Irmão de Eduardo Campos pede que PF investigue ‘sabotagem’ em avião que matou candidato do PSB

Os restos do pequeno avião. Foto de Michel Filho / Agência O Globo

O jornal O Globo publicou às 16:12 de hoje um relato relevante sobre o acidente que vitimou o então candidato à Presidência do Brasil em 2014:

O advogado Antônio Ricardo Campos, irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, enviou um requerimento, nesta segunda-feira, para a Polícia Federal de Santos, em São Paulo, pedindo que seja investigada a possibilidade de “sabotagem” no avião que caiu em agosto de 2014, durante as eleições gerais, matando o então candidato do PSB à Presidência e outras seis pessoas.

De acordo com Antônio Campos, após estudos e pareceres de peritos particulares que acompanham o caso, um fato “grave e relevante na investigação da causa do acidente” pode mudar o “curso da investigação”.

“O Speed Sensor da aeronave à toda evidência foi desligado, intencional ou não intencionalmente, sendo essa última hipótese de não intencional improvável, o que caracteriza que o avião foi preparado para cair, o que caracteriza sabotagem e homicídio culposo ou doloso”, diz no requerimento.

Com base na hipótese de sabotagem na aeronave que levava Eduardo Campos e outras seis pessoas durante a campanha presidencial de 2014, o advogado pede uma “rigorosa apuração no presente inquérito, com a devida responsabilização”. O irmão do ex-governador diz que vai notificar o Ministério Público Federal em Santos, ao Ministro da Justiça e a Procuradora-Geral de Justiça sobre o requerimento.

A família de Eduardo Campos contesta a versão apresentada pelo laudo feito pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre o acidente. De acordo com a mãe de Eduardo, Ana Lucia Arraes de Alencar e Antônio Campos, irmão do político, o laudo que aponta a culpa do acidente a uma falha humana, é inconsistente.

O Relatório de Investigação do Controle do Espaço Aéreo (Ricea) teria demonstrado, segundo os familiares, certos equívocos na conclusão do Cenipa.

Leia mais em O Globo.

Nota do Editor:

O que o Globo não fala, mas é interessante ressaltar:

  1. Jatos executivos como o acidentado, Cessna C560 XLS+, têm alta performance, mas pequena superfície alar, o que faz com que, voando perto da velocidade de stall se tornem instáveis. Se perder a velocidade mínima de sustentação, estola e cai como um tijolo, praticamente sem chance de recuperação. Foi o que aconteceu. O avião caiu em voo picado como se pode ver por vídeo da câmara de segurança da época.

2) Quando se aproxima da velocidade de stall, o jato, como qualquer avião desperta alarmes luminosos e sonoros impossíveis de não serem percebidos pelo piloto. A arremetida em alto grau de subida, provavelmente em curva, faz o avião perder velocidade. A perda de velocidade só poderia ser sentida na manobra crítica do pouso com mau tempo, pois a decolagem é feita a plena potência.

3) Um especialista desligaria o controle de velocidade com facilidade. Sem os alertas, o piloto teria que ter muita sensibilidade para outros indicadores, como leve tremor do manche, algo impossível numa aproximação e arremetida com turbulência.

4) Investigado pela Operação Turbulência, da Polícia Federal, o empresário Paulo César Morato, 49 anos, morreu, em 2016, vítima de envenenamento, em um motel do Recife, por uma substância mais conhecida como “chumbinho”, usada comumente como raticida. Segundo a PF, ele era testa de ferro de um esquema que usou empresas fantasmas para financiar as campanhas do ex-governador Eduardo Campos, em 2010 e 2014, com dinheiro de propina de obras da Petrobras e da transposição do Rio São Francisco.

5) O empresário foi identificado como dono da Câmara & Vasconcelos, uma empresa de fachada, que teria recebido R$ 18,8 milhões da OAS, como suposto pagamento por serviços nas obras da transposição. O dinheiro, suspeita a PF, pode ter sido usado para financiar a compra do avião em que estava Campos e que caiu em Santos, em agosto de 2014, matando sete pessoas.

6) Resta saber a quem interessava a morte de Eduardo Campos, que à época subia nas consultas populares sobre as eleições, ameaçando passar para o 2º turno das eleições.

Monomotor experimental cai em BH e, por milagre, pilotos saem ilesos

aviãoUm monomotor experimental caiu sobre uma casa, neste sábado (29) no bairro Jardim Montanhês, região Noroeste de Belo Horizonte. O monomotor, de prefixo PU-ILS, branco, caiu na esquina das ruas Lorena e Belo Vale, região noroeste de Belo Horizonte.
O imóvel fica próximo ao aeroporto Carlos Prates, usado para formação de pilotos e aviação comercial e desportiva de pequeno porte.

O piloto identificado como Carlos Almeida Cunha Filgueiras e seu aluno, Guilherme Campos Vieira, foram resgatados conscientes, com ferimentos leves e conduzidos ao Hospital de Pronto Socorro João XXIII. Na hora do acidente, o imóvel estava vazio.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, com a queda houve uma explosão e o imóvel começou a pegar fogo, que foi logo combatido pelos brigadistas. O incêndio atingiu apenas o telhado do imóvel.

O aeroporto Carlos Prates abriga diversas escolas de voo e possui hangares para aeronaves de pequeno porte usadas na aviação comercial e desportiva. Pela norma da Aeronáutica, voos para formação podem ser feitos sobre cidades a uma altura mínima de 300 metros, acima do obstáculo mais alto. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) não soube informar o que teria provocado a queda. A empresa também