro poço de petróleo do Brasil. Em 1930, o engenheiro agrônomo Manoel Ignácio de Bastos, com base no relato de populares de que usavam uma lama preta como combustível de suas lamparinas e fifós, coletou uma amostra e constatou que se tratava de petróleo. Conseguiu uma audiência com o Presidente Getúlio Vargas a quem entregou um laudo técnico de seu achado. Ficou esperando o resultado. Não tendo sucesso, procurou o então Presidente da Bolsa de Valores da Bahia, Oscar Cordeiro, a fim de que fosse dado uma força. (1933). A força foi demasiada! Ele próprio assumiu a descoberta do petróleo e ganhou todas as homenagens pelo feito. Em 1940, por exemplo, quando Getúlio Vargas esteve na Bahia, de hidroavião, dirigiu-se de lancha até o Lobato. Ao seu lado estava o senhor Oscar Cordeiro. Diz-se que, na época, o verdadeiro descobridor agonizava num leito de um hospital.

Getúlio e Cordeiro, na criação da Petrobras em 1953
Getúlio e Cordeiro, na criação da Petrobras em 1953

 
Mas a Petrobrás agiu de maneira decente e digna. 15 anos após, a empresa reconheceu a verdadeira autoria da descoberta, após analisar extensa análise documental apresentada pela viúva de Bastos.
É impressionante a entrevista da referida senhora, que se chamava Diva concedida ao Jornal da Bahia na década de 1950. Num determinado trecho ela em carta dirigida à filha diz: “ Minha filha, eu agora tomei um choque. Passei no Lobato e vi lá uma placa – “Mina de Petróleo de Oscar Cordeiro”. E eu retruquei. Não disse a você, Maneca, que não convidasse ninguém e esperasse ajuda do governo? E Maneca, sempre incisivo nas respostas: “mas minha filha, Cordeiro como presidente da Bolsa de Mercadorias, pode levar avante a parte comercial da sociedade”.
Maneca era o apelido de Manoel Ignácio Bastos.

Poucos anos depois, o Poço Manoel Ignácio Bastos foi fechado pela Petrobrás. Para que tal ocorresse, aconteceu uma verdadeira operação de guerra. Todos os moradores da região foram avisados de que não poderiam acender fogão durante uma semana. A Petrobrás garantiria o fornecimento de marmitas durante esse período. Foi o que aconteceu. D. Maria, moradora do local sendo entrevistada revelou: “Foi uma semana de mordomia. Nunca passamos tão bem”.

Depois de 69 anos, Barreiras recebe novamente um presidente da República.

Por Ana Cedro, do jornal Novoeste, com fotos de arquivo de Ignez Pitta.

Cerimônia de entrega do Hospital Eurico Dutra em 1946. À esquerda, o Bispo de Barra faz uma bênção ao hospital e saudação ao Presidente Dutra, que está ao centro. Próximos ao Bispo: Mário Cardoso, Nilson Pamplona,  Anibal Barbosa, João Alves, Dr. Orlando Carvalho, Ney Mármori.

A presidente Dilma Rousseff estará em Barreiras, nesta sexta-feira (2 de outubro), para entregar 1476 casas do Programa Minha Casa, Minha Vida. Ainda na Bahia, serão beneficiados os municípios de Campo Formoso, Feira de Santana, Dias D’Ávila e Irecê que, simbolicamente, receberão as unidades por meio de videoconferência. No total são 3,2  mil unidades.

Segundo a historiada Ignez Pitta de Almeida, o primeiro presidente da República que veio a Barreiras foi Eurico Gaspar Dutra no ano de 1946 a convite de Geraldo Rocha, para entregar à população de Barreiras e região o Hospital Eurico Dutra.


Getúlio Vargas chega a Barreiras de canoa. Nessa foto genial de Napoleão Macedo, vê-se, à frente, acenando, Getúlio Vargas. junto a ele, seu guarda-costas, Gregório Fortunato, preso em 1954, pelos militares na famosa “República do Galeão”. Os demais são barreirenses. Ele vinha a Barreiras fazer campanha como candidato a Presidente, sendo hóspede de Geraldo Rocha, na Água Doce.

Ainda conforme a historiadora, Getúlio Vargas também veio à Barreiras, porém como presidenciável, na mesma década. E por fim, também em campanha eleitoral, veio Fernando Collor, na época do então prefeito Paulo Braga, no final da década de 80.

História: no tempo em que os debates políticos eram feitos ao fio da espada.

O comando das tropas federalistas
O comando das tropas federalistas

A revolução federalista de 1893 foi a primeira, nos primórdios da República, a contestar o arbítrio do poder central e do regime ditatorial no Rio Grande do Sul.

O início da revolução

Em 1892, o governo de Júlio de Castilhos entra numa fase de instabilidade, o Rio Grande do Sul está em ebulição, de um lado os castilhistas Pica-paus ou Chimangos e do outro os federalistas maragatos liderados pelo General João Nunes da Silva Tavares, o Joca Tavares. A Revolução Federalista estava se iniciando. Gumercindo tendo se negado a aderir ao castilhismo, estava sendo perseguido e resolve voltar ao Uruguai onde os rebeldes estavam formando suas tropas.

Gumercindo, decapitado mesmo depois de enterrado
Gumercindo, decapitado mesmo depois de enterrado

Em 2 de fevereiro de 1893, acompanhado por seu irmão Aparício Saraiva e liderando cerca de quatrocentos cavaleiros atravessou a fronteira pelo povoado da Serrilhada, entrando no Rio Grande do Sul, juntando-se aos homens do General João Nunes da Silva Tavares, formando assim o Exército Libertador, um contingente de mais de três mil homens, que em pouco tempo com as adesões, chegaria a doze mil. Consta que um terceiro irmão, Mariano, também teria participado desta revolução. No Uruguai os três irmãos Saraiva (Saravia) eram conhecidos como Os três de Cerro Largo.

Em 4 de abril de 1893 acontece a primeira batalha com as tropas legalistas (Pica-paus). Depois de vários combates com as forças do governo, percebendo estar diante de um exército melhor preparado e armado, Gumercindo Saraiva parte para a prática de guerrilha, evita combates convencionais, dispersa as tropas legais para tentar vencê-las depois, em partes, tática esta que deu certo.

Os maragatos vão ao norte

A obstinada resistência oposta às tropas federalistas na cidade de Lapa (Paraná), pelo Coronel Gomes Carneiro, frustrou as pretensões rebeldes de chegarem à capital da República.

Gumercindo Saraiva e sua tropa dirigiram-se para Dom Pedrito. De lá iniciaram uma série de ataques relâmpagos contra vários pontos do estado, desestabilizando as posições conquistadas pelos legalistas.

Em seguida rumaram ao norte, avançando em novembro sobre Santa Catarina e chegando ao Paraná, sendo detidos na cidade da Lapa, a sessenta quilômetros a sudoeste de Curitiba. Nesta ocasião, o coronel Gomes Carneiro morreu em fevereiro de 1894 sem entregar suas posições ao inimigo, no episódio que ficou conhecido como o Cerco da Lapa.

O almirante Custódio de Melo, que chefiara a revolta da Armada contra Floriano Peixoto, uniu-se aos federalistas e ocupou Desterro, atual Florianópolis. De lá chegou a Curitiba, ao encontro do caudilho-maragato Gumercindo Saraiva.

A resistência da Lapa impediu o avanço da revolução. Gumercindo, então impedido de avançar, bateu em retirada para o Rio Grande do Sul. Morreu em 10 de agosto de 1894 ,após ser atingido por um tiro desferido a traição enquanto reconhecia o terreno na véspera da Batalha do Carovi.

A volta aos pampas

Após a queda da Lapa, rumou para Curitiba que encontrou completamente desguarnecida, partindo em seguida para Ponta Grossa, onde enfrentou as tropas legais que haviam recebido reforços de São Paulo, obrigando-o a recuar, iniciando assim a retirada e seu retorno ao Rio Grande do Sul, agora acossado pelas tropas do governo.

Em marcha pelos três estados, desde sua partida de Jaguarão até o retorno ao Sul, o General Gumercindo Saraiva e suas tropas percorreram a cavalo, um trajeto de mais de 3.000 km.

Em 27 de Junho de 1894 enfrentou sua última grande batalha. No dia 10 de Agosto morreu com um tiro no tórax, de tocaia, antes de iniciar a Batalha do Carovi, no lugar que ficou conhecido como Capão da Batalha, em área hoje situada no município de Capão do Cipó.

Numa guerra de barbáries em ambos os lados, dois dias depois de enterrado, no cemitério Santo Antônio de Capuchinhos, atual município de Itacurubi, seu corpo foi retirado da cova, teve a cabeça decepada e levada em uma caixa de chapéus ao governador Júlio de Castilhos.

