A imprensa vale alguma coisa em um País de analfabetos?

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Se Dilma Rousseff ganhar as eleições amanhã, estará provado que a capacidade dos meios de comunicação atingir o povo é pouca. Poucos leem no País. A televisão e o rádio encontram solo infértil em eleitores com pouca capacidade de entendimento, os chamados analfabetos funcionais, que em alguns estados atingem mais de 50% da população. Apesar disso, podemos ver uma maciça campanha da grande mídia, com exceção da revista Carta Capital, que atinge poucos leitores fora do eixo Rio-São Paulo-Brasília.

Na internet, a campanha contra o atual Governo também não é menos intensa. Apesar dos milhões de smartphones, também no interior do Brasil, a forte campanha dos oposicionistas parece não atingir o eleitor comum. Se reduz a motivar a classe média e os mais ricos, que sofrem o intenso bombardeio de informações, nem todas de fontes fidedignas.

Ainda vivemos em um País em que se misturam, nem sempre de maneira pacífica, o milênio da comunicação, onde o mundo é uma aldeia, com rincões medievais. Na realidade, o Brasil é um amontoado de nações, onde encontramos megalópoles e sertões. O povo da nação nordestina, por exemplo, e os povos isolados da Amazônia, votam com Dilma. Os que se dizem mais esclarecidos e inclusive repudiam os programas sociais desenvolvidos no Norte/Nordeste votam contra Dilma.

E assim vamos vivendo, aos trancos e barrancos, nessa dicotomia de nações dentro de uma mesma Nação. As eleições de amanhã, mais do que emblemáticas de decisão entre direita e esquerda, entre ricos e pobres, entre alfabetizados e analfabetos, poderá demonstrar o teorema de que a comunicação entre classes ainda não se universalizou. Ou a antítese disso.

A verdade é que, dentro do maniqueísmo sombrio dessas eleições, quem for o vitorioso governará a favor de uma exata metade dos brasileiros e contra a outra. Não existem contemplações no campo da batalha árdua. Neste baile da democracia e na luta sem tréguas pelo poder, os inocentes não dançam. São lobos vorazes à procura de sua presa. E como diz a música da moda, lobos não se apaixonam. Só pensam no seu estado famélico.

Gaspari: o que vem aí é um plebiscito.

Jornalista Elio Gaspari, em artigo de O Globo:

A pancadaria que envolveu Dilma Rousseff e Aécio Neves roncou dos dois lados. Ambos sabiam que esqueletos tinham nos armários. As baixarias não serão suficientes para explicar o resultado que sairá das urnas. Muito menos as teorias destinadas a desqualificar os votos de quem vier a prevalecer. O que vem por aí é um plebiscito para decidir se o PT deve continuar no governo ou ir-se embora.

Opinião: “A evasão da ética”

                    por João Guilherme Sabino Ometto*

         dr-ometto É constrangedor para o nosso povo e prejudicial ao ambiente de negócios a informação de que mais de 30 bilhões de dólares em dinheiro ligado ao crime, à corrupção e à sonegação de impostos saem do Brasil a cada ano. Os dados, divulgados pela Global Financial Integrity (GFI), grupo de pesquisa sediado em Washington (EUA) e defensor da transparência financeira, impõem reflexão sobre o que queremos para o presente e o futuro, pois é premente combater esse mal.

 

O artifício mais utilizado para as remessas ilegais é a precificação irregular, ao se cobrar a menos ou a mais por bens e produtos. Há, ainda, o contrabando, a lavagem de dinheiro e as transferências de recursos do crime organizado internacional. Conforme observa a GFI, nosso país tem um sério problema com fluxos financeiros ilícitos. A esse diagnóstico soma-se a corrupção do setor público, crônica em nossa história, estabelecendo-se um cenário negativo para a economia.

Segundo o estudo, as perdas anuais equivalem a 1,5 por cento da produção econômica nacional, drenando dinheiro que poderia ser utilizado para impulsionar o crescimento do PIB e/ou melhorar os serviços públicos. Para que tenhamos ideia mais concreta dos danos representados pela fuga de recursos, fiz um exercício matemático. Os resultados são espantosos!

Ao câmbio oficial do dia 10 de setembro, os 30 bilhões de dólares que perdemos todo ano equivalem a 62,42 bilhões de reais. Com esse montante seria possível realizar quase oito obras como a transposição do rio São Francisco, um dos maiores empreendimentos da engenharia brasileira em todos os tempos, orçado em oito bilhões e duzentos milhões de reais (o custo previsto em 2007 era de R$ 4,6 bilhões, mas houve vários aditivos contratuais, em análise pelo Tribunal de Contas da União).

Por ocasião da Copa do Mundo, foi imensa a polêmica quanto à construção das doze arenas brasileiras, que custaram, somadas, oito bilhões e meio de reais, média de 700 milhões cada. Pois bem, com o dinheiro que perdemos nas remessas ilegais, seria possível construir 89 estádios padrão FIFA.

Este ano, o Governo Federal liberou 24,1 bilhões de reais para o Plano da Safra da Agricultura Familiar 2014/2015. Os recursos evadidos representam quase três vezes esse valor. Poderíamos praticamente ter triplicado as verbas em apoio a um segmento decisivo para a agropecuária, produção de alimentos, fixação das pessoas no campo e geração de trabalho e renda.

Na área do ensino (prioridade ainda não atendida a contento no País), os recursos desperdiçados na ilegalidade possibilitariam multiplicar em 53,8 vezes o orçamento total previsto para 2014 da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, de 1,16 bilhão de reais. E estamos falando da maior rede educacional do Brasil, com 5,3 mil escolas, 230 mil professores, 59 mil servidores e mais de quatro milhões de alunos.

Em 2010, o Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp produziu o estudo “Relatório Corrupção: custos econômicos e propostas de combate”, com base no modelo da Transparência Internacional. Em valores de 2012, o custo anual médio da improbidade corresponde a R$ 60,7 bilhões, algo muito próximo do agora apurado pela GFI, referendando a gravidade do problema.

Temos instituições sólidas, Estado organizado de acordo com padrões avançados da democracia, empresários e trabalhadores com grande capacidade laboral e pautados pela correção de conduta, bem como governantes e parlamentares eleitos pelo voto direto. Contamos, assim, com os elementos necessários para impedir que a minoria desonesta promova a evasão da ética no setor público e na iniciativa privada, pulverizando recursos gerados pelo trabalho de nossa gente.

*João Guilherme Sabino Ometto, 74, engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos – EESC/USP), é vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo São Martinho, vice-presidente da FIESP e coordenador do Comitê de Mudanças Climáticas da entidade.

Nova rainha, velha corte.

José Roberto de Toledo, no Estadão, sobre continuísmo e a tal nova política:

“Entre o neto do quase-presidente e a cria do ex-presidente, aparece Marina. Sem partido próprio, se propondo a governar com os bons (dos outros), é a encarnação do desejo difuso de mudança. A figura esguia, a determinação e o discurso lembram um personagem de Cervantes. Não se bate contra moinhos de vento, mas contra um castelo sólido e bem defendido.

Tem chance inédita de penetrá-lo e sentar-se na sala do trono. É tão favorita a conquistar o cetro simbólico do poder que sobram adesões. Todos imaginam-se aptos a tutelá-la. Nas finanças, na política, até na definição do que são comportamentos aceitáveis. Afinal, como dizia Sancho Pança, “ninguém governa sem o PMDB”.

Como entender Marina?

mino_cartaPor Mino Carta, em Carta Capital

A candidata do PSB, sem ser socialista, é um poço de confusão e contradições

Volto de viagem ao exterior e retomo meu espaço habitual. Em Roma, li uma análise a respeito da candidatura de Marina Silva que coincide com a avaliação de CartaCapital. No jornal La Repubblica, dos três de circulação realmente nacional, o de maior tiragem juntamente com o Corriere della Sera, e, na minha opinião, o melhor de todos.

Diz o diário que Marina Silva tem um passado honroso e nem por isso as qualidades necessárias ao exercício da Presidência de um país do tamanho e da importância do Brasil. Sua formação política é precária e suas ideias, quando manifestadas com um mínimo de clareza semântica, são confusas e contraditórias, de sorte a ressaltar a dramática incógnita que a candidata representaria se eleita.

O texto do La Repubblica confirma as nossas previsões, feitas nesta página no momento em que ficou assentada a substituição de Eduardo Campos por Marina Silva. Ou seja: ela seria tragada pelo apoio da mídia nativa, autêntico partido de oposição, porta-voz da casa-grande, e por esta arrastada inexoravelmente para a direita mais retrógrada.

E aí começam a confusão e a contradição da candidata do PSB sem ser socialista. Ela passou a ocupar a cena política brasileira como inimiga do latifúndio e da devastação ambiental, o que implica uma postura oposta àquela dos seus atuais arautos e conselheiros, adeptos, além de tudo, da involução globalizada, dita neoliberalismo, a desencadear a crise mundial. Eis perfilada a ameaça: o retorno à política econômica do governo de Fernando Henrique Cardoso, quando, em nome da estabilidade, o Brasil quebrou impavidamente três vezes e foi entregue ao presidente Lula com as burras à míngua.

Uma ação leva a outra, e haveria a se temer também pela renúncia a uma política exterior que, depois de FHC, desatrelou o Brasil dos interesses de Washington. Há quem diga que o fenômeno Marina Silva de certa forma repete deploráveis momentos históricos vividos em 1960 com Jânio Quadros e em 1989 com Fernando Collor. Com o endosso maciço da mídia, o homem da vassourinha e o caçador de marajás foram eleitos. A Presidência de ambos redundou em desastre.

CartaCapital acredita que nas mãos da ex-seringueira o destino do Brasil não seria promissor. Mas acredita também que desta feita o País saberá evitar o risco, e não receia abalar-se a um vaticínio que muitos reputarão prematuro. Nadar contra a corrente estimula quem dá a braçada honesta.

Vale registrar, de todo modo, que esta nossa ribalta se oferece a personagens singulares, ou, se quiserem, peculiares, prontamente engolfados pela direitona sempre disposta a agarrar em fio desencapado. Não me permito incluir no rol de alternativas desesperadas o já citado Fernando Henrique, habilitado a tornar-se paladino de quaisquer ideias e tendências ao sabor do que entende como conveniência pessoal.

