Tenente fala em ‘combater o pancadão’ de arma na mão; especialista aponta ‘subcultura policial’ que se sobrepõe a qualquer regra
Tenente posta imagem com legenda em sua conta no Instagram
Na foto, um PM aponta uma arma na direção da câmera. Ele está com um colega ao lado dentro da viatura. Sobre a foto, a legenda: “Você apoia a PM combater o pancadão?”.
E na legenda do Instagram, o policial segue: “se sim, clique duas vezes e deixe seu comentário”. E hashtags como “Bolsonaro Presidente”.
O perfil é do 1º tenente Bruno Evilásio Mattos, com mais de 80 mil seguidores e que também é youtuber. Mattos está na PM há 16 anos e tem um salário de R$ 10 mil.
Além dos vídeos em seu canal, Mattos também ministra palestras para aspirantes a policiais, como no CPP (Cursos Para Polícia) e QG Concursos.
Post do Tenente Mattos desta quarta-feira no Instagram
Ele é um dentre muitos perfis e páginas nas redes sociais que, desde o massacre de Paraisópolis, no domingo, que deixou 9 pessoas mortas, tem comemorado a ação da polícia e pedido mais. Algumas tem um tom diretamente agressivo, outras fazem piada com as mortes e com a forma repressiva com que o governo do Estado tem atuado em bailes funk.
A Força Tática participou da ação no domingo.Durante a escravidão, os capitães do mato eram mais conservadores do que hoje são os representantes policiais na sociedade. Torturavam com crueldade os escravos, mas não os matavam, porque sabiam que a Casa Grande precisava de braços para trabalhar e um novo escravo custava caro. Hoje, matam com facilidade pois uma vida na favela nada vale.