Na realidade, quando Júlio de Castilhos soube que um major das tropas regulares se dirigia a Porto Alegre, de trem, para levar a cabeça de Gumercindo, se horrorizou. Era um ditador, mas esclarecido, advogado com formação na Europa.

Determinou a prisão do major bárbaro, que foi interceptado em Santa Maria e aconselhado a voltar para trás com o seu macabro troféu. Dizem que ele jogou fora a cabeça de Gumercindo no trecho entre Santa Maria e Tupãciretã.

Hoje que acontecem vendavais e tempestades na região, comuns na primavera, diz-se que Gumercindo está revoltado à procura de sua cabeça. E todos rezam em silêncio pela alma do grande guerrilheiro.

Seu corpo, mais tarde, foi levado e sepultado no cemitério municipal de Santa Vitória do Palmar, sem a cabeça. Da wikipedia, com edição deste jornal.

Em 1923, Chimangos e Maragatos voltariam a se enfrentar novamente, desta vez para apear do poder  Borges de Medeiros, sucessor e discípulo de Júlio de Castilhos. Em 1930, a gauchada unida, liderada por Getúlio Vargas, foi amarrar os cavalos no obelisco da avenida Presidente Vargas no Rio de Janeiro, iniciando o longo governo que só foi encerrado com o suicídio do Velho em 24 de agosto de 1954.

Quando você, caro leitor, ver um gaúcho de lenço vermelho no pescoço, saiba que ali está representado um século (desde 1835) de heroísmo e inconformismo com o arbítrio e com as ditaduras.

A história da qual todo brasileiro precisa estar inteirado

divisão canet

Todo brasileiro e, mais especialmente os baianos, precisam ler a história de Canudos, uma das maiores barbáries cometidas pelo Governo Federal contra os sertanejos. Hoje, 120 anos, os moradores da caatinga continuam a ser barbarizados pelo assistencialismo maroto, pela politicagem dos governos e pela seca. A seguir, fornecemos alguns links na internet, para que a história tenha suas verdades reveladas, inclusive da grande obra de Euclides da Cunha, Os Sertões.

Comissão reconhece 434 mortes e desaparecimentos durante ditadura militar

Michélle Canes e Graça Adjuto da Agência Brasil

Depois de dois anos e sete meses de trabalho, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) confirmou, em seu relatório final, 434 mortes e desaparecimentos de vítimas da ditadura militar no país. Entre essas pessoas, 210 são desaparecidas.

No documento entregue hoje (10) à presidenta Dilma Rousseff, com o relato das atividades e a conclusão dos trabalhos realizados, a CNV traz a comprovação da ocorrência de graves violações de direitos humanos. “Essa comprovação decorreu da apuração dos fatos que se encontram detalhadamente descritos no relatório, nos quais está perfeitamente configurada a prática sistemática de detenções ilegais e arbitrárias e de tortura, assim como o cometimento de execuções, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres por agentes do Estado brasileiro” diz o texto.

Foto de Antonio Cruz, da Agência Brasil
Foto de Antonio Cruz, da Agência Brasil

Mais de 300 pessoas, entre militares, agentes do Estado e até mesmo ex-presidentes da República, foram responsabilizadas por essas ações ocorridas no período que compreendeu a investigação. O documento diz ainda que as violações registradas e comprovadas pela CNV foram resultantes “de ação generalizada e sistemática do Estado brasileiro” e que a repressão ocorrida durante a ditadura foi usada como política de Estado “concebida e implementada a partir de decisões emanadas da Presidência da República e dos ministérios militares”.

Outro ponto de destaque das conclusões do relatório é que muitas das violações comprovadas durante o período de investigação ainda ocorrem nos dias atuais, apesar da existência de um contexto político diferente. Segundo o texto, “a prática de detenções ilegais e arbitrárias, tortura, execuções, desaparecimentos forçados e mesmo de ocultação de cadáveres não é estranha à realidade brasileira contemporânea” e crescem os números de denúncias de casos de tortura.

Diante dessas conclusões, o relatório final da CNV traz 29 recomendações, divididas em três grupos: medidas institucionais, iniciativas de reformulação normativa e de seguimento das ações e recomendações dadas pela comissão.

Entre as recomendações estão, por exemplo, questões como a determinação da responsabilidade jurídica dos agentes públicos envolvidos nessas ações, afastando a aplicação da Lei da Anistia (Lei 6.683/1979) por considerar que essa atitude “seria incompatível com o direito brasileiro e a ordem jurídica internacional, pois tais ilícitos, dadas a escala e a sistematicidade com que foram cometidos, constituem crimes contra a humanidade, imprescritíveis e não passíveis de anistia”.

A CNV recomenda também, entre outros pontos, a desvinculação dos institutos médico-legais e órgãos de perícia criminal das secretarias de Segurança Pública e das polícias civis, a eliminação do auto de resistência à prisão e o estabelecimento de um órgão permanente para dar seguimento às ações e recomendações feitas pela CNV.

Em suas mais de 3 mil páginas, o documento traz ainda informações sobre os órgãos e procedimentos de repressão política, além de conexões internacionais, como a Operação Condor e casos considerados emblemáticos como a Guerrilha do Araguaia e o assassinato da estilista Zuzu Angel, entre outros. O volume 2 do documento traz informações sobre violações cometidas contra camponeses e indígenas durante a ditadura.

A Comissão Nacional da Verdade foi instalada em 2012. Criada pela Lei 12.528/2011, a CNV será extinta no dia 16 de dezembro.

 

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Hay gobierno? Soy contra!

Borges, o chimango
Borges, o chimango

Será que vai se confirmar a velha história de que gaúcho sempre vota com a Oposição? Candidato à reeleição, Tarso Genro continua em desvantagem no Datafolha em relação à rival Ana Amélia Lemos. Coisa de 37% a 27% no primeiro turno, anotou pesquisa divulgada nesta quinta. No segundo turno, Ana Amélia prevalece por 49% a 36%.

Os gaúchos não gostam da mesma gente muito tempo no poder, desde que Julio de Castilhos foi governador por 10 anos e, depois seu discípulo, Borges de Medeiros, ficou no poder de 1913 a 1928.  Os maragatos tiveram que fazer uma revolução em 1923, sob a liderança de Assis Brasil, para se assegurar, através do tratado de Pedras Altas, que o Chimango não fosse reeleito. Mesmo assim, foi sucedido por gente do mesmo partido, Getúlio Vargas, que só saiu do Governo para fazer a revolução de 30 e ser entronizado como ditador do País.

Todas as questões sobre o 11 de setembro já foram respondidas?

11 de setembro

Na manhã de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos foi atingido por um ataque terrorista. Quatro aviões sequestrados, prédios do World Trade Center e Pentágono destruídos, além de 2996 pessoas mortas.  Das vítimas, 246 estavam nos aviões sequestrados, 2.606 em Nova York, e 125 no Pentágono. Naquele dia, 19 homens da rede Al-Qaeda sequestraram quatro aviões, usados para atacar prédios que simbolizavam o poder norte-americano.

Duas das aeronaves atingiram as Torres Gêmeas do World Trade Center (Nova York) e outra bateu no Pentágono (Washington); o quarto avião caiu na Pensilvânia. Um quinto avião estava incluído no plano inicial da Al-Qaeda.

Existem algumas questões sem resposta sobre uma teoria de conspiração interna:

-Larry Silverstein comprou o leasing do WTC entre 2000 e 2001 e dois meses antes do “ataque” ele segurou os prédios em dois bilhões de dólares contra ataque terrorista, algo como todos sabemos um tanto incomum.

-Outros falam em ato de “criação de ódio” contra os árabes e fomentar as guerras americanas na saga pelo petróleo e a hegemonia Israelense no Médio Oriente.

-Desaparecer com 1,5 trilhões de dólares a fundo perdido das contas do Pentágono (Rumsfeld declarou um dia antes).

-Documentos e provas contra a Enron que desapareceram na queda do prédio 7. A Enron Corporation era uma companhia de energia estadunidense, localizada em Houston, Texas. A Enron empregava cerca de 21.000 pessoas, tendo sido uma das companhias líderes no mundo em distribuição de energia (eletricidade, gás natural) e comunicações. Seu faturamento atingia $101 bilhões de dólares em 2000, pouco antes do escândalo financeiro que ocasionou sua falência.1

Alvo de diversas denúncias de fraudes contabilistas e fiscais e com uma dívida de US$ 13 bilhões, o grupo pediu concordata em dezembro de 2001 e arrastou consigo a Arthur Andersen, que fazia a sua auditoria. Na época, as investigações revelaram que a Enron havia manipulado seus balanços financeiros, com a ajuda de empresas e bancos, e escondeu dívidas de US$ 25 bilhões por dois anos consecutivos, tendo seus lucros inflados artificialmente.