Nunca esquecerei aquela noite em Rafard, interior de São Paulo, na campanha para a primeira eleição a governador do estado em 1982. O príncipe dos sociólogos concedia sua arenga aos boias-frias da área enquanto a brisa noturna sussurrava nos canaviais, e Mario Covas sentou-se ao meu lado na amurada da boleia de um caminhão transformada em palanque. Meneava a cabeça, a significar: “Quantas besteiras…”

O mesmo Covas que ameaçou largar o PSDB caso FHC aceitasse o convite de Collor para ser seu chanceler. E não é que o homem quase embarcou na canoa furada? Sobra minha surpresa ao constatar que dentro do próprio ninho tucano o candidato Aécio, que me mereceu simpatia desde o tempo em que carregava a pasta do avô Tancredo, confia no ex-presidente. Tancredo, aliás, dizia do sociólogo: “É o maior goela da política brasileira”.

Ao cabo, pergunto aos meus botões se vale confiar, em contrapartida, em uma candidata que, ao se apresentar como tal, atribui a sua chance à Providência Divina. Teríamos de entender que a mesma manifestação do Altíssimo determinou a morte trágica de Eduardo Campos? Os botões, como Mario Covas, exprimem o oximoro do espanto resignado.

Entidades de classe se levantam contra condenação de jornalista baiano

Talento. Com tanto corrupto na gestão pública, juízes se preocupam em condenar crime de opinião.
Talento. Com tanto corrupto na gestão pública, juízes se preocupam em condenar crime de opinião.

Por Marcelo Brandão – Repórter da Agência Brasil 

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) se manifestaram publicamente contra a condenação, em primeira instância, do jornalista Aguirre Talento. Ele foi condenado a seis meses de serviços comunitários por difamação, após publicação de uma matéria no jornal baiano A Tarde. Um ato público está marcado para o próximo dia 15, para protestar contra a condenação e pedindo que os veículos de imprensa sejam processados, en vez do jornalista.

A presidenta do Sinjorba, Marjorie Moura, explicou que a entidade entrou com ação no Ministério Público Federal e no Ministério Público Estadual por denunciação caluniosa. “O que ocorreu é uma tentativa de processar o jornalista para fazer com que ele pare de escrever esse tipo de matéria. Se houve um erro de informação, deveria ter sido pedido um direito de resposta, e isso nem sequer aconteceu”, explicou Marjorie.

A Abraji reforçou o tom crítico à decisão judicial. “Para a Abraji, a decisão de sentenciar um repórter à prisão por um texto publicado é um atentado à liberdade de imprensa. A Organização das Nações Unidas (ONU), em seu Plano de Ação para Segurança de Jornalistas, recomenda aos países-membros que ações de difamação sejam tratadas no âmbito civil”, informou a associação em nota.

“[Esse tipo de ação] inibe totalmente o nosso trabalho, porque a grande característica é processar o jornalista em vez de processar o veículo. E como você tem tranquilidade de fazer matérias sobre esse tipo de assunto se existe ganho de causa para eles?”, questiona o jornalista Biaggio Talento, pai de Aguirre.

A Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA) também divulgou nota em defesa da liberdade de imprensa e pedindo o cumprimento do Plano de Ação para Segurança de Jornalistas, da ONU. A entidade também demonstrou preocupação com processos movidos contra jornalistas no estado. Segundo seu vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, Eduardo Rodrigues, a OAB-BA está aberta para conversar com entidades de classe de jornalistas baianos em prol de uma ação a favor da liberdade de imprensa.

A sentença contra o jornalista foi proferida pelo Juiz de Direito Antônio Silva Pereira, da 15ª Vara Criminal de Salvador, em 22 de abril. Ele entendeu que houve prejuízo ao autor da ação, o empresário do setor imobiliário Humberto Riella Sobrinho, após a publicação de matérias publicadas em dezembro de 2010.

Em reportagens publicadas no A Tarde, Talento cita uma denúncia oferecida pelo Ministério Público contra o empresário e seus sócios por não respeitarem regras de proteção ambiental durante execução de obras. A matéria informava que a prisão de Riella Sobrinho havia sido pedida pelo órgão, mas o empresário negou o fato e acrescentou que a notícia provocou “problemas familiares terríveis”.

Segundo o advogado de Talento, João Daniel Jacobina, a denúncia do Ministério Público retratada na reportagem pedia a condenação e, como consequência disso, a prisão de Riella Sobrinho e de seus sócios. A reportagem, no entanto, possibilitou a interpretação equivocada de que estava sendo pedida uma prisão imediata. “Só que essa imprecisão não foi criminosa. A condenação não cabe por não ter havido dolo, ou seja, intenção de prejudicar. E essa intenção não foi provada no processo”, explicou Jacobina.

O jornalista foi condenado a seis meses de detenção em regime aberto, com pena revertida à prestação de serviços comunitários e o pagamento de dez salários mínimos a título de “reparação de danos causados pela infração”. Talento recorreu da decisão. A defesa pediu ainda que outros juízes fossem designados para julgar os processos dos sócios de Riella Sobrinho contra o jornalista, uma vez que  Antônio Silva Pereira também estava responsável por esses processos.

A bancada ‘fiscalizadora’ e a bancada do ‘morde e assopra’

edivaldoPor Edivaldo Costa*.

Boas novas! Nosso legislativo esta evoluindo, já não consta mais do nosso parlamento, somente a bancada do “Amém”. Atualmente podemos classificar nossos legisladores em bancada ‘fiscalizadora’ e bancada do “morde e assopra”. Claro! Há ainda os que se intitulam “independes”.

Não irei nomear quem é quem, identificá-los, entendo ser uma tarefa que interessa muito mais ao leitor/eleitor do que a mim. Mas que não se iluda os barreirenses, a bancada do “morde e assopra” só morde no discurso, na hora do voto, é ordem unida todos só assopram.

Contudo, nos pronunciamentos a bancada do “morde e assopra” engabela direitinho, tem vereador (a) que turra ser independente, mas que no mesmo discurso deslineado, afirma ‘se a coisa não andar como nóis quer, eu prefiro sair da base’. Ôxe! É independente ou é da base?

Normal, em momentos anteriores no programa Caso de Política (segunda a sexta, das 12h00 as 13h00, ao vivo pela Nova FM 104,9), já discorri sobre a diferença entre coerência e conveniência, palavras que de parecidas só tem o som. Se não vejamos:

Coerência:

– Relação lógica e harmônica entre idéias, atos, situações etc.; LÓGICA; NEXO [+ com, entre : A coerência do depoimento com os fatos reais.: A coerência entre o discurso e a prática.]

Dicionário Aulete.

Conveniência:

– Qualidade do que está de acordo com os interesses, as necessidades, as condições ou o gosto de uma pessoa ou de um grupo: Isso não é de minha conveniência.

– Aquilo que corresponde a tais interesses, necessidades, condições etc.

– O que pode representar vantagem material ou que pode ser do interesse de alguém (namoro de conveniência; amizade de conveniência)

 Dicionário Aulete.

Neste sentido, há vereador (a) que no discurso faz uma prosopopeia danada, usando e abusando do termo coerência, mas que na hora do voto, se guia pela conveniência. E qual é o problema? O problema é que poderíamos ser ainda melhores enquanto Câmara, porque a composição deste parlamento é muito interessante, era preciso que seus membros, considerando ai as importantes exceções se abstivessem de apequenar-se.

Trata-se de uma composição de vereadores (as) preparados, em sua maioria bem resolvidos financeiramente, e ademais, esta cidade precisa de novas lideranças, o ‘PALÁCIO CAPARROSA’ (minha denominação para prefeitura de Barreiras), precisa de novos postulantes.

Mas infelizmente o sofismo fala mais alto, nos decepciona quando assistimos vereadores (as) defenderem com muita veemência o combate às drogas, tomando como parâmetro um projeto de lei municipal, que cria “um conselho”, enquanto nós sabemos que todos os conselhos da cidade funcionam precariamente desprovidos das condições mínimas de funcionamento, no entanto, tais edis votam contra projetos que propiciam a emancipação pela educação, por exemplo.

Por outro lado, a Política Nacional Antidrogas já esta amplamente definida na RESOLUÇÃO Nº3/GSIPR/CH/CONAD, de 27 de OUTUBRO de 2005, pelo CONSELHO NACIONAL ANTIDROGAS – CONAD, sem perder de vista que não obstante a obrigação, é a União quem tem dinheiro para investir no enfrentamento as drogas, “guerra perdida”, porque a estratégia é ruim e a condução pior ainda, grifo nosso. É ridículo concentrar repressão ao tráfico e afrouxar as rédeas para produção e consumo.

Voltando aos nossos vereadores (as) nota-se que eles/elas são espertos (as), não chega a serem sábios (as), mas são espertos (as). Prova disso é que agradam ao governo votando/assoprando, mais cuidam de agradar o eleitor menos avisado mordendo nos enérgicos e quase sempre vazios discursos proferidos na tribuna.

Assim sendo, o parâmetro é sempre o eleitor, o cidadão, é nossa a responsabilidade. Somos nós que votamos e elegemos os vereadores (as), ter um legislativo fiscalizador e comprometido com os anseios da população e não com a conveniência de cada vereador (a), é algo que esta absolutamente dentro do nosso campo de influencia. Já conquistamos um punhado de bons fiscalizadores, se vamos avançar ou retroceder, dependerá do acompanhamento e fiscalização de quem outorga o mandato.

Para o triunfo do mal, basta que os bons façam nada”. Edmund Burke.

*Edivaldo Costa

Comunicador Social,

Bacharel em Direito e

Especializando em Administração Pública.

Brasil – Reflexões sobre a injustiça.

Por Joel Ferreira Ribeiro, advogado

Mais uma vez fui convidado para escrever neste jornal. Inicialmente pensei em exaltar a importância político-econômica do município de Luiz Eduardo Magalhães, por ocasião de seu aniversário que será comemorado no dia 29 de março próximo. Embora sua tenra idade destaca-se como líder na região do oeste baiano, despontando com significativos índices na produção nacional de grãos e no uso de inovações tecnológicas a guisa de maior eficiência para o agronegócio e desenvolvimento humano.

Todavia, embora a importância da data – aniversário da cidade – o brilho da festa é ofuscado diante de tantas manifestações, passeatas e movimentos de toda a ordem que espocam em cada rincão do Brasil. Esses levantes em busca de, simplesmente, melhores dias para todos, trazem à tona a flagrante INJUSTIÇA que se colore dos mais variados matizes; que está arraigada em nosso país desde sempre; que entra governo e sai governo e nada se modifica.

A INJUSTIÇA que ora abordo tem uma conotação difusa tendo em vista as necessidades prementes do cidadão que são sistematicamente adiadas ou ignoradas por nossos governantes.