O governo dos Estados Unidos abriu dezenas de investigações criminais contra executivos da Enron e da Arthur Andersen. A Enron foi também processada pelas pessoas lesadas. De acordo com os investigadores, os executivos e contadores, assim como instituições financeiras e escritórios de advocacia, que à época trabalhavam para a companhia, foram, de alguma forma e em diferentes graus, responsáveis pelo colapso da empresa.

Na verdade, seguiu-se um período de forte intervenção norte-americana no exterior, em especial no Afeganistão e no Iraque, com investimentos vultosos na indústria bélica, a máquina que impulsiona o crescimento econômico dos EUA.

20 anos depois, o Plano Real ainda governa nossa vida financeira

plano real

“Era um sábado, 02 de julho de 1994. Fernando Henrique Cardoso amanhece em Poços de Caldas (MG) e se dirige para a agência do Banco do Brasil. Abre a carteira, pega seu dinheiro, sempre pouco, e os troca por Reais. Ao tomá-los nas mãos encheu-se de orgulho, e se lembrou do longo caminho percorrido, um ano inteiro trabalhando na formulação do plano econômico, explicando-o à sociedade, até chegar ao lançamento da nova moeda. Já candidato à Presidente, FHC sentiu o peso da responsabilidade. Das Minas Gerais, o Brasil inteiro lhe abria as portas para seu comando político.” Da página de FHC no Facebook.

Os mais velhos, como este editor, ainda lembram dos seis planos milagrosos, além das 4 moedas diferentes, a começar pelo Cruzado, em 1986, que acabaram não dando certo. Depois de 1994, 20 anos de estabilidade econômica e a inserção do País nas comunidades financeiras internacionais. Cada brasileiro deve uma pequena oração de gratidão a FHC, principalmente pela dureza dos seus dois mandatos na consolidação do plano Real.

2 de julho: a Independência da Bahia

Parreiras: o primeiro passo para a Independência da Bahia
Parreiras: o primeiro passo para a Independência da Bahia

A Independência da Bahia foi um movimento que, iniciado em 1821 (mas com raízes anteriores) e com desfecho em 2 de julho de 1823, motivado pelo sentimento federalista emancipador de seu povo, terminou pela inserção daquela então província na unidade nacional brasileira, durante a Guerra da independência do Brasil.

Aderira Salvador à Revolução liberal do Porto, de 1820 e, com a convocação das Cortes Gerais em Lisboa, em janeiro do ano seguinte, envia deputados como Miguel Calmon du Pin e Almeida na defesa dos interesses locais. Divide-se a cidade em vários partidos, o liberal unindo mesmo portugueses e brasileiros, interessados em manter a condição conquistada com a vinda da Corte para o país de Reino Unido, e os lusitanos interessados na volta ao status anterior.

Dividem-se os interesses, acirram-se os ânimos: de um lado, portugueses interessados em manter a província como colônia; do outro, brasileiros, liberais, conservadores, monarquistas e até republicanos se unem, finalmente, no interesse comum de uma luta que já se fazia ao longo de quase um ano e que somente se faz unificada com a própria Independência do Brasil a partir de 14 de junho de 1822, quando é feita na Câmara da vila de Santo Amaro da Purificação a proclamação que pregava a unidade nacional, e reconhecia a autoridade de D. Pedro I.

Na Bahia a luta pela Independência veio antes da brasileira, e só concretizou-se quase um ano depois do 7 de setembro de 1822: ao contrário da pacífica proclamação às margens do Ipiranga, só ao custo de milhares de vidas e acirradas batalhas por terra e mar emancipou-se de Portugal, de tal modo que seu Hino afirma ter o Sol que nasceu ao 2 de julho brilhado “mais que o primeiro”. Com dados da Wikipedia.

O desfile de hoje

A Polícia Militar da Bahia (PMBA) atua com 2.511 policiais e 98 bombeiros militares durante as comemorações pela Independência da Bahia, nesta quarta-feira (2), em Salvador. O efetivo da Operação 2 de Julho foi distribuído por todo o trajeto e adjacências, inclusive nos pontos e terminais de ônibus, em barreiras de trânsito, patrulhas e duplas.
O policiamento contará com o apoio da tropa especializada como o Esquadrão Águia, Esquadrão de Polícia Montada, Batalhão de Choque, Grupamento Aéreo (Graer), Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (BEPE) e as Companhias Independentes de Policiamento Especializado (CIPEs), além do Corpo de Bombeiros.
O policiamento iniciou na tarde desta terça-feira (1), em Pirajá, com a chegada do tradicional fogo simbólico, e ficará até o último dia oficial da comemoração. Entre as atividades realizadas pela Polícia Militar, está a varredura destinada a manter livres as vias por onde passará o cortejo e a distribuição das patrulhas ao longo do trajeto.
Ao todo, 98 bombeiros militares atuarão nos dois turnos, com equipes a pé e o apoio de três viaturas Auto Bomba Tanque, cinco motocicletas e uma ambulância do Salvar, que ficará de prontidão para realizar atendimento médico.
As atividades operacionais se somam à participação da PMBA nos festejos cívicos, com uma comissão oficial que acompanhará o comandante geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro. O festejo vai contar ainda com a apresentação do Coral da PM na execução do Hino ao Dois de Julho do Estado da Bahia, acompanhado da Banda de Música Maestro Wanderley, no Largo do Campo Grande, no turno vespertino.

14.07.02---Carne

Roberto Sena e as histórias deliciosas da velha Barreiras

senaO blogueiro Roberto de Sena está nos trazendo, novamente, histórias deliciosas, mescladas com um pouco de ficção, agora sobre a política do oeste baiano. O capítulo sobre a atuação de Baltazarino na política é imperdível. Sena vai editar um livro sobre as historietas não contadas, com circulação no final do ano. Veja aqui.

JK foi assassinado, ao contrário do que diz a Comissão da Verdade

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O artigo de autoria de Gilberto Natalini* dá uma ideia, ampla ideia, de como agia a repressão e a conspiração nos anos de chumbo. Juscelino foi imolado em “acidente” de carro, assim como Jango e Lacerda, todos candidatos a uma eventual substituição ao ditador de “serviço”.

Ao contrário do que sustenta a Comissão Nacional da Verdade (CNV), o ex-presidente Juscelino Kubitschek não morreu em acidente de trânsito, mas foi assassinado pela ditadura militar. O levantamento federal despreza evidências, testemunhos e provas da investigação da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog (CMVVH) de São Paulo, de onde JK saiu para morrer em 22 de agosto de 1976, após cruzar a divisa São Paulo – Rio de Janeiro, na rodovia Presidente Dutra.

Em artigo neste espaço (“JK, assassinato ou acidente?“, 28/4), José Paulo Cavalcanti Filho, da CNV, escreveu que o desastre ocorreu numa reta. JK morreu após sequência de quatro curvas, sendo que a última, em leve aclive à direita, não foi completada pelo motorista do presidente, Geraldo Ribeiro. E nada justifica que o experiente Ribeiro fizesse manobra arriscada, ultrapassando um ônibus pela direita em curva, a não ser extrema emergência.

Quase 38 anos depois, a CNV ressuscita “investigação” da ditadura que responsabilizou o motorista da Viação Cometa, Josias Nunes de Oliveira. Segundo a acusação, o ônibus bateu no automóvel, lançando-o desgovernado para a outra pista, onde colidiu contra um caminhão.

A CNV menosprezou os testemunhos dos passageiros do ônibus que, unanimemente, informaram não ter havido choque com o Opala de JK. Oliveira foi absolvido na década de 1970 em dois julgamentos nos quais a acusação ousou apresentar laudo de tintas sem assinatura.

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Em sua “investigação”, a CNV não leva em conta que JK e Ribeiro morreram três minutos após deixarem o hotel-fazenda Villa-Forte, cujo proprietário era o brigadeiro Newton Junqueira Villa-Forte, um dos criadores do Serviço Nacional de Informações (SNI), ligado ao então ministro da Casa Civil, general Golbery do Couto e Silva, e ao chefe do SNI em 1976, general João Baptista Figueiredo. Assim como a CNV, autoridades policiais do Rio jamais investigaram a parada de JK no hotel.

Candidato declarado

Na perícia da ditadura, o lado esquerdo da traseira do Opala está intacto em fotografia da noite do “acidente”, mas danificado no dia seguinte, para justificar a batida, após uma troca estranha de peritos.

Em depoimento à CMVVH, ignorado pela CNV, o jornalista Ivan Machado, que cobriu o “acidente”, relatou que policiais rodoviários alteraram a posição do Opala na Dutra, antes da perícia, cumprindo ordens.

Em suas conclusões, a CNV elogia a Polícia Civil e o Instituto de Criminalística do Rio de Janeiro, que “não mediram esforços para elucidar o acidente”, mas não emite parecer, por exemplo, sobre a falta de radiografias no cadáver de Ribeiro.

A CNV manteve-se alheia à ameaça de morte à jornalista que reportou que Sarah Kubitschek, viúva de JK, acreditava no assassinato do marido. Da mesma forma, deixou de lado declaração do motorista da Viação Cometa sobre a oferta de suborno que recebeu para assumir a responsabilidade pela morte de JK.

Outro depoimento ao qual a CNV fez vistas grossas foi o do motorista Ademar Jahn, que declarou ter visto o motorista de JK com a cabeça caída entre o volante e a porta do Opala antes do choque com o caminhão. Ou seja, Ribeiro não completou a curva à direita, e o Opala seguiu descontrolado para a contramão da Dutra porque, provavelmente, o motorista já estava sem vida.

O “Relatório JK”, da CMVVH, traz 103 itens que demonstram o assassinato de JK. Em seu depoimento, Carlos Heitor Cony relata ter apurado que, ao deixar o estacionamento do hotel-fazenda Villa-Forte, Ribeiro estranhou o Opala e indagou se alguém havia mexido no veículo.

Para provar que não ocorreu sabotagem, a Polícia Civil do RJ apresentou os destroços do carro para nova perícia em 1996. Descobriu-se depois que o Opala examinado tinha número do motor diferente do Opala que conduzia JK. A perícia foi feita em outro veículo.

Em 1976, JK dava os primeiros passos para se candidatar a presidente. Morto JK, o eleito foi o general João Baptista Figueiredo, o mesmo que havia sido aluno do brigadeiro Newton Junqueira Villa-Forte.

*Gilberto Natalini, 62, é médico, vereador (PV-SP) e presidente da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog de São Paulo

Luta armada foi um erro, admite Franklin Martins: “Levou os melhores de nós”.

Os libertados em troca do sequestro do embaixador americano, chefiado por Franklin. Entre eles, José Dirceu.
Os libertados em troca do sequestro do embaixador americano, chefiado por Franklin. Entre eles, José Dirceu.

Franklin Martins, chefe da campanha eleitoral de Dilma Rousseff, junto com o marqueteiro João Santana, admitiu, ontem, durante um evento em Brasília, que a luta armada contra o regime de 64 foi um erro.

“Tem gente que diz que a ditadura não foi brava assim. Mas você não diz se uma ditadura é branda porque morreu mais ou menos gente, e sim por ter amordaçado o país, impedido as pessoas de se expressar. A essência da ditadura é ‘me aplaude que você vai se dar bem, me enfrenta que você vai pros quintos dos infernos’”.

Martins participou de um dos seminários do evento que lembram os 50 anos do golpe de 64. Convidado para contar sua experiência na luta armada durante a ditadura, o jornalista acredita ter sido um erro do movimento ter pego em armas contra as forças militares. “A luta armada foi um erro. Não porque não se pode fazer a luta armada, mas sim porque não fortalecemos a luta contra a ditadura. Muitos dos melhores, dos mais talentosos de nós, se expuseram e foram massacrados”.

Respondendo às perguntas do público, ele comentou sobre o trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que pretende revelar pontos ainda obscuros no período de repressão no Brasil. Para Martins, se a CNV for capaz de fazer as Forças Armadas pedirem desculpas sobre os chamados Anos de Chumbo, o trabalho terá rendido frutos. “Para que o país possa seguir por um caminho certo, todos precisam reconhecer o que foi feito errado”.

Muito lembrado por ter participado do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, usado na troca por colegas presos pelo regime, Martins concluiu dizendo que o período mais difícil não foi enquanto esteve no Brasil, resistindo. “Para mim o exílio em Paris foi a pior coisa. Lá, eu era um cara fora da minha terra, enquanto as pessoas no meu país morriam”. Contudo, ele afirma não ter se arrependido da postura que adotou contra a ditadura militar. “Eu fico feliz que a gente deixou alguma coisa para vocês. Eu olho para a minha neta e sei que ela vai crescer em liberdade, e isso não tem preço”. Trecho de matéria da Agência Brasil, editado por este jornal.

As entranhas expostas do golpe. O teatro de operações de 1964

O texto publicado nas próximas páginas é um trecho editado de “Cinquenta Anos Esta Noite”, a sair pela Record em junho, no qual o político narra, em tom pessoal, a escalada dos eventos que levariam ao golpe. Em 1º de abril de 1964, quando os militares tomaram o poder no país, José Serra, 22, era o presidente da UNE. Neste momento, em que multiplicam nas mídias sociais apelos espúrios pelo “retorno” dos militares, diante da possibilidade de um “golpe” de esquerda, a publicação é oportuna. Vale a pena ler o artigo até o fim. A história tende, de maneira inapelável, a se repetir. E isto é que os brasileiros com um mínimo de espírito democrático não devem nem, em seus piores pesadelos, permitir. 

por José Serra

— Presidente, nós defendemos que o pedido de estado de sítio seja retirado. Vai suprimir as garantias constitucionais e fortalecer a direita. Vai acabar se voltando contra o povo, contra seu governo e contra o senhor mesmo.

— Olha, jovem, tu não precisas te preocupar, porque, antes de vir aqui, já tomei providências para retirar. Não deixem essa notícia circular, pois vou anunciar depois de amanhã. Acho bom vocês continuarem falando contra daqui até lá. Direi que atendi a seu pedido. Mas o estado de sítio não era para agredir vocês, não era contra o povo, não. Ao contrário. Eu sei das dificuldades que tenho”¦ Agora vou lhes dizer uma coisa: eu não vou terminar este mandato, não. Não chegarei até o fim.

O presidente era João Goulart, e o jovem, eu mesmo, numa tarde de domingo, 6 de outubro de 1963, no apartamento de um familiar de Jango, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Estavam lá uns seis ou sete dirigentes da Frente de Mobilização Popular (FMP).

Eu era presidente da UNE, e o então deputado Leonel Brizola, ao abrir a reunião sigilosa, sugeriu que eu expusesse os motivos de nossa rejeição ao estado de sítio que Jango solicitara ao Congresso.

Serra em foto de Milton Guran.
Serra em foto de Milton Guran.

Na FMP, havia sempre uma tensão entre duas alas: a mais brizolista e radical e a que girava em torno do Partido Comunista Brasileiro e do então governador de Pernambuco, Miguel Arraes, tida como mais moderada. O PCB era a força hegemônica da Frente do Recife, que elegera Arraes prefeito e depois governador. Dentro da FMP, de certo modo, a UNE era tida como não alinhada.

João Goulart estava sentado numa cadeira confortável, com uma perna esticada num banquinho, e falava sem focalizar bem os interlocutores nos olhos. Parecia cansado, mas foi cordial até mesmo quando um dirigente do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) Demístocles Batista, o Batistinha, poderoso dirigente dos ferroviários, para constrangimento de todos, entregou-lhe uma cópia da carta- testamento de Getúlio, insinuando que não a estava respeitando.

A partir do episódio do estado de sítio e da reunião com Jango, senti que o governo não iria se aguentar. Fiquei assombrado ao ouvir do presidente da República, conformado, uma convincente previsão pessimista sobre o destino do seu mandato. Não parecia fazer chantagem emocional. Em nenhum momento mais, nos seis meses que transcorreriam até o golpe, essa ideia me abandonou.

Depois da conversa, fomos para o lanche, no outro lado da sala, de pé, num ambiente mais descontraído, com sanduíches frios, refrigerantes e um enjoativo vinho branco alemão, que era moda na época. Bebida destilada, nem pensar, não aparecia nesse tipo de reunião política. Enquanto bebia o vinho, Jango me puxou para o lado e disse, em tom confidencial, algo que me deixou um tanto sem graça: “Sabe, Serra, os militares vivem me dizendo que a tua UNE e tu mesmo mereciam umas boas palmadas, mas eu defendo vocês. Sabias? Eu te defendo. Sei o que me custa. Vocês devem se cuidar”. Continue Lendo “As entranhas expostas do golpe. O teatro de operações de 1964”

Leituras: Santayanna e a triste história da interferência yankee no projeto FX2

O PAK FA T-50: tecnologia disponível para o Brasil com a aquisição do SU 35
O PAK FA T-50 stealth figther: tecnologia disponível para o Brasil com a aquisição do SU 35

O experiente jornalista Mauro Santayanna disserta, em seu blog, sobre a sinuca de bico em que os três últimos presidentes do País foram constrangidos, pelos Estados Unidos, para a compra do seu caça F-18 Super Hornet Boeing, com vistas ao reequipamento da Força Aérea Brasileira, dentro do Projeto FX2. Santayanna não cita, mas a supremacia norte-americana em informática e comunicação via web é tão violenta e agressiva, que uma opção de melhor relação custo/benefício, como o SU 35, russo, poderia ser um desastre. Exemplo histórico disso pode ser o fato dos experimentados pilotos iraquianos, na primeira guerra no Iraque, simplesmente não terem decolado para combater os aliados. Todo o seu sistema de comunicação e desenvolvimento do voo, além de contra medidas, estava contaminado por um insidioso vírus transmitido por impressoras HP, adquiridas na França, 6 meses antes do início da batalha.