O governo federal adotou como seu lema midiático a expressão “BRASIL UM PAÍS DE TODOS”. Indaga-se. Todos quem? Num país com a maior carga tributária do planeta e que presta serviços como se fosse uma republiqueta quebrada, evidentemente que não é um país de todos, mas um país de poucos.

As INJUSTIÇAS se avolumam a cada instante, enquanto isso o dinheiro público é mal versado e desviado com pagamentos espúrios de comissões, superfaturamentos, corrupção, licitações fraudulentas, e até mesmo o transporte aéreo para político influente fazer implante de cabelo em Recife.

Que país de todos é esse, onde as pessoas sucumbem às dezenas, diariamente, nos corredores dos hospitais, nos assaltos das esquinas, nas favelas dominadas pelo tráfico de drogas, na verdadeira guerra civil na qual estamos enterrados até o pescoço?

Que país de todos é esse que se dá ao disparate de gastar, por exemplo, 1,6 bilhão de reais para erigir um estádio de futebol em Brasília, e se preparando para moer mais cerca de 300 milhões nas obras ao seu redor? Brasília sequer tem uma equipe de futebol.

A Justiça, por Marília Chartune.
A Justiça, por Marília Chartune.

Em situação completamente oposta, o Hospital de Base, o maior da rede pública do Distrito Federal, que dista no máximo 1 Km do Estádio Nacional, está em ruinas e se decompõem juntamente com os cadáveres de seus corredores, que protagonizam um quadro digno de pinceladas dantescas e que retrata o antagonismo das prioridades governamentais e das necessidades reais.

Que país de todos é esse em que o “padrão FIFA” se impõe sobre a soberania nacional modificando a nossa legislação para facilitar a incineração de dinheiro público sem a regular fiscalização dos órgãos competentes?

Que país de todos é esse que não tem pudor de calcinar quase 700 milhões de reais para a construção de uma “Arena” em Manaus, enquanto a população manauara morre afogada, não no rio Amazonas mas nas mazelas e injustiças sociais que se arraigaram nas entranhas de nosso Brasil?

Que país de todos é esse em que o ladrão de galinhas recebe os rigores da lei e, a mesma lei é violentada para permitir que uma camarilha de malfeitores de gravatas desfrute de benesses e tratamento diferenciado no cumprimento de suas penas, como noticiado em revista semanal de circulação nacional?

Historicamente o Brasil, ou melhor, nossos governantes, nunca tiveram uma preocupação com o ser humano que compõe o nosso povo, a propósito, o saudoso antropólogo e escritor Darcy Ribeiro dizia que o Brasil tem o hábito de queimar gente: “O Brasil sempre foi, ainda é, um moinho de gastar gente. Construímo-nos queimando milhões de índios. Depois queimando milhões de negros. Atualmente estamos queimando, desgastando milhões de brasileiros mestiços”.

Darcy Ribeiro morreu há vinte anos e a colossal fogueira de queimar gente continua ardendo e com tanto combustível que transformaria Tomás de Torquemada – o “foguista” do Santo Ofício – num réu em processo da competência de juizado especial.

A INJUSTIÇA ganha os holofotes sob diversas facetas e necessidades, sejam de cunho social, econômico ou judiciário, e isto porque a JUSTIÇA é falha, tardia, se equivoca e resignada, e quando ela é feita não merece os refletores, eis que é cega – não precisa deles – essa é a sua função.

Com o passar do tempo os brasileiros, antes guerreiros foram assumindo uma postura cordata, frouxa, uma letargia coletivizada e indiferente às desigualdades brutais que assolam todo o nosso território e cidadãos.

O Brasil tem sim um passado de guerras, revoluções e levantes como a Revolta dos Cabanos que irrompeu em Pernambuco e Alagoas em 1832/35; a Cabanagem em 1835/40 a mais sangrenta de todas as revoluções do Império e que proclamou a independência do Estado do Pará; a Revolta dos Malês, em 1835 na Bahia; A Sabinada, também na Bahia em 1837, que proclamou a independência da República Baiana; a Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul, 1835/45, foi a revolta que mais ameaçou a integridade do território brasileiro foi declarada a República Rio-Grandense; em 1842 Teófilo Ottoni liderou em Minas Gerais a Revolução Liberal; a Balaiada ocorrida no Maranhão em 1838, e tantas outras.

Ocorre que depois veio uma paz inebriante que nos colocou em um sono profundo, ao ponto de o povo estar alheio às articulações pró-república, tramadas à sorrelfa por Benjamin Constant e Francisco Glicério o que desaguaria na queda do Império.

Aliás, a proclamação da República em 1889 foi acidental, como escreveu à época o jornalista francês Max Leclerc: “A revolução está terminada e ninguém parece discuti-la. Mas aconteceu que os que fizeram a revolução não tinham de modo nenhum a intenção de faze-la e há atualmente na América um presidente da República à força (…) Deodoro desejava apenas derrubar um ministério hostil. Era contra Ouro Preto (Visconde – Chefe de Gabinete do Império). A Monarquia caíra. Colheram-na sem esforço como um fruto maduro, Ninguém levantou um dedo para defende-la”.

Agora parece que o gigante despertou de uma hibernação quase glacial, inicialmente com o movimento das DIRETAS JÁ e recentemente com as manifestações que se agigantam em todos os cantos e eclodem como furúnculos trazendo à luz a podridão sistêmica que domina o cenário nacional.

Por seu turno, o governo do “País de todos” se omite pateticamente buscando elaborar às pressas uma legislação fascista e antidemocrática visando amordaçar a qualquer preço o grito das ruas.

Mormente os dramas nacionais e os dias cinzentos que se descortinam e se avizinham encerro cumprimentando a cidade aniversariante. Parabéns Luís Eduardo Magalhães!

Élio Gaspari, na Folha: “Pagar imposto é coisa de otário”

“Pela ordem social do andar de cima, há no país os cavalgados e os cavalcantis. Os cavalgados compram suas coisas e pagam todos os impostos no caixa. Trabalham o mês todo e, quando recebem o contracheque, ele vem com a mordida do Imposto de Renda.

sonegac3a7c3a3oOs cavalcantis não pagam o que a Receita cobra e, uma vez autuados, esperam que o governo lhes ofereça um plano de refinanciamento do débito. Os descontos são tamanhos que não pagar torna-se bom negócio. O truque atende pelo nome de Refis e, num acordo do governo com a oposição (em ano eleitoral), a Câmara dos Deputados, numa medida provisória relatada pelo deputado Eduardo Cunha, acaba de patrocinar mais uma festinha. É o Refis 8.0. Resta saber se a doutora Dilma vai sancioná-la.

O Refis socorre sonegadores desde 1999. Por meio de engenhosos mecanismos, tornou-se um benefício contínuo. Houve empresa com a dívida parcelada por 1.066 anos. Outra, que devia R$ 128 milhões, passou a pagar R$ 12 por mês.

Bancos e multinacionais já refinanciaram R$ 680 bilhões. A Vale parcelou uma cobrança de R$ 45 bilhões com 50% de desconto. A Companhia Siderúrgica Nacional safou-se de uma dívida de R$ 5 bilhões. A Braskem podou um espeto de R$ 1,9 bilhão.

Em 2009, a secretária da Receita, Lina Vieira, disse que, com esse gatilho, “o bom contribuinte se sente um otário”. Ela foi demitida pouco depois pelo ministro Guido Mantega. Sempre que o governo maquia o Refis vem o argumento de que com ele arrecada-se cerca de 15% do que está emperrado. É verdade, mas deixa-se de receber o que se cobrou aos cavalcantis, o que nunca acontece com os cavalgados.”

Democratizando a Bahia e a Comunicação

Por Robinson Almeida*

robinsonalmeidaEstes sete anos e três meses de gestão do governador Jaques Wagner, período em que fui responsável pela comunicação social, foram de aprendizado e realizações. À frente, vejo novos desafios. Porém é o olhar para trás que me mostra qual caminho seguir.

A tarefa do governador era e continua sendo imensa: de um lado, mudar a cultura política, democratizar a Bahia; do outro, atender ao clamor das urnas e desenvolver o estado com inclusão social.  E assim como ele tinha que implantar uma nova forma de governar, minha missão, parte integrante da dele, foi desenvolver uma nova forma de comunicar. Nos dois casos, os paradigmas existentes não serviam aos nossos propósitos.

Tudo tinha que ser criado, inventado. A nova hegemonia precisava se estabelecer com a afirmação dos valores e signos da nova gestão, com suas prioridades econômicas e sociais, com sua vinculação orgânica ao projeto nacional. A decisão estratégica que conceituou o projeto continua atual até hoje: Bahia,  Terra de Todos Nós.

A produção das notícias de governo deve atender sempre ao imperativo legal e ético de prestação de contas à sociedade. A relação com os meios de comunicação, indispensáveis para as informações chegarem a todos, foi estabelecida na absoluta defesa da liberdade de imprensa. Nesse ambiente, a busca do contraditório, do equilíbrio na cobertura das pautas do governo, se tornou um desafio permanente.

Tendo sempre como matéria prima a verdade, foram produzidas ações publicitárias de grande repercussão. O “agora tem, tem, tem” embalou as realizações do governo. A campanha de depoimentos espontâneos de gente do povo consolidou a marca social de um governo que faz mais para quem mais precisa. Quem não se lembra de Dona Enedina, alfabetizada aos 100 anos? Nesse caso, a publicidade baiana foi premiada nacionalmente. Continue Lendo “Democratizando a Bahia e a Comunicação”

O inverno da nossa desesperança

cavaleiros-do-apocalipse

Assim como já existe o “Abril Vermelho” do MST e, há 40 anos, o “Setembro Negro” para as organizações terroristas da Europa, acredito que este período, pelo qual estamos passando no Brasil, ainda será conhecido como o “Inverno da nossa desesperança” como no livro de John Steinbeck.

A “nomemklatura” ainda não acusa o golpe: o Governo reage com contra-medidas políticas, marqueteiras, sem abrir mão do uso da força. Os políticos de todas as pelagens reagem com a sua característica cara-de-pau.

No entanto, o motim alastra-se: barreiras dos caminhoneiros, juventude, médicos, professores e até os aposentados do fundo de pensão Aerus (Varig e Transbrasil) entraram em greve de fome.

Um rastro de cólera se espalha pelo território. E ninguém sabe, mesmo entre os mais atilados, se este é apenas o começo do fim de uma era ou a crise nas instituições pode chegar a multiplicar-se num vórtice de violência e desorganização social sem precedentes.