“Os pilotos da FAB, que majoritariamente prefeririam a compra de jatos russos Sukhoi-35, no lugar de caças norte-americanos F/A 18E, devem estar com suas esperanças renovadas, em razão da espionagem direta da NSA (agência nacional de segurança) norte-americana sobre a Presidente Dilma Rousseff e outros membros do governo brasileiro. As denúncias praticamente sepultam as chances da Boeing vencer a licitação do Programa F-X2.

O Brasil não foi apenas mais um país entre os muitos espionados pelos EUA, mas o país estrangeiro mais espionado pelos EUA.
Os norte-americanos nos consideram não apenas um adversário potencial, mas – como criador dos BRICS e terceiro credor dos EUA – o seu pior inimigo, a nação mais perigosa do mundo, no contexto geopolítico.

Se os Estados Unidos são capazes, do ponto de vista moral, de espionar até o email dos outros, como o mais vulgar fofoqueiro de escritório ou hacker ladrão de senha de banco e de cartão de crédito, imagine-se o que não fariam com os códigos-fonte dos novos caças brasileiros, e o que não fazem, por meio das empresas (próprias e originárias de outros países da OTAN), que trabalham na indústria de “brasileira” de defesa.

A nova motorização e aviônica dos caças AMX – os primeiros exemplares modernizados foram entregues pela Embraer à FAB essa semana – mostram que, se quisermos, poderemos fabricar aqui mesmo, a partir desse vetor subsônico, aviões intermediários para cuidar da defesa de nossas fronteiras.

Quanto à compra de caças-bombardeios de primeira linha, a aproximação com os russos, com a aquisição dos Sukhoi-35 como fator de dissuasão, nos permitiria entrar de pleno como sócios em bases iguais – com garantia de desenvolvimento e transferência de tecnologia – no Projeto do PAK FA T50, o caça multipropósito de quinta geração que está sendo construído em conjunto por russos e indianos no âmbito dos BRICS.

O PAK-FA está sendo desenvolvido justamente para substituir o Sukhoi SU-35 (sua tecnologia os russos já asseguraram ao Brasil em caso de compra), como o principal caça russo para a primeira metade do século XXI. É um caça-bombardeio polivalente de incrível manobrabilidade (ver vídeo), com um alcance de 5.000 quilômetros, e carga de 10 toneladas de armas.

Enquanto os EUA fazem o que querem com as nossas telecomunicações – criminosamente desnacionalizadas no Governo Fernando Henrique, a ponto de entregar até os BrasilSATs para os mexicanos – a Embraer se aproxima perigosamente da Boeing, em projetos como o do novo transporte militar KC-390, originalmente projetado no Brasil, e concebido inicialmente como um avião regional, sem participação norte-americana.

Considerações de mercado não podem sobrepor-se a interesses estratégicos nacionais, principalmente quando se trata de “sócios” com a credibilidade e caráter de nossos vizinhos do norte.”

Publicado no Blog do Mauro Santayanna

JK assassinado, diz comissão da verdade

A Comissão Municipal da Verdade de São Paulo informou nesta segunda-feira (9) que o relatório a ser divulgado amanhã traz evidências de que o ex-presidente Juscelino Kubitschek, morto em um acidente de carro em 1976, teria sido assassinado pela ditadura militar em 1976 durante viagem de carro, e não em um acidente de carro, como diz a história oficial.

“Não temos dúvida de que Juscelino Kubitschek foi vítima de conspiração, complô e atentado político”, afirma o vereador Gilberto Natalini, presidente da Comissão Municipal da Verdade.

As circunstâncias da morte do presidente são investigadas pelo órgão municipal. O relatório, de 29 páginas, se baseia em depoimentos de testemunhas e inclui mais de 90 “indícios, evidências, provas, testemunhos, circunstâncias, contradições, controvérsias e questionamentos” de que JK foi vítima de um complô planejado por militares quando viajava pela Rodovia Presidente Dutra, próximo a Resende (RJ).

Pela versão oficial, o ônibus teria batido levemente no automóvel que, desgovernado, chocou-se com o caminhão.

Maria Lúcia, em foto atual.
Maria Lúcia, em foto atual.

Em 1964, com o golpe militar, Juscelino perdeu o mandato de senador e teve direitos políticos suspensos. Nos anos seguintes, tentou organizar uma frente pela redemocratização do país, junto com Carlos Lacerda e João Goulart, mas não voltou mais ao poder.

A família de JK fez questão de abafar a investigação, porque o ex-presidente se dirigia à casa da amante, Maria Lúcia Pedroso, seu caso de maior duração. Ela esteve com JK por 20 anos.

Em junho deste ano, Maria Lúcia leiloou mais de 100 itens do antigo apartamento da avenida Atlântica, onde firmou fama como uma anfitriã de muita classe. O amor começou durante um jantar em Copacabana, em 1958, quando Juscelino conheceu Lúcia, então casada com o deputado José Pedroso. Os dois dançaram quase toda a noite e passaram a se encontrar depois que ele a convidou para um chá no Palácio do Catete.

 

Dó Miguel: praça com nome de Zeca Coelho faz justiça à história

Dó Miguel: uma justa homenagem.
Dó Miguel: uma justa homenagem.
Zeca Coelho
Zeca Coelho

O empreendedor barreirense, Dó Miguel, parabenizou o vereador Eurico Queiroz pelo projeto de Lei que dá o nome de Zeca Coelho à praça que está sendo construída próximo ao Colégio Antonio Geraldo. De acordo com Dó, Zeca Coelho dedicou parte de sua vida a Barreiras, trabalhando ao lado do ex-prefeito Baltazarino Araújo Andrade nas principais obras da cidade.

“São obras que ainda hoje estão aí para todo mundo ver. Como o Estádio Geraldão, o Ginásio de Esportes, o Centro de Abastecimento de Barreiras (Feira Livre), o Parque de Exposições, as duas principais avenidas de Barreiras, ACM e Clériston Andrade, diversas escolas, pontes e barragens na zona rural. As novas gerações precisam conhecer e preservar a memória daqueles que trabalharam com amor e honradez por Barreiras. Parabenizo o vereador Eurico Queiroz por ter se lembrado de uma pessoa que foi muito importante para o desenvolvimento de Barreiras”.

O Empresário disse ainda que Zeca Coelho deixou como legado um exemplo de honestidade e vida pública idônea.

“Quero abraçar a família e os amigos de Zeca Coelho e dizer que precisamos de homens com este perfil para ajudar Barreiras a retomar o caminho do progresso, do desenvolvimento e da justiça social”, finalizou. 

Do Mural do Oeste, com edição deste jornal.

José Dirceu: um passado conflitado

Herc_03José Simão, hoje, no Blog do Simão:

Zé Dirceu adorando o beliche da cela. Ele dorme embaixo e o ego dorme em cima.

Na foto, José Dirceu, (segundo à partir da esquerda), ao embarcar com mais 14 prisioneiros da ditadura, rumo ao México, em troca da vida do embaixador americano no Brasil.

Humor à parte, José Dirceu sabe o que é estar preso e também sabia como manter os inimigos em cárcere privado. Segundo relato do delegado do DOPS, Alcides Cintra Bueno Filho, em documento de 18 de agosto de 1970, o estudante João Parisi Filho, membro do Comando de Caça aos Comunistas, descoberto enquanto se passava por militante do movimento estudantil, foi levado vendado ao Conjunto Residencial da USP, o Crusp, onde os apartamentos 109, 110 e 111 do bloco G eram utilizados como uma “delegacia informal” da turma de José Dirceu.

Nesse conjunto residencial, Parisi foi submetido a interrogatório, sob ameaça de morte. Permaneceu preso durante dias, em condições desumanas. Após ter passado por esses atos de atrocidade, o estudante Parisi foi conduzido de olhos vendados para a copa do quinto andar do pavilhão G, onde foi trancafiado por uma noite e dois dias, permanecendo nesse local todo esse tempo deitado, com as mãos algemadas e presas ao cano da pia daquela dependência. Nessa situação, foi encontrado por duas empregadas que faziam a limpeza. Da Wikipedia.

10º Batalhão de Polícia Militar comemora o Dia da Bandeira

pm1O 10º Batalhão de Polícia Militar realizou hoje (19) a “Comemoração ao Dia da Bandeira”, solenidade que teve início às 11:50hs. Após pronunciamento do Ten. Cel. Paulo Salomão, subcomandante de policiamento Regional Oeste – CPRO, houve hasteamento das Bandeiras do município de Barreiras, do Estado e a Bandeira Nacional, com consequente execução do hino à Bandeira. No encerramento da solenidade comemorativa ao Dia da Bandeira, o praça mais antigo do Batalhão, o subtenente Demétrio, sob o comando do Tenente Coronel Osival Moreira, conduzirão a cerimônia de Incineração da Bandeira Nacional antiga e desgastada por condições climáticas.

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Curiosidades sobre 19 de Novembro – Dia da Bandeira

A atual Bandeira Nacional foi adotada pelo decreto n.° 4, de 19 de novembro de 1889, quatro dias após a Proclamação da República (15 de novembro de 1889). Sua elaboração foi realizada por Raimundo Teixeira Mendes (positivista), Miguel Lemos (diretor do Apostolado Positivista do Brasil), Manuel Pereira Reis (astrônomo) e Décio Vilares (pintor).

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Tal como a temos hoje, a Bandeira Nacional é resultado de uma adaptação da tradicional Bandeira do Império Brasileiro. Neste contexto, em vez do escudo Imperial português dentro do losango amarelo, foi adicionado o círculo azul com estrelas na cor branca. O dia 19 de Novembro é comemorado, em todo o território nacional, como o Dia da Bandeira, quando ocorrem comemorações cívicas, acompanhadas do Hino à Bandeira.

Por que os mensaleiros não disseram a verdade?

celso lungarettiOs dois Josés, Dirceu e Genoino, “deveriam ter dito a verdade”, diz Celso Lungaretti, em artigo para o Congresso em Foco: “É praticamente impossível governar o Brasil sem comprar o apoio da ralé parlamentar”.

Lungaretti foi guerrilheiro, torturado pela repressão durante meses a fio e execrado, até hoje, como traidor. Veja o artigo clicando aqui.

Injustiçado por mais de 34 anos o ex-guerrilheiro Celso Lungaretti, conseguiu provar a sua inocência no final de 2004, com o lançamento do livro Náufrago da Utopia.

Ele foi acusado por Lamarca e pela VPR, de ter sido o delator da área de treinamento de guerrilha no Vale do Ribeira, e por conta dessas falsas acusações ele ficou de fora da lista de militantes a serem trocados pelo embaixador alemão que foi seqüestrado em julho de 1970. Isso gerou na repressão uma grande repulsa por ele que ficou por vários meses incomunicável e sendo torturado.

Só o filho do coveiro sabia onde cadáver de Jango estava

Relato do jornalista Políbio Braga, dá conta que a equipe de peritos internacionais que foi fazer a exumação do ex-presidente João Goulart, andou se complicando em São Borja. Diz Políbio: “Por duas vezes seguidas, os peritos e agentes que a ministra Maria do Rosário mandou para São Borja, desenterraram os corpos errados no jazigo da família Goulart. Os serviços ocorreram durante a tarde e a noite de

Peritos antes do início dos trabalhos de exumação do corpo do ex-presidente João Goulart no cemitério Jardim da Paz em São Borja (RS) nesta quarta-feira Foto: Itamar Aguiar / Futura Press
Peritos antes do início dos trabalhos de exumação do corpo do ex-presidente João Goulart no cemitério Jardim da Paz em São Borja (RS) nesta quarta-feira. Foto: Itamar Aguiar / Futura Press

quarta-feira, mais a madrugada desta quinta. A missão só acertou o passo depois que foi chamado ao cemitério o filho do coveiro que enterrou Jango, porque o coveiro propriamente dito já morreu há muito tempo.”

O fato seria cômico se não envolvesse a tragédia da morte de um ex-presidente, apeado do poder por uma ditadura sanguinária. Leia toda a história clicando aqui.

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Quase 50 anos depois, Jango volta a Brasília.

Foto de Marcelo Casal, da ABr.
Foto de Marcello Casal Jr., da ABr.

Os restos mortais do ex-presidente da República João Goulart foram recebidos hoje (14) com honras militares, pela presidenta Dilma Rousseff. O corpo de Jango, como era conhecido, começou a ser exumado ontem, em São Borja (RS), e será submetido a perícia da Polícia Federal, na capital. A exumação faz parte de uma investigação para esclarecer se a causa da morte de João Goulart foi mesmo um ataque cardíaco, conforme divulgaram na ocasião as autoridades do regime militar.

Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor também acompanharam a cerimônia. Fernando Henrique Cardoso, que se recupera de uma diverticulite, não pode participar da homenagem.

A presidenta Dilma Rousseff disse, em sua conta no Twitter, que a solenidade de honra ao ex-presidente João Goulart “é uma afirmação da democracia” no Brasil, que se consolida com este gesto histórico. “Hoje é um dia de encontro do Brasil com a sua história. Como chefe de Estado da República Federativa do Brasil participo da recepção aos restos mortais de João Goulart, único presidente a morrer no exílio, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas por exames periciais. Junto comigo estarão ex-presidentes da República, o presidente do Senado e políticos de todas as vertentes. Este é um gesto do Estado brasileiro para homenagear o ex-presidente João Goulart e sua memória”.

Deposto pelo regime militar (1964-1985), Goulart morreu no exílio, no dia 6 de dezembro de 1976, na Argentina. O objetivo da exumação é descobrir se ele foi assassinado. Por imposição do regime militar brasileiro, Goulart foi sepultado em sua cidade natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, sem passar por uma autópsia. Desde então, existe a suspeita que a morte de Jango tenha sido articulada pelas ditaduras do Brasil, da Argentina e do Uruguai.

Após os exames, que serão feitos em Brasília e em laboratórios internacionais, os despojos voltarão para São Borja em 6 de dezembro, data de morte do ex-presidente. A exumação é coordenada pelo Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal e ocorrerá em duas etapas.

A primeira etapa é a análise antropológica, que detalhará informações sobre substâncias venenosas que eram usadas no Brasil, na Argentina e no Uruguai e podem ter causado o envenenamento do ex-presidente. Nesse momento, serão reunidos dados médicos e pessoais do ex-presidente. Além disso, será feita a análise do DNA. A segunda etapa constará do exame toxicológico dos restos mortais de Goulart para confirmar se houve envenenamento.

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Lanceiros negros: a história da traição farroupilha aos escravos libertos

Lanceiros

Entre 1835 e 1845 o império brasileiro testemunhou o mais longo conflito ocorrido em nosso território, a Revolução Farroupilha. E, é neste contexto histórico, que surgiram os lanceiros negros farroupilha. Recrutados em meio aos negros campeiros e domadores da atual Região Sul do Estado gaúcho (Canguçu, Pelotas, Bagé, Piraí…), os lanceiros quando na sua fundação foram organizados em duas divisões: “uma de cavalaria, e a outra de infantaria, criados respectivamente, em 12 de setembro de 1836 e 31 de agosto de 1838”. As referidas divisões, segundo o historiador e oficial do Estado Maior do Exército Brasileiro, Cláudio Moreira Bento “eram constituídas basicamente, de negros livres ou de libertos pela República Rio-Grandense,(…).”

Temidos pelo fato de serem truculentos e ao mesmo tempo exímios esgrimistas, esses combatentes, sobretudo a cavalaria, utilizava como equipamentos de combate: lanças compridas; coletes de couro cru; esporas afiadas presas aos pés e boleadeiras. A boleadeira, por exemplo, quando arremessada capturava o inimigo que por ventura estivesse distante de uma montaria.

Subordinados a vários ex-oficiais do militarismo imperial brasileiro, entre eles, os idealizadores dos lanceiros, coronéis Joaquim Pedro Soares e Teixeira Nunes, o efetivo formado pela parcela mais discriminada da população, isto é, os negros, ocuparam um importante destaque na nomenclatura do conflito. Isto porque, foram muitas as batalhas em que os milicianos agiram em defesa dos mesmos objetivos ensejados pelos revolucionários, ou seja, o de garantir um futuro melhor e mais justo para todos os provincianos.

Sob os olhares de Bento Gonçalves, do casal Garibaldi e de David Canabarro, os revolucionários negros participaram efetivamente da tomada de Porto Alegre, da conquista de Laguna, e do conflito na Região de Lages, além da Batalha de Porongos.

Continue Lendo “Lanceiros negros: a história da traição farroupilha aos escravos libertos”

7 de Setembro já tem cronograma em Barreiras

O hasteamento das bandeiras em frente à Prefeitura de Barreiras às 7:30h da manhã abre a programação do Sete de Setembro. Logo depois o prefeito Antonio Hernique acompanha os comandantes do 10º BPM e do 4º BEC para a revista às tropas. Às 8h o tradicional desfile cívico terá início na Av. Clériston Andrade,  22 entidades entre escolas estaduais e municipais e organizações civis e militares, farão suas homenagens à Independência do Brasil. A programação elaborada pela Secretaria Municipal de Educação com a sequência do desfile está abaixo.