Olha o deboche!

por Carlos Brickmann

O roubo faz parte do poder; um inglês famoso, lorde Acton, dizia já em 1887 que todo poder corrompe. Rouba-se no Brasil desde quando o Brasil era colônia (D. João 6º, ao voltar para Portugal, esvaziou os cofres do país); roubou-se no mundo comunista (Erich Honneker, o último líder da Alemanha Oriental, acumulou alguns bilhões de dólares), rouba-se no mundo capitalista (Helmut Kohl, que liderou a reunificação alemã, caiu por receber dólares, digamos, não contabilizados). Rouba-se em ditaduras e democracias. Faz parte.
O que não faz parte, e que responde pelas grandes manifestações, é o deboche. Nunca por aqui alguém brigou pela corrupção dos outros. Mas quando um senador que teve de renunciar para não ser cassado vira presidente do Senado, quando ministros afastados por “malfeitos” voltam a circular no Governo, quando deputados condenados à prisão por corrupção não apenas continuam exercendo o mandato como vão para a Comissão de Constituição e Justiça, quando o Poder torna sigilosos os gastos do cartão corporativo de uma servidora que se dizia grande amiga do então presidente, aí é demais. É juntar o roubo ao escárnio. É dizer “vou tomar seu dinheiro e contar pra todo mundo que você é otário”.
Mentir faz parte do deboche. Quando o ministro da Fazenda diz que as contas batem graças a uma tal “contabilidade criativa”, está debochando. Na ditadura, acochambravam-se os índices (era a expressão da época), mas negava-se a bandalheira. Hoje a bandalheira é afirmada, enfiada na cara do cidadão.
É abuso!

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Dia de protestos e confrontos.

Representantes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) e da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos (Arfoc-Bahia) estiveram presentes na manifestação deste domingo (30), no caminho para o Estádio da Fonte Nova, para onde manifestantes se dirigiam.

O objetivo era receber eventuais denúncias de agressões a profissionais de imprensa. As entidades pedem aos jornalistas que realizam cobertura que mantenham identificações visíveis como roupas personalizadas e crachás.

No último sábado (22), o fotógrafo do IBahia, Tiago di Araújo, foi forçado por PMs a apagar o conteúdo da sua câmera. O repórter do Bahia Notícias, Francis Juliano, foi detido após reclamar da truculência de policiais com o editor do site, Evilásio Júnior, agredido com puxões, palavrões e spray de pimenta no rosto.

A Associação Baiana de Imprensa (ABI) já reúne imagens e depoimentos que comprovam a agressão de policiais militares a equipes de reportagem para cobrar apuração e identificação dos responsáveis pelos abusos. Jaques Wagner assistiu o primeiro tempo de Itália x Uruguai e se mandou no intervalo. Do Bahia Notícias.

Rio de Janeiro

O brasileiro da favela respirando gás lacrimogêneo e levando bala de borracha nas proximidades do Maracanã e o destaque no programa Fantástico da Globo é o casamento de um funkeiro de nome Naldo, com uma periguete bunduda, de vestido de oncinha. Pior: depois repetiu a pesquisa sobre aceitação da dona Dilma, matéria requentada de sexta-feira. 

Quase no final do programa, a Globo relatou o ocorrido na bairro da Tijuca e também a apreensão de dois bailarinos que, na abertura do espetáculo no Maracanã, mostraram cartazes com manifesto contrário à privatização do Maracanã. O jornal O Globo publicou a foto.

O ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, apresentou-se no final da cerimônia de premiação dos brasileiros.

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A verdade: em Cuba tem 6 mil médicos sem emprego.

Por Sérgio Augusto Oliveira Siqueira

Fui remexer nos gorgulhos do Google só para saber quantas escolas de medicina o Brasil disponibiliza para seus quase 200 milhões de habitantes. Resposta: 201 escolas médicas em atividade – 116 particulares, 48 federais, 30 estaduais e 7 municipais. Elas formam por ano nada menos de 16.500 médicos. Ponto.
Fui saber da China, tigresa asiática que tem uma população de mais de 1 bilhão e 300 milhões de pessoas. Resposta: a China possui 150 cursos médicos. Vai ver que a verdade chinesa está na acupuntura. Reticências…
E então, movido a discursos de Alexandre Padilha, fui saber de Cuba, paraíso com menos de 11 milhões e 300 mil fiéis seguidores dos irmãos Castro. Resposta: lá tem 25 faculdades públicas de medicina e uma escola latino-americana que matricula acadêmicos estrangeiros.
Acho até que foi lá que Lula recebeu o seu primeiro diploma de doutor honóris causa própria. Em Cuba, nada menos de 11 mil estudantes recebem diploma de médico por ano. Há controvérsias. Exclamação!
Isso quer dizer o seguinte: o povo cubano está farto de ver tanto médico pela frente. Queixou-se para Lula que falou para Dilma que mandou Padilha trazer para cá os doutores que, pela notória especialização, não conseguiram emprego na simpática e atrativa ilha de Fidel.
Ah bom, a saúde pública do Brasil agora vai. Ponto final.
RODAPÉ – Ah sim, os milhares de médicos que sobram por aqui – e para os quais o Ministério da Saúde não tem nenhuma proposta decente – não receberam nenhum convite de emprego em Cuba.

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Índios invadem prédio público

imagem índioDeu no Bahia Notícias: cerca de 250 líderes indígenas de todo o estado ocupam a sede da antiga Secretaria de Educação, próxima a pasta de Justiça, no Centro Administrativo da Bahia (CAB) a partir desta segunda-feira (6). De acordo com o presidente da Federação Indígena Pataxó Tupinambá Extremo Sul, cacique Aruã, os representantes querem cobrar da administração estadual antigas reivindicações para o setor, como concurso público para professor indígena, regulamentado desde 2003.

Tenho uma solução para o problema indígena: já que eles têm tanta terra, porque não mandar pra eles 3 caminhões: um de semente de milho, outro de manivas de mandioca e um terceiro carregadinho de enxadas. Índio com cara de branco, pintado, está querendo é guerra.

Até quando vamos ser conduzidos pelo nariz por estas tribos fajutas? 

Aviação civil brasileira: aeroportos dos anos 50 e falta de investimentos

Por Antonio Carlos Cruzeta, na página Aviação sem Noção, do Face.

Para você entender o que é a aviação no Brasil deve-se partir da seguinte ideia; imagine-se dirigindo um carro BMW luxuoso no meio de um safari na África; é mais ou menos assim que um aviador se sente voando no Brasil; você tem uma tecnologia de ponta dentro do seu avião e um sistema precário e ultrapassado a sua volta. Vou explicar porque.
Atrasos: Os atrasos no Brasil têm características incomuns comparado ao mundo afora; quando se tem nevoeiro… somente Guarulhos tem sistema mais preciso para pouso por instrumento, conhecido como ” ILS categoria 2″. Curitiba também tem, mas lá é tão engraçado que colocam o sistema para manutenção exatamente em época de nevoeiro. Vergonhosamente Porto Alegre, Florianópolis e Confins não têm esse sistema. Estes sempre fecham por causa de nevoeiro. Manaus, que tem uma localização extremamente estratégica e que sempre tem nevoeiro, porém também não tem sistema ILS. Detalhe…”Nos EUA, são mais de 100 aeroportos só com ILS categoria 2″, fora os de categoria 1 e 3.

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Se você, passageiro, está indo para Porto Alegre, fique sabendo que seu avião não pode alternar Florianópolis caso Porto Alegre esteja fechado. Florianópolis tem um vergonhoso pátio para apenas cinco aviões; lembrando que no verão Florianópolis recebe mais 150 vôos de fretamento além dos regulares. Este aeroporto supracitado, vergonhosamente, não tem taxiway (pista para a aeronave taxiar até a pista principal), sendo necessário a aeronave taxiar pela pista principal gerando espaçamento maior entre as aeronaves que se aproximam, ou seja, ocasionam atrasos.
Se você está chegando a São Paulo, o problema é parecido. Guarulhos está sempre com o pátio lotado, Vitória e Confins também. Galeão e Congonhas dias atrás ficaram nesta situação, com o pátio lotado. Quem tinha Galeão como alternativa de pouso teve que escutar um “negativo” do controlador para alternar aquele aeroporto. Estava no plano de vôo que Galeão seria o “alternado”, Se o controlador aprovou o plano antes de decolar isso significa que é questão de lei e não de conveniência de pátio.
Nordeste. Voar no Nordeste é mais tranquilo por haver menor tráfego de aeronaves, porém lá tem outro problema: O controle de tráfego aéreo tem o desserviço de contar com as aeronaves militares fazendo treinamento que consequentemente geram atrasos, geralmente de mais de 20 minutos nas decolagens; o que desencadeia um atraso bem maior quando essas aeronaves chegam atrasadas ao sul do Brasil. Na regra internacional uma aeronave em instrução militar tem preferência sobre aeronaves civis de passageiro em pousos e decolagens, porém, se o País quer adotar regras internacionais ao pé da letra…que construam bases militares específicas para a função militar. Lembrem-se que aqui é o Brasil e não Europa ou EUA, onde os aviões são sequenciados para pouso com separações de 4 km entre aeronaves, enquanto que no Brasil é 8 km entre aeronaves e no caso de Florianópolis chega a 20 km por aeronaves por falta de taxiway. Continue Lendo “Aviação civil brasileira: aeroportos dos anos 50 e falta de investimentos”

“Jornalistas escrevem muita besteira”, Deputado Marco Feliciano

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Por Tiago Lira*

 Na tarde dessa quarta, 27, em Brasília, na Câmara Federal, durante a primeira reunião da audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH), o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), após um grupo de pessoas protestarem contra sua presidência, solicitou que a polícia legislativa efetuasse a prisão de um dos manifestantes. Ele afirmou ter sido chamado de racista.

Ao término da reunião pediu aos deputados que estavam na comissão para se dirigirem ao plenário da Câmara para realizarem pronunciamentos sobre a importância da audiência. Mas, poucos parlamentares estavam presentes ao final dos trabalhos.

Além da pressão de movimentos sociais, Feliciano também enfrenta oposição de outros parlamentares, inclusive, do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) que deseja vê-lo fora da presidência da CDH.

Mesmo assim, afirmou estar firme e ressaltou que não vai sair cargo. Ele também fez críticas ao trabalho da imprensa afirmando que os jornalistas escrevem “muita besteira”. “Vocês estão ultrapassando o meu limite de espaço. Estou aqui por um assunto sério e vocês estão de brincadeira”, afirmou.