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Uma história curiosa: a teoria da conspiração mais ousada de toda a humanidade

Você tem 10 minutos para perder? Pois bem: carregue o vídeo e veja uma teoria de que uma mesma família comanda o mundo desde o Egito, Babilônia, Império Romano e, mais recentemente, Inglaterra e Estados Unidos. É curioso. Não passa disso. Não esqueça de ativar as legendas, o segundo ícone, na barra de ferramentas, à direita.

Porto Alegre vai salvar o Mercado e, Deus queira, a cadeira de Chico Alves.

Vista aérea do Mercado: foto de Jefferson Botega, da Agência RBS.
Vista aérea do Mercado: foto de Jefferson Botega, da Agência RBS.

cadeira de Francisco AlvesNa década de 70, o Mercado Público abrigou o restaurante Treviso, que funcionava 24 horas e se tornou um dos principais pontos boêmios da cidade. No local, respeitosamente,  a cadeira usada pelo cantor Chico Alves, em  visita realizada ao local no ano de 1932, entronizada na parede. A cadeira permanece até hoje até hoje no salão do restaurante Gambrius, que substitui o antigo Treviso. No Treviso, conspirávamos, queixávamo-nos de amores não correspondidos e curtíamos, com uma sopa milagrosa, alta madrugada, nossas bebedeiras de juventude.

Com o jornalista Antonio Manuel de Oliveira encarávamos, na face norte, num pé-sujo mal cheiroso, uma almondega de proporções tão grandes quanto a origem duvidosa. Claro que ela se reportava às refeições anteriores do buteco, mas tínhamos saúde e coragem em medidas temerárias.

O Prefeito de Porto Alegre diz que, em 60 dias, ao menos o térreo do Mercado vai estar recuperado. Vamos esperar por isso, rezando para que a cadeira de Chico Alves tenha se salvado.

JK blog

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Manifestações nas comemorações do 2 de julho em Salvador

Da redação do Correio* e do IBahia

Com bandeiras, gritos de ordens, vaias e inúmeros protestos, os soteropolitanos foram às ruas para o cortejo em comemoração à Independência da Bahia. O cortejo entre a Lapinha e o Terreiro de Jesus teve início após o hasteamento da bandeira do Brasil com o governador Jaques Wagner (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM).
“Essa á uma festa do povo, que vai às ruas celebrar a história e homenagear os heróis da Independência. O civismo sempre foi o tom dessa festa, e esse ano ainda mais, por conta das manifestações e do clamor que vem das ruas”, disse ACM Neto. “Quem está no poder precisa ter atenção ao que está acontecendo. Temos de buscar entender o recado das ruas e aperfeiçoar ainda mais as práticas de governo”, acrescentou.

Por volta das 6h da manhã, uma alvorada de fogos de artifícios marcou o dia que celebra a data magna na Bahia, na Lapinh

Em seguida, autoridades colocaram flores no monumento ao General Labatut. A festa segue com a entrega dos Carros Emblemáticos e a execução do Hino ao 2 de Julho. No trajeto, homenagens aos Heróis da Independência, críticas a políticos e reivindicações.

2 de julho

Agressão a Jaques Wagner

Uma mulher ficou temporariamente detida após acertar o governador Jaques Wagner com um copo. Michele Perrone, 34 anos, lançou um copo plástico contendo água em direção ao governador durante a passagem pelo cortejo. O copo acertou um funcionário da Casa Civil e no governador.

Policiais do Batalhão de Choque identificaram a mulher e a conduziram até um local afastado da comitiva de Jaques Wagner alertando que iriam prendê-la. Imprensa e manifestantes cercaram os policiais, que não sabiam em qual crime enquadrar a mulher. Após alguns minutos de confusão, a mulher foi liberada e Jaques Wagner seguiu o cortejo.

Servidores do município, que estão em greve por maiores salários, protestaram por melhorias de salário e de trabalho. Os médicos reclamam da política de importação de médicos sem a necessidade da submissão ao teste do Revalida para atuar em solo nacional.

Organizados por meio das redes sociais, o Movimento Passe Livre marcou presença no cortejo do 2 de Julho com cartazes com críticas à organização de eventos esportivos no Brasil, como a Copa das Confederações, além de redução na tarifa de ônibus.

Integrantes dos movimentos feministas realizam a Marcha das Vadias que tentam derrubar o projeto do Estatuto do Nascituro, que tramita no Congresso Nacional e proíbe o aborto mesmo em situações de estupro.

Gays e militantes de movimentos LGBTT também levam bandeiras contra a iniciativa de parlamentares da ‘Cura Gay’. Projeto revoga dispositivos de resolução do Conselho Federal de Psicologia, em vigor desde 1999, que hoje impedem tratamentos que tentem mudar a orientação sexual dos pacientes.

Veja o que ainda está previsto:

11h30 Recolhimento dos carros dos Caboclos nos caramanchões da Praça Thomé de Souza, com pausa nas atividades.

15h Homenagem da Câmara Municipal aos Heróis da Independência.

15h30 Reinício do Cortejo Cívico.

16h30 Previsão de chegada dos carros dos Caboclos ao Campo Grande, onde haverá, nesta ordem, o hasteamento das bandeiras, execução do Hino Nacional, colocação de coroas de flores no Monumento ao 2 de Julho, execução do Hino ao 2 de Julho e o acendimento da Pira do Fogo Simbólico. Para finalizar, e o Hino Nacional será executado de novo.

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MFP suspende demolição da casa antiga do aeroporto de Barreiras

casa do aeroporto

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou, no dia 8 de março, que a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) suspenda o procedimento licitatório para contratação de empresa para a demolição da última casa original da construção do aeroporto de Barreiras (BA).

O objetivo é investigar se o imóvel faz parte do acervo histórico-cultural brasileiro e se deve ser preservado para que presentes e futuras gerações façam uso dele como parte do meio ambiente cultural.

Segundo representação encaminhada ao MPF pelos moradores da cidade, a construção erguida em 1940 era utilizada como residência do gerente da base aérea, servindo como base militar das autoridades norte-americanas, durante a Segunda Guerra Mundial, e como ponto de apoio para reabastecimento dos aviões que faziam a rota Miami/Rio de Janeiro/Buenos Aires.

No local onde o imóvel foi construído havia uma vila de funcionários do aeroporto, um terminal de passageiros e diversos prédios onde funcionavam o grupo gerador de eletricidade e outros serviços.

O procurador da República José Ricardo Teixeira Alves já solicitou que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se manifeste sobre a possibilidade de tombamento do bem em questão que, de acordo com os munícipes, é o único marco histórico da construção original de um dos primeiros aeroportos do interior do Brasil a ser estação internacional.

A Infraero recebeu cinco dias úteis para se pronunciar sobre a recomendação, contados a partir do seu recebimento.

Se forem recuperar a antiga casa, o cachorrinho da foto vai curtir muito fundo de marmita dos operários. Estará preservado o patrimônio histórico e a vida do companheiro peludo.

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Um veemente protesto contra a tortura de ontem e hoje

Rubens Paiva com a mãe, a mulher e os filhos
Rubens Paiva com a mãe, a mulher e os filhos

Vera Paiva, filha do deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar, e hoje professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, publica, no Estadão, importante libelo contra a tortura e a ausência do Estado de Direito. No artigo, ela compara a “guerra civil” de nosso País com as guerras do Afeganistão e da Síria e o número de mortes dos três conflitos, superados de longe pelo brasileiro. Ela diz, na conclusão de seu artigo:

“Espero que as novas gerações pensem com sua cabeça, enfrentem a memória histórica, recusem a mentira e teorias autoritárias do “mal necessário”. No mundo que desejo construir para meus netos, militares e policiais deixariam de proteger a cultura da tortura, e a violência não ficaria impune pelas mãos de operadores de direito; os que têm algo a dizer perderiam o medo, usariam o direito ao sigilo garantido pela Comissão da Memória e da Verdade para trazer a paz e fazer o bem.”

Leia a íntegra do artigo clicando no link acima. 

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O povo ainda não sabe o que é República.

O brasileiro, em sua grande maioria, não sabe o porquê do feriado de hoje. Sabe? Então liga para o seu amigo e pergunta o ano da Proclamação da República. Poucos sabem também que na realidade foi um golpe de Estado, promovido pela Igreja, pela Maçonaria e pelos produtores rurais, estes ainda mordidos pela abolição da escravatura, sem nenhum tipo de indenização, assinada pouco mais de um ano antes. Foi golpe de estado e feito por uma meia dúzia de pessoas, que tiraram o marechal Deodoro da Fonseca da cama, onde se encontrava adoentado, para vir à Praça da Aclamação exigir que o Imperador Dom Pedro II deixasse o poder. O Visconde de Ouro Preto, tinha apresentado, em junho, um plano de reformas políticas em que o Império propunha  maior autonomia administrativa para as províncias, liberdade de voto, liberdade de ensino, redução das prerrogativas do Conselho de Estado e mandatos não vitalícios para o Senado Federal.