Será que os jornalistas escrevem realmente muita besteira? Ou a verdade incomoda demais os políticos? A maioria dos jornalistas atua por amor a profissão, de forma ética e com respeito aos seus leitores. Mas é claro, que como em como todas as profissões, existem os maus profissionais, os sensacionalistas, que só pensam em tirar proveito, todavia, para esses o próprio mercado os descredibilizam.

Existe uma máxima que “contra fatos não há argumentos”, é o que comprovam as próprias afirmações do deputado, gravadas em vídeo e divulgadas, por ele mesmo, em redes sociais. O Brasil precisa mudar, só que, com pessoas sérias, que não se utilizem de seus cargos religiosos para autopromoção. Infelizmente, ética e honestidade não são qualidades que vemos na maioria dos políticos que elegemos. Aliás, você se lembra em quem votou para deputado?

ACUSAÇÕES DE RACISMO – Eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados neste mês, Feliciano tem sofrido protestos desde que assumiu o cargo. Manifestantes o acusam de racismo e homofobia devido a diversas declarações polêmicas. Em 2011, por exemplo, Feliciano publicou em seu Twitter que os descendentes de africanos seriam pessoas amaldiçoadas. “A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!”

tiago lira Tiago Lira é publicitário e articulista – www.maispropaganda.net.br

(*com informações Agência Brasil)

 

 

 

Seca no Sertão chega ao seu ponto mais crítico

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Enquanto o poder central pavoneia-se em Roma, portando monarquicamente seus cartões corporativos, a seca avança no Sertão do Nordeste. Só na Bahia já são 226 municípios em estado de calamidade. A FAEB – Federação da Agricultura do Estado da Bahia emitiu nota oficial capaz de constranger os corações mais empedernidos.

“A Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia vai reunir produtores, autoridades e Sindicatos dos Produtores Rurais para discutir a gravidade da situação.

O sentimento dos produtores da região do semiárido da Bahia é de angústia, revolta e abandono. A sensação geral beira o desespero. A realidade é cada vez mais grave e impiedosa. A seca que atinge a Bahia, considerada a pior dos últimos 50 anos, chegou ao seu ponto mais devastador, levando o produtor rural baiano ao fundo do poço. De acordo com últimas informações divulgadas pela Defesa Civil, 226 municípios estão em situação de emergência na Bahia, o que corresponde a mais da metade das cidades baianas.

secaAs medidas dos Governos Estadual e Federal são insuficientes, e longe da realidade. Os escassos recursos emergenciais esgotaram-se rapidamente e os financiamentos foram marcados pelo excesso de burocracia e lentidão, excluindo o pequeno e o médio produtor. Assistimos a um imenso retrocesso. O médio produtor já virou pequeno e o pequeno produtor está em vias de desaparecer.

Em 2012, quando a situação já era bastante grave, foram anunciadas várias medidas emergenciais, com obras como Barragens Subterrâneas, Poços e Implantação de Reservas Estratégicas de Alimentos. Em nome dos produtores do semiárido baiano, questionamos: Onde estão esses poços? Quantas barragens foram construídas? Quantas pessoas foram beneficiadas? Onde estão essas obras emergenciais? O que está sendo feito de concreto?

O pequeno estoque de milho que deveria chegar aos produtores desapareceu. Um produto essencial que poderia ser usado como uma das poucas alternativas para salvar o que resta do rebanho. Lembramos que esse milho não seria dado, seria comprado pelos produtores. Os produtores querem e precisam comprar, com urgência, o milho. O programa Bolsa-Família, que tem ajudado muitas pessoas a sobreviver, não é a solução para o semiárido, pois isso não resolve o problema. O Bolsa-Família não alimenta e nem fornece água para o rebanho, nem garante a sustentabilidade da propriedade. Com ele a família consegue apenas, precariamente, sobreviver. E assim, acompanhar a perda de todo o seu patrimônio, conquistado com muita luta. Os rebanhos estão sendo dizimados, as propriedades arruinadas, o patrimônio dilacerado.

Os produtores estão, a cada dia, mais e mais descrentes e desassistidos. Tendo em vista a calamidade que se alastra impiedosamente em nosso Estado, e que está levando progressivamente o produtor rural ao extremo desespero, a FAEB – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia, atendendo à solicitação dos Presidentes de Sindicatos dos produtores rurais da Bahia, vai reunir em sua sede, cooperativas, associações, produtores e autoridades, para uma reunião, de forma a que cada um expresse o seu sentimento e apresente em depoimento suas carências, dificuldades e os efeitos dessas medidas emergenciais nos seus municípios. E, a partir daí, apresentar aos órgãos de divulgação o verdadeiro quadro de desalento e o sofrimento que o campo vem atravessando, revelando, assim, a extensão da tragédia que estamos vivendo. O encontro será realizado na próxima terça-feira, 26, a partir das 9h, na Rua Pedro Rodrigues Bandeira, 143, Ed. das Seguradoras, 7o. andar, bairro do Comércio.

A situação esperada para 2013, caso não ocorra o milagre das chuvas até início de abril, é que a estiagem vai ser muitas vezes pior que a de 2012. Já não existem reservas estratégicas, nem qualquer poupança que permita comprar volumoso, sementes, contratar carros-pipa, entre outros.

Durante o encontro, também será realizado um movimento para solicitar aos Governos Estadual e Federal ações enérgicas, impactantes e imediatas, e protestar contra o descaso e a falta de apoio aos pequenos e médios produtores, que estão sendo dizimados. A gravidade da situação é de real calamidade, e é muitas vezes maior que o tamanho da ajuda que se teve até agora.

Nesse momento difícil, é necessário, mais do que nunca, que os produtores se organizem, se mobilizem, e pressionem para que seja apresentado um programa de medidas concretas, estruturantes, de médio e longo prazo, para, finalmente, serem criadas condições para sairmos dessa crise, com a recuperação da economia agropecuária, e preparando, enfim, o produtor do semiárido baiano para conviver dignamente com a realidade da seca.”

Todo brasileiro, com um diáfano sentimento de patriotismo e imbuído dos mais singelos preceitos democráticos aprova a Comissão da Verdade, que visa expor os nomes dos torturadores do golpe de 1964. 

Não podemos, no entanto, nos isentar das barbaridades que estão acontecendo na gestão pública brasileira, que criou um regime popularista sem ajudar o povo; um regime socialista que não se preocupa com o social; um regime que alcança uma moeda, mas veda, a cada brasileiro desassistido o acesso ao ensino e a chance de escalar a pirâmide social. 

Está explicado porque então o Governo do PT paga tanto pelo apoio da base política, prática iniciada nos primeiros meses do Governo Lula e que atingiu seu ápice em 2005, o ano que ainda não acabou.

Mau gestor, o Governo Petista dissemina práticas espúrias por estados e municípios, com base num assistencialismo orgulhoso e prevaricador, onde segurança, educação e saúde são operetas bufas, pura ficção da dramaturgia dos que conspiram, na luz tênue dos gabinetes, contra a Nação.

Que se escolha então, um Conselho de Notáveis, que governe a Nação, uma verdadeira comissão da verdade do cotidiano. E deixemos que Lula e seus seguidores façam política. Se é que nada fazem ou sabem fazer de melhor. 

O Brasil e os jesuítas

Por Victor Sena

Não deve existir no mundo um povo mais displicente com sua própria história do que o povo brasileiro. Na edição do Jornal Hoje desta quarta-feira, (14), na rede Globo de Televisão, fiquei estupefato ao ver uma matéria que dissertava sobre “Como os Jesuítas ajudaram o Brasil”. 
A matéria, claro, é fruto da escolha de um novo papa (escrito em minúsculo de propósito). Um papa argentino e jesuíta. Só me questiono se o acéfalo que produziu a fatídica matéria leu algum livro de história na vida. Pois bem, aprofundemos um pouco na história.
550 mil índios. Era só o que havia na, até então, Ilha Brasil, antes dos portugueses chegarem, com uma carrada de degredados e algumas dúzias de prostitutas. Mas, em 1549 uns tais seguidores de Jesus foram convocados para servir à Coroa na missão de humanizar índios; seres preguiçosos e sem almas. A humanização seria conseguida através da catequização e a imposição do trabalho escravo, é claro.
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Assim que chegaram, os jesuítas se espalharam pelo território nacional e amontoaram grupinhos de índios para catequização/escravidão. A Companhia de Jesus criou inúmeras vilas, que segundo o Darcy Ribeiro, maior antropólogo brasileiro, só serviram de demarcação de terra para verdadeiros abatedouros – palavra minha, não do professor Darcy Ribeiro – de índios. 
Vejam que quero chamar atenção não à estada dos primeiros jesuítas no Brasil, mas, sim, como nossa história é tratada.
Até hoje livros de história tratam o descobrimento do Brasil como um acidente de percurso, chamam a América do Sul de Ilha, à qual primeiro deram o nome de terra da Santa Cruz, e assim formamos uma nação de analfabetos funcionais, que são mantidos assim pela voracidade da mídia consumerista e pelas péssimas políticas públicas oferecidas pelos canalhas que governam a nação.
Se curvar diante de um novo papa, que se faz santo em alguns minutos de eleição, é totalmente aceitável. Já que não ligamos para o fato de a Igreja ter sido fiel primeiro à Colônia, depois à monarquia (ao passo que era contra a abolição da escravatura), depois à ditadura em nossas terras, por que ligaríamos para os 14 séculos de trevas que assolou o mundo? Por que questionaríamos o fato de ter sido escolhido papa um cara que colaborou com a ditadura argentina? Um cara acusado de delatar padres e civis contra a ditadura e de raptar crianças, diga-se de passagem.
Como diria o general De Gaulle, “o Brasil não é um país sério”, pessoas chegam à faculdade sem saber ler e interpretar, o país é o líder mundial no ranking de homicídios – pois é, morre mais gente no Brasil do que no Afeganistão -, e a ideia que nos é vendida é de que tudo está no caminho certo.
Senhores, peço encarecidamente que eduquem seus filhos com bons livros. A maioria das pessoas deste país só consegue pegar um ônibus se ele passar devagar, se passar muito rápido não consegue ler a linha. Somos uma nação de analfabetos funcionais, que desprezamos nossa história e por isso vivemos num futuro merda petista.

Ministério Público, o primo pobre dos três poderes.