Aristides Lobo, jornalista e líder republicano paulista, afirmou: “O povo assistiu bestializado à Proclamação da República”. Assim como o povo hoje vai para as praias e para as beiras de rio encher a cara de cerveja, pouco se lixando para os ideais republicanos.

Começou um grande cinquentenário

Por Élio Gaspari, em O Globo

Começou ontem o cinquentenário de um grande ano de 401 dias. Ele durou da manhã de 16 de outubro de 1962, quando o presidente John Kennedy foi informado de que havia mísseis soviéticos em Cuba, até as 12h30m de 22 de novembro de 1963, quando Lee Oswald apertou o gatilho em Dallas. Período igual a esse só se repetirá em 2039 nos cinquenta anos dos levantes do Leste Europeu.
Na encrenca dos mísseis, produziu-se a crise internacional mais bem documentada da História. Em Dallas, o assassinato mais estudado de todos os tempos. No meio, o mundo esteve a um passo da Terceira Guerra e Martin Luther King contou a uma multidão que tivera um sonho.
Kennedy gravou reuniões e telefonemas na Casa Branca e, com o tempo, recolheram-se preciosos depoimentos de soviéticos. (Os colaboradores do presidente foram instruídos a tirar suas famílias de Washington. Os russos também.) Nesses treze dias Kennedy fechou o momento estelar de sua presidência. Ele chegou a brincar com Bob: “Agora posso ir ao teatro.” (Era uma agourenta referência a Abraham Lincoln, que tomou um tiro na cabeça enquanto assistia a uma comédia.)
Há poucos dias Leslie Gelb, ex-presidente do Council of Foreign Relations, sustentou que, se Washington tivesse contado ao mundo que, secretamente, aceitara tirar os foguetes americanos da Turquia, os Estados Unidos sairiam da crise sem a auréola que estimularia o estilo Rambo de política externa. (Em setembro de 1963, o Departamento de Estado produziu uma diretriz para o Brasil, recomendando que, se houvesse um movimento para depor o presidente João Goulart, o novo regime deveria ser reconhecido rapidamente. Dito e feito.)
Kennedy tinha alguma simpatia por Martin Luther King, mas não fez muita fé quando ele lhe disse que planejava uma manifestação aos pés do memorial de Lincoln. Temia que a choldra urinasse no obelisco de Washington. Usou o encontro com King para ameaçá-lo, insinuando que a vida sexual do reverendo estava vigiada. O reverendo fez que não ouviu e Bob Kennedy acautelou-se, mandando instalar sanitários móveis na esplanada da capital.
Nessa altura, Lee Harvey Oswald (foto), um ex-fuzileiro naval de 23 anos, já comprara um rifle de mira telescópica. Tudo na sua vida dera errado. Decidira matar alguém, tentara assassinar um general direitista, e errou o tiro. Às 12h30m de 22 de novembro, pela primeira vez, acertou.

Wladimir Herzog: justiça ainda que tardia

 

Nesta segunda (24) a 2ª Vara de Registros Públicos do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que fosse retificado o atestado de óbito do jornalista Vladimir Herzog e aponta que a causa mortis “decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do 2º Exército de São Paulo (Doi-Codi)”. A decisão do juiz Márcio Martins Bonilha Filho vem após 37 anos do falecimento de Herzog e atende ao pedido da Comissão Nacional da Verdade e foi uma solicitação da viúva do jornalista. 

 

Na certidão consta que o jornalista teria cometido suicídio por enforcamento. A família Herzog tenta mudar a informação em tribunais desde pouco depois da morte de Vladimir, mas em 1978 um veredito da Justiça afirmava que não havia prova de que Herzog se matou nas dependências do órgão subordinado ao Exército. “Quando a sentença rejeita a tese do suicídio exclui logicamente a tese do enforcamento. Dessa maneira, a afirmação de enforcamento – que se transportou para o atestado e para a certidão de óbito – encobre a real causa da morte, a qual, segundo os depoimentos colhidos em juízo indicam que foi decorrente de maus tratos durante o interrogatório no DOI-Codi”, afirmou o presidente da OAB do Rio de Janeiro (OAB-RJ), Wadih Damous.

 

Em sua decisão, o juiz destaca a deliberação da Comissão Nacional da Verdade, que foi, criada para esclarecer as violações de direitos humanos e “conta com respaldo legal para exercer diversos poderes administrativos e praticar atos compatíveis com suas atribuições legais, dentre as quais recomendações de ‘adoção de medidas destinadas à efetiva reconciliação nacional, promovendo a reconstrução da história’, à luz do julgado na Ação Declaratória, que passou pelo crivo da Segunda Instância, com o reconhecimento da não comprovação do imputado suicídio, fato alegado com base em laudo pericial que se revelou incorreto, impõe-se a ordenação da retificação pretendida no assento de óbito de Vladimir Herzog”. Do Portal em Pauta.

 

República Rio-grandense: 177 anos da Revolução Farroupilha.

Gaúchos de todas as querências comemoram neste 20 de setembro (1835) o levante que veio a desaguar na criação da República Rio-grandense. O levante contra as forças imperiais deu início ao chamado Decênio Heróico, período em que o Rio Grande do Sul teve Governo próprio, à revelia do Império, constituição, ministério, bandeira e hino. Protagonizado por um punhado de gaúchos, o Movimento Farroupilha teve como base o repúdio à tributação do charque gaúcho, principal produto de exportação do chamado Continente de São Pedro.

A República Rio-Grandense foi um Estado-nação, formado na região sul do Brasil, constituindo-se na mais longa revolta brasileira da qual se tem conhecimento, e, portanto, a mais longa do Império do Brasil (1822-1889). A República foi proclamada em 11 de setembro de 1836, pelo general Antônio de Sousa Neto, como consequência direta da vitória obtida por forças  gaúchas na Batalha do Seival (1836). No entanto, o objetivo principal nunca foi proclamar um estado-nação próprio, e, portanto, separado do Estado brasileiro, mas sim mostrar ao Império do Brasil que as oligarquias gaúchas não estavam nem um pouco satisfeitas com os altos impostos.

A Bahia tem uma passagem histórica importante com a Revolução Farroupilha. O general Bento Gonçalves, líder da revolução, esteve preso algum tempo no forte de São Marcelo, em Salvador, de onde fugiu a nado, auxiliado por seus companheiros baianos da Ordem Maçônica.

Um dos episódios mais marcantes e ao mesmo tempo obscuros foi o do Tratado de Paz, em que se previa a liberação do esquadrão de Lanceiros Negros, a mais brava força dos farroupilhas. Os gaúchos queriam libertar os negros da escravidão, pois haviam lutado ao seu lado. No entanto, foram dizimados pelas tropas imperiais, ao fim da revolução, debaixo de débeis protestos dos líderes farroupilhas.

Centenas de milhares de gaúchos e gaúchas comemoram, em grandes desfiles, à cavalo, hoje, no Rio Grande do Sul a data magna do Estado.

O Hino Riograndense, na voz de Luiz Marenco

Morre um pouco do passado no corpo de Ivan Lessa.

Ainda me lembro de Ivan Lessa pelo que se lia no Pasquim. Depois, li um que outro texto dele, aqui e ali, numa dessas revistas caras. Mas o que ficou mesmo foram a mordacidade e um bom humor especiais, no hebdomadário que íamos buscar, aos domingos, na banca da Praça da Alfândega, em Porto Alegre.

Tenho a dizer que foi o humor do Pasquim que derrubou o regime de 64, tanto que o regime, sem conseguir censurar o jornal, acabou explodindo as bancas que o vendiam. Nem sei como a banca da Alfândega não foi explodida. Talvez pela graça e obra dos textos irônicos de Lessa.

Ivan Lessa resistiu até quando pode, auto exilou-se em Londres e entregou coração e alma para a British Tobacco, que lhe presenteou com um enfisema.

Ele disse: “A cada quinze anos, o Brasil esquece os últimos quinze anos”.

Ainda bem que ele partiu em 78 para Londres e ficou por lá até morrer. O Brasil da década de 70, apesar da repressão, da loucura fachista do militarismo, da censura, era melhor. Encontrávamos a cada passo um amigo na rua da Praia e, nas manhãs ensolaradas de domingo, comprávamos o Pasquim na banca da Praça da Alfândega.

Quando perdemos gente do calibre de Millôr ou Ivan Lessa, não perdemos uma referência intelectual ou política. Nos perdemos a nós mesmos, turbada a nossa arca de tesouros do passado. Agora, tratamos de não esquecer os 15 anos mais recentes, nem os mais remotos. Quando íamos em procissão cívica comprar o Pasquim, aos domingos.