Por Edivaldo Costa.

edivaldo.ba@gmail.com

Antes de qualquer coisa, gostaria de pontuar que o título em destaque não é afirmação nossa, mas de um servidor da Procuradoria Geral da República. Esclareço: em viagem a Brasília com minha turma de direito a época (2007), para visitarmos os tribunais superiores, viagem esta organizada pelo querido Mestre Paulo Cesar, visitamos também a sede da PGR e, ao chegarmos ao imponente edifício que leva a chancela do highlander Oscar Niemeyer, um servidor que nos recebera dissera, “antes desta sede éramos o primo pobre dos três poderes, mas agora com a sede da PGR isso foi reparado”. A localização da sede da Procuradoria Geral da República foi prevista por Lúcio Costa no Plano Diretor de Brasília, em 1960. Mas ao se transferir para a nova capital, em 1962, a PGR ocupou primeiro dois andares do Departamento de Administração do Serviço Público (DASP). O órgão chegou a utilizar espaços do Ministério da Indústria e Comércio e do Ministério da Saúde antes de se mudar, em 1982, para um prédio na Avenida L2 Sul, onde hoje funciona a Procuradoria da República no Distrito Federal).  Continue Lendo “Ministério Público, o primo pobre dos três poderes.”

E a avenida Paulista, não era dos índios?

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Frase de um fazendeiro vizinho à área de 11 mil hectares, em Rio Brilhante, MS, onde o Governo quer desalojar produtores para “devolver” aos índios guarani-kaiowá:

“Mesmo que os índios tenham vivido aqui muito tempo atrás, tem uma coisa: o Brasil inteiro um dia foi terra indígena. Não havia índios onde hoje está a Avenida Paulista, em São Paulo? Na Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, ou em Natal? Eles não têm os mesmos direitos do que os que querem estas terras? Então, se o governo quiser fazer justiça, vai ter que arrumar muita terra”.

O Brasil tem imensas reservas florestais, onde pode abrigar os seus índios. Mas eles não querem essas terras. Querem fazendas formadas, com solo corrigido, que possa ser arrendado a terceiros, gerar uma boa renda e uma vida muito boa. Não é isso que eles fazem com os garimpos e a madeira localizada nas reservas. Cobram percentagem e vão viver uma vida muito boa a bordo de suas Toyota Hilux.

A moralidade e os panos quentes

O mundo gira, a Lusitana roda e apesar das gravíssimas denúncias proferidas, ontem, na Câmara Municipal, a indústria dos panos quentes segue em franco desenvolvimento. Nenhum vereador, presente ou ausente, teve a capacidade de vir hoje aos jornais para dizer que pediria o estabelecimento de processo investigativo para apurar a verdade. Homens públicos de verdade não podem transigir com a mazela, a incúria e o peculato. 

Ou restaura-se a moralidade pública ou nos locupletemos todos, já dizia o humorista Barão de Itararé. Quem dentre vós, ínclitos vereadores de Luís Eduardo, se levantará de vossa confortável cadeira para apurar as denúncias de improbidade. É caso de instalação de CPI e investigação com acompanhamento de perto do Ministério Público da Bahia. 

A vida, um sopro

oscarOscar Niemeyer um dia antes de morrer: “Eu queria um café e um pastel”. Por que só os velhos reconhecem a simplicidade da vida? A vida é simples. Muito simples. A voragem do consumo, a ambição do poder, o chamamento do instinto de multiplicação através do sexo é que complicam tudo.

A vida não passa mesmo do prazer de um singelo café preto e um pastel crocante, como aqueles que encontramos na padaria ao lado. Nem todo o reconhecimento do mundo, as honras militares no sepultamento, o mais fino champagne, o uísque mais antigo, valem o prosaico café preto com pastel. E se possível, um cigarro depois.

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Hoje e amanhã, últimos dias para inscrições

Jogando luz no Plano que Reformula o Estatuto do Magistério em Barreiras

Um artigo de Ricardo de Oliveira dos Santos – bacharel em Direito e analista judiciário do Poder Judiciário da União.

Recebi o pedido para analisar o projeto de lei que tem gerado protesto dos professores por sua aprovação.
De início me assustei com planilhas em branco, projeção de aumento sem indicação de impacto econômico e financeiro, erros grosseiros de português e artigos mal formulados.
O projeto foi devolvido ao Executivo para ajustes. Rapidamente voltou com iguais falhas, sem indicação do impacto financeiro, nem demonstração de previsão orçamentária necessários a tais projetos. Posteriormente foi enviado um estudo de impacto, mas claramente errado ao só verificar o vencimento básico e esquecer de demonstrar todas as gratificações e adicionais que incidem sobre o salário, podendo estes, em alguns casos, ultrapassar o próprio vencimento básico, ou seja, o impacto é muito maior do que o apresentado. 
Não entendo como a administração municipal foi tal incompetente na feitura do projeto, nem como o sindicato aceitou o envio ao Legislativo sem as correções necessárias (os erros de redação estão espalhados ao longo do projeto).
Orientei a vereadora em questão a não votar o projeto daquela maneira, pois lei não se faz açodadamente, precisa de ajustes e é necessário o conhecimento das informações verdadeiras, mormente por se tratar do dinheiro público.
Existe também no projeto previsão de incorporação ao salário das gratificações recebidas por três anos. 
Há previsão de eleição para diretor e vice-diretor. Se eleito, salvo engano, dobra-se o vencimento do gestor. O pleito seria de três anos. 
Findo esse prazo essa gratificação estaria incorporado ao salário? 
Receberia em dobro perenemente, mesmo não sendo mais diretor? 
Pairam dúvidas acerca da constitucionalidade desse artigo, mormente por ser exíguo o prazo de incorporação e o advento da Emenda Constitucional 19/98. 
Suportariam as finanças públicas incorporações de gratificações recebidas por apenas três anos? Eleição para secretário escolar? Há mesmo necessidade? Proibição de se realizar concurso público de docente sem a titulação necessária. Isso não se deveria exigir apenas na data da posse? Aumento das férias de 30 para 45 dias estaria em consonância com a realidade? Não seria mais proveitoso utilizar esses 15 dias em aperfeiçoamento?
A previsão de dobrar a gratificação de regência de classe de 15% para 30%, qual o impacto disso?
Foi retirada a gratificação de coordenação pedagógica. Estaria isso correto?
Limitação para apenas 15 alunos no maternal I numa cidade ainda carente de creches? Porque não 20?
O que mais chama a nossa atenção é que em nenhum momento o Executivo se preocupou em instituir gratificações baseadas no mérito. 
Todas as cidades que estão melhorando os seus níveis educacionais estão criando avaliações periódicas e premiando os profissionais em educação que atingem as metas. Vamos continuar entre as cidades que não valorizam o mérito? Será que a educação vai melhorar só com o aumento dos vencimentos e gratificações? Não seria prudente reservar parte desses recursos para premiar aqueles que levam os seus alunos a melhores resultados.
Sobral – CE tem um dos melhores índices do IDEB porque avalia mensalmente os alunos e premia os professores que atingem as metas todos os meses. Vamos copiar? 
Este é o momento adequado para darmos uma guinada na melhoria da educação. Não contemplar gratificações pelo mérito será um passo atrás na administração da educação municipal.

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A imprensa e os mortos anônimos

Mauro Malin, no Observatório da Imprensa, em artigo “A imprensa e os mortos anônimos”, analisando o estado de guerra civil em que se encontra São Paulo:

“Criminalidade e política estão ligadas por diferentes canais: mercado financeiro, laços das polícias com atividades criminosas, avaliação pela opinião pública da competência das autoridades. Que ninguém se iluda. No Brasil, de modo geral, autoridades só encaram o doloroso dever de aumentar a eficácia policial quando o estado de coisas ameaça desempenhos eleitorais. E quase sempre insistem na força sem inteligência.”

O gosto amargo da derrota

Por Itapuan Cunha*

Por necessitar de um documento no setor de Tributos da Prefeitura de Barreiras, lá compareci na tarde de ontem, notando a tristeza de grande parte dos funcionários concursados e contratados, ante a derrocada do projeto “cidade mãe”, a ser interrompido a partir de 1º de janeiro de 2013.

                        É natural que os funcionários não tenham contribuído para tanto, mas é inegável que uma administração eivada de vícios, de desmandos e desorganização, possa prosperar. Afinal, o povo começa a enxergar o óbvio e desaprovou os atos e fatos administrativos de uma triste etapa da história de Barreiras, que na opinião de muitas pessoas não deixará saudades. É lamentável, pois se esperava muito da administração “cidade mãe”, mas a multiplicidade de intervenções da gestora na política regional, ao invés da nossa, lhe causou muitos embaraços.

                        Foram tantas as promessas feitas antes da eleição passada, que nosso povo consagrou nas urnas o nome da atual prefeita, que sozinha suplantou os votos de todos os candidatos adversários. Um feito inédito, digno de elogios. Continue Lendo “O gosto amargo da derrota”

Leituras: “Não era golpe, eram fatos”, de Clóvis Rossi.

Mídia internacional deixa claro que a teoria da conspiração foi uma safada invenção do lulo-petismo.

A mídia internacional, no noticiário ontem publicado sobre a condenação de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares pelo Supremo Tribunal Federal, desnuda por completo a tese da conspiração golpista, esgrimida pelos hidrófobos do lulo-petismo.

Tome-se, por exemplo, o texto de Juan Arias para “El País” (jornalista e jornal que jamais hostilizaram os governos Lula e Dilma): “O que mais se estranhou na condenação de Dirceu (…) é que tenha sido consumada por um tribunal no qual, dos 11 magistrados, oito foram designados por Lula e pela atual presidenta, Dilma Rousseff”.

Acrescento que tanto o procurador que fez a denúncia inicial como o atual, Roberto Gurgel, foram igualmente designados por Lula.

“Não se trata, pois, de uma condenação levada a cabo a partir das fileiras da oposição, mas de magistrados amigos todos de Lula”, conclui Arias.

Desmascara completamente a teoria da conspiração golpista que blogueiros, a mídia e intelectuais chapa-branca inventaram safadamente. Era a maneira calhorda que acharam de, apanhados com a mão no bolso alheio, gritar “pega ladrão” para desviar a atenção.

Não funcionou. Para Arias, o que funcionou foi “catarse de tipo ético levada a cabo internamente por simpatizantes do partido condenado”.

Catarse que, de certa forma, faz o ator Odilon Wagner, petista de toda a vida, para quem o julgamento foi “exemplar”. E lamentou: “Um partido que realizou avanços sociais impressionantes não precisava disso [do mensalão]”. Catarse que faz também o governador gaúcho Tarso Genro, igualmente petista de toda a vida, que disse a Lisandra Paraguassu, do “Estadão”: “Que tem pessoas que cometeram ilegalidades, não tenho dúvida. Seria debochar da Justiça do país e do processo dos inquéritos achar que todo mundo é inocente”.

Ao contrário de debochar, a mídia internacional de qualidade louva o Judiciário brasileiro. Do “Financial Times”, por exemplo: “A condenação de Dirceu é um grande passo para o Brasil, onde as cortes têm sido tradicionalmente tímidas em punir corrupção”.

De Simon Romero, o excelente correspondente do “New York Times”: “O fato de que o julgamento está avançando até a fase de atingir congressistas, membros do partido governante e funcionários graduados que trabalharam diretamente sob um dos presidentes mais populares aponta para um raro avanço em ‘accountability’ política e uma marca crucial de independência do sistema legal”. “Accountability” não tem tradução precisa nem em português nem em espanhol. A mais próxima é “prestação de contas”, mas fica aquém da força em inglês.

Não sou entusiasta da teoria, muito disseminada, de que o julgamento do mensalão mudou o Brasil. Quando da campanha das “Diretas Já”, parecia também que o país levara uma baita sacudida, só para que, quando as diretas de fato chegassem, quatro anos depois, a maioria votasse em Fernando Collor de Mello, um baita retrocesso. Veremos agora se, pós-mensalão, a impunidade será de fato desterrada. crossi@uol.com.br

“Barreiras quer mais do mesmo”

Por Paula Vielmo

Ano eleitoral é sempre a mesma conversa de mudança, de reclamações e de análises políticas geralmente equivocadas, de um povo que passa três anos e meio alheio aos acontecimentos políticos e busca envolvimento apenas durante a campanha eleitoral. Em 2012 não é diferente!

Diversas pessoas se inquietam com a “falta de opção” para depositar seu voto no dia 07 de outubro , especialmente para o Executivo Municipal. Muitas outras dialogam nas escolas, bares, universidades, casas e ruas, sobre a situação caótica em que Barreiras se encontra. Existe uma indignação pulsante no povo de Barreiras em relação ao abandono do município e da falta de investimento e funcionamento das áreas sociais: saúde, educação, moradia, cultura, infraestrutura (com destaque para os buracos nas ruas), lazer. É perceptível que a situação do município piorou muito nos últimos anos, desde que a “primeira prefeita” assumiu os rumos da administração municipal.

Em 2012, temos CINCO candidaturas postas, mas apenas três são consideradas com possibilidades de vitória, todas elas de representantes políticos que já assumiram mandatos, que já tiveram chance de demonstrar compromisso ou a falta dele com as demandas do povo. O trio Jusmari (PSD), Antonio Henrique (PP) e Zito (PMDB), conforme expressão das ruas, “já foram testados”.

Além disso, observemos que o trio acima, quando em disputa eleitoral anterior, não estavam nos partidos atuais. Eles e ela, saltam de “partido” (abrigo ideológico) em busca de uma “legenda” que permita melhor executarem seu desejo sórdido de poder.

Em termos de “novidade”, poderíamos citar Renatos Santos (PSOL) e Zé Roberto (PSDB). Todavia, novidade é jamais ter sido prefeito? Novidade para mim é quem apresenta uma proposta pautada em bases distintas das colocadas pelos demais, e a única candidatura que faz isso é a candidatura do Partido Socialismo e Liberdade.

No entanto, somente as três candidaturas “hegemônicas” são vistas como possibilidade, mas nada são do que “mais do mesmo”. Qualquer um deles ou dela que for eleito ou eleita, não fará diferença nos rumos de Barreiras, pois as concepções políticas são absurdamente iguais, variando apenas, algumas vezes, no método de ação.

Considero essa eleição como a pior dos últimos anos, pois fortunas são gastas para vender uma imagem que não é real, enquanto as propostas e a história de quem está na disputa é desconsiderada. Ninguém está nesse processo por acaso, e o eleitorado precisa perceber isso. A ausência de financiamento público de campanha, oportunizando igualdade de condições é uma demanda urgente! Perceber quem são os financiadores de campanha e que haverá “devolução” no futuro, também é fundamental.

No dia 07 de outubro de 2012, veremos um município quase que inteiro, sem consciência critica, sem perspectiva, elegendo “mais do mesmo”, seja a atual, o vizinho ou o antigo. Porém, tenho certeza de que eu não vou colaborar com isso, e você?

A encruzilhada política de Oziel Oliveira.

Oziel Alves de Oliveira, que teve sua candidatura impugnada ontem por decisão da Justiça Eleitoral, afirmou hoje que voltará nos braços do povo. Mais um factóide. Oziel é esclarecido e já foi orientado pelos seus advogados que a simples condição de apelante ao TRE lhe devolve a condição de candidato. Não será uma decisão de segunda instância que lhe devolverá essa condição. E ainda terá a 3ª instância, o TSE para contraditar uma eventual decisão negativa do TRE.

No entanto, sabe-se de fonte segura, que Oziel Oliveira foi orientado por um de seus líderes em Salvador a abandonar a campanha, indicando um candidato em Luís Eduardo Magalhães, no caso a candidata a vereadora Katerine Rios, ficando como principal fomentador, na condição de deputado, das duas campanhas: a da Capital do Agronegócio e a de Barreiras, um colégio eleitoral importante em 2014 para quem deseja ser governador.

Esse mesmo líder alertou Oziel sobre o fato de que poderia ser usado como ícone da Lei da Ficha Limpa, frustrando suas expectativas também no TRE.

Então se estabelecem dois fatos: primeiro, que Oziel é candidato pelo simples fato de entrar com recurso no TRE, como já nos foi assegurado por um especialista na área; segundo, que de livre e espontânea vontade, ele abandone a liça em favor de objetivos mais altos em 2014.

Brasil, meu Brasil brasileiro!

“Na terra onde tem gente que chama Zé Dirceu de herói nada mais natural de que uma nonagenária ser processada por matar um assaltante.”

De Guilherme Macalossi, blogueiro gaúcho, referindo-se ao caso de uma senhora de 87 anos que matou o assaltante do seu apartamento, em Caxias do Sul, e foi indiciada por homicídio doloso e porte ilegal de arma.

Carta Aberta à Dona Dilma

Martha Pannunzio, em primeiro plano, em foto com familiares.

Em artigo de mais de 2.400 palavras, uma fazendeira, ambientalista, bisavó e professora aposentada, Martha Pannunziofaz um veemente libelo, em carta aberta à presidente Dilma Rousseff. Respeitosa e incisiva, a missivista explica, para a Suprema Mandatária da Nação, o que todos sabem, mas não são capazes de externar: que ela, Dilma, continua refém da máquina do PT e dos políticos sem escrúpulos, tomando iniciativas assistencialistas que, ao contrário de incluir os mais humildes à sociedade produtiva, os exclui para sempre no vício da esmola governamental.  

 Leia a carta:

Bom dia, dona Dilma!

Eu também assisti ao seu pronunciamento risonho e maternal na véspera do Dia das Mães. Como cidadã da classe média, mãe, avó e bisavó, pagadora de impostos escorchantes descontados na fonte no meu contracheque de professora aposentada da rede pública mineira e em cada Nota Fiscal Avulsa de Produtora Rural, fiquei preocupada com o anúncio do BRASIL CARINHOSO.

Brincando de mamãe Noel, dona Dilma? Em ano de eleição municipalista? Faça-me o favor, senhora presidentA!  É preciso que o Brasil crie um mecanismo bastante severo de controle dos impulsos eleitoreiros dos seus executivos (presidente da república, governador e prefeito) para que as matracas de fazer voto sejam banidas da História do Brasil.

Setenta reais per capita para as famílias miseráveis que têm filhos entre 0 a 06 anos foi um gesto bastante generoso que vai estimular o convívio familiar destas pessoas, porque elas irão, com certeza, reunir sob o mesmo teto o maior número de dependentes para “engordar” sua renda. Por outro lado mulheres e homens miseráveis irão correndo para a cama produzir filhos de cinco em cinco anos. Este é, sem dúvida, um plano qüinqüenal engenhoso de estímulo à vagabundagem, claramente expresso nas diversas bolsas-esmola do governo do PT.

É muito fácil dar bom dia com chapéu alheio. É muito fácil fazer gracinha, jogar para a platéia. É fácil e é um sintoma evidente de que se trabalha (que se governa, no seu caso) irresponsavelmente. Continue Lendo “Carta Aberta à Dona Dilma”

A esquina da política no Oeste.

Pressentimentos não devem fazer parte da pauta diária de um jornalista. No entanto, uma pequena dose de intuição é necessária. Por essas e outras é que penso em voz alta, para dizer que esta primeira semana do mês de junho vai ser o marco de inflexão da campanha política em Luís Eduardo e Barreiras.

Pelo visto, lido e ouvido, a proa da grande nave mãe do consenso político na Região muda 90 graus, colocando por terra algumas das pretensões mais agudas de determinados políticos. As armas e os barões antes assinalados, deixam de ser, deixam de estar, para coexistir, num futuro próximo, com meras recordações.

A encruzilhada de Cassandra

A campanha do prefeito Humberto Santa Cruz, como pré-candidato à reeleição, é discreta. Até porque como gestor em plena vigência do cargo, não pode se dar aos luxos de Oziel de Oliveira e Juarez de Souza, que queimam fogos de artifício à vontade. Aqui ou ali se vêem algumas fumacinhas. Mas existe uma porção considerável de lava incandescente sob as cinzas aparentes. Que, aliás, vai passar, nos próximos 15 dias, por uma encruzilhada. Santa Cruz está compelido a tomar decisões que podem – ou não – alterar profundamente a configuração de seu grupo de apoio.

Uma reflexão sobre 10 anos de PT no poder.

*Por Marco Elízio de Paiva

O PT não inventou a corrupção, ele apenas a banalizou em níveis
justificáveis aos olhos da plateia cativa. Esta plateia, hipnotizada
pelo sonho da igualdade prometida por Lula, se apega na esperança de
ganhar sem trabalhar. Ganhar sem trabalhar sempre foi a bandeira usada
pela esquerda para manter cativa a massa alienada.
O petismo é a Igreja Universal da política, assim como a Universal é o
petismo da religião. Lula e Edir Macedo são iguais até na falta
absoluta de limites. A Terra Prometida por ambos são apenas discursos
diante de uma massa de cativos. Os discursos da esperança petista e da
esperança universal do Reino de Deus é uma invenção poderosa que
consegue desculpar os crimes do presente dominado por eles e nos
roubar o futuro que teríamos. Tudo o que eles prometem não existe e só
faz bem a eles.
As armas com que lutam Lula e Edir Macedo foram conquistadas a partir
dos projetos de tomada do poder, nunca de projetos de políticas
públicas. O objetivo do PT é o mesmo da Igreja Universal do Reino de
Deus; Criar seguidores fieis que se sentem felizes com o poder de seus
líderes.
Os militares, para defenderem a manutenção do passado, deram um golpe
com tanques. Lula, para defender a escravização do presente, deu um
golpe com urnas. Edir Macedo, para defender o futuro, deu um golpe com
a Bíblia.
Jamais serei grato a Lula ou a Edir Macedo por eles cobrarem tão caro
por aquilo a que temos direito de graça.
Lula é um gênio do domínio das massas. Conseguiu até que a oposição
seja sua base de apoio, embora o preço cobrado para isso seja
altíssimo. Lula é um prestidigitador eficiente. Conseguiu transformar
a política em um jogo sem regras definidas. Em sua política, qualquer
conveniência passa a ser uma nova regra do jogo. Até a Igreja Católica
passou a ser base de apoio do PT. A Igreja Católica agora dorme com o
inimigo. Deixou de ser esposa de Cristo para ser concubina da
esquerda.
Lula conseguiu imitar a Igreja Católica em poder ideológico. A Igreja
Católica é um enorme armário de celibatários sacerdotais, Brasília foi
transformada em um enorme refúgio de malfeitores impunes. Tanto em
uma, quanto em outra, a impunidade conta com a indulgência que só
pensa na permanência do sistema e sua rede de benesses. Criminalizar
um padre pedófilo é tão difícil quanto condenar um político corrupto.
Até os jornalistas mais oposicionistas já minimizam a corrupção com
seus adjetivos simplistas. Propina corrupta ou roubo de dinheiro
público virou mensalão. O mensalão é crime sofrível. É até bonitinho.
Petistas são como evangelizadores das novas seitas cristãs. Estão em
todos os lugares e aparelham até apostila de ensino médio. Todas as
instituições estão infestadas por seu trabalho fanático. Eles estão
transformando o povo em laranjas. O povo é laranja do PT. Quanto mais
pobre mais suco rende.
O delírio do PT é controlar o povo. O delírio de Lula é controlar pessoas.
Eu não acredito no povo. O “povo” é uma ideologia totalitária petista.
Eu acredito em pessoas que não se deixam dominar impunemente.
Devemos ter muito medo do futuro. Foi com as elites intelectuais
rendidas a um partido interessado apenas em projetos de poder como
este que o nazi-fascismo triunfou na Europa com Hitler, Mussolini,
Stalin…
Qualquer semelhança não é mera coincidência!
Marco Elizio de Paiva é Mestre em História da Arte pela “University of Texas”,
ex-diretor da Escola de Belas Artes da UFMG e atual coordenador do curso de pós-graduação em História da Arte da
PUC-Minas.

Só não joguem a culpa da traição no sofá. Isso não!

A orquestração de um processo de desmoralização da maior revista no País tem motivos. Primeiro é um movimento diversionista do grande processo de corrupção que atinge governos estaduais do PT e o Governo Central; segundo, capitaliza-se a figura do grande trauma como cortina de fumaça para o resgate de um mínimo de moralidade na Justiça com o julgamento do Mensalão.

Ninguém poderia imaginar que o homem mais poderoso da república nos últimos 10 anos, José Dirceu, fosse sofrer o ataque sistemático da Veja sem retaliar. Para isso servem os jornalistas a soldo, como Mino Carta e Paulo Henrique Amorim. O que José Dirceu quer é, primeiro, retomar os governos de São Paulo e da capital paulistana ao PT. Depois, derrubar a imprensa que faz oposição à camarilha.

O problema do PT é a autofagia entre seus pares. José Dirceu jantou seus principais opositores nos governos do PT. Agora quer jantar a Veja e o resto da Oposição do País. O problema é que São Paulo ainda comanda quase a metade da economia do País. E a Capital tem um orçamento muito maior que a maioria dos estados do Nordeste.

Afirmar que Policarpo Junior, editor da Veja em Brasília, pertencia ao quadro de “arreglados” de Carlos Cachoeira é no mínimo uma temeridade. No caso, é óbvio, Cachoeira encarnou apenas uma boa fonte, que denunciava os malfeitos no Governo Dilma, com o objetivo de substituir malfeitores decaídos. E já que a Veja e Policarpo não têm a Polícia Federal e a ABIN ao seu dispor, porque esses servem ao poderoso de plantão, por que não servir-se das informações de Cachoeira?

Combater a Veja e a imprensa livre do País é seguir o exemplo do marido traído que troca o sofá. Continuando com a ilação, o que o Governo precisa é de livrar-se das ferozes disputas internas, não dos seus opositores, que são minoria no Congresso, minoria nos órgãos de informação, minoria na Justiça.

Diz o jornalista gaúcho Políbio Braga, o mais acessado blog independente do Rio Grande do Sul:

“Esta campanha sórdida contra a liberdade de imprensa tem o objetivo de colocar sob proteção os bandoleiros políticos do Mensalão, além de suprimir do noticiário as referências diárias sobre as patifarias que ocorrem com o dinheiro dos contribuintes.” 

Que se acendam as fogueiras que queimarão Marconis, Cabrais, Demóstenes, Agnelos, Leréias e Mabéis. Que se queime o arquivo vivo, Carlos Cachoeira. Só não joguem a culpa dos chifres morais da Nação no sofá. Isso não.

Catando as exceções à regra.

“O problema é que vemos como anomalia um traço de um Brasil que até hoje não quer saber se é um país de família, um clube de compadres e amigos – ou um sistema de instituições públicas.”

Os nossos caros leitores devem reservar um tempinho e ir ao site do Estadão para ler o artigo “Enigmas”, de Roberto da Matta, de onde retiramos o trecho acima.

O Brasil é um País de pequenas malvadezas, de cínicos simpáticos e de hipócritas sorridentes. E as exceções são tão poucas que não geram estatísticas.

LEITURAS: Liberdade de imprensa duplamente violada, de Paulo Brossard

É de ontem o conflito instaurado entre a chefe do governo argentino e a imprensa daquele país ou com a parte que se insurgiu contra a unanimidade jornalística, que se pretendeu impor em relação aos meios de comunicação. A situação de bom convívio se manteve até o chamado “tarifaço agrário” decretado pelo governo de Cristina Kirchner; não há quem ignore a importância do segmento agrícola, abrangente do pecuário, naquele país e o relevo da questão criada; o complexo capitaneado pelo jornal Clarín, o mais importante da Argentina, tomou o partido do mundo rural e daí o seu afastamento do governo.

A partir desse momento, o Grupo Clarín passou a ser estigmatizado e, não tardou o dia, foi em fins de dezembro, que 200 fiscais fazendários, de inopino, invadiram a TV a cabo do grupo, levando consigo documentos da empresa. Não durou muito, o Senado aprovou projeto declarando de “interesse público” a fabricação, comercialização e distribuição de papel-jornal. Ocorre que o papel-imprensa era fabricado por uma só empresa que abastece 75% dos consumidores, 172 jornais em todo o país. Vale salientar que dessa empresa o Grupo Clarín possuía 49% das ações, o La Nación era titular de 22%, a República Argentina, 27,5%, e o restante 1,5%, pequenos acionistas. Mas, com a iniciativa de batizar o papel-imprensa como de “interesse público”, proibiu que empresas jornalísticas possuíssem ações do Papel-Prensa.

Ora, o mais acanhado observador não custaria a concluir que o Grupo Clarín ficava com seus dias contados e, faz dias, foi divulgada a notícia de que o maior jornal da nação suspendera dois suplementos em suas edições dominicais por falta de papel… O caso não é novo. A própria Argentina já conheceu coisa parecida; quando o peronismo começava também sua guerra contra a imprensa e seus grandes jornais, La Nación e La Prensa figuravam entre os maiores e melhores do mundo; o resultado está à vista de qualquer do povo.

O que está acontecendo na Argentina, mutatis mutandis, aconteceu também no Equador; um no sul do continente, de costas para os Andes e voltado para o Atlântico, outro, voltado para o Pacífico, deixando os Andes para o lado, ou seja, um fenômeno no Sul, outro de igual natureza no Norte. Ambos antológicos. No Equador, uma ou duas pessoas, referindo-se ao presidente Correa, disseram-no ditador. Certa ou equivocada, tratava-se de mera opinião, errônea ou luminosa. Ora, entre milhares de pessoas, dificilmente não haveria algumas centenas a dizer o mesmo, com ou sem a intenção de ferir o bom nome do alvo, mas com o propósito de caracterizar a atuação de um governante, e com cujos atos não concordam. Procedimentos correntes em uma sociedade democrática. Pois bem, a pessoa ou pessoas que tenham assim se expressado foram condenadas a três anos de prisão e à condenação por danos morais da ordem de US$ 40 milhões!

Não conheço nação democrática que tenha legislação semelhante. Os presidentes Obama e Sarkozy são assim tratados uma vez por ano, senão mais, ou por mês, ou por semana, ou por dia, ou por hora, por motivos concludentes ou por meros preconceitos; quem não lembra de Churchill, até chegar a primeiro-ministro em 1940, era um dos homens mais malquistos da Inglaterra, e jamais se lembrou ele de ocupar-se dos que o desestimavam. E era Churchill.

Por falar em Churchill, não resisto em lembrar livro recente do professor Nigel Knight intitulado Churchill Desmascarado. Ao longo de 450 páginas, sustenta ele que nada fez de bom, de útil ou de belo. Tudo errado. As derradeiras palavras dizem tudo: “Foi Hitler que tornou Churchill uma figura histórica” da qual “nos lembramos de Churchill, acima de todo o resto, pela derrota de Hitler. Hitler, entretanto, é lembrado por si mesmo”!!!

Ora, a todas as luzes, o que está ocorrendo na Argentina e no Equador, pela desproporção das penas impostas, criminal e indenizatória, deixando de concluir que não são sanções dotadas de um mínimo de razoabilidade, e porejam sentimentos próprios de uma inimizade capital com a liberdade de imprensa. Os maus exemplos também se reproduzem e, quiçá, com abundância maior do que os bons. Este é o mal que, depois de tantos erros a propósito, começa a aparecer e deitar sementes, o que é perigoso para todos, e até de onde menos se espera. A liberdade de imprensa, escreveu Rui Barbosa, é a primeira das liberdades, só que há alguns que não a estimam.

Paulo Brossard de Souza Pinto, advogado, constitucionalista, parlamentarista, prócer do extinto Partido Libertador, deputado estadual, deputado federal, Ministro da Justiça, ministro do STF, fundador do MDB e do PMDB. Foi inclusive candidato a vice-presidente da República, na chapa de Euler Bentes Monteiro, contra João Figueiredo, nas eleições indiretas de 1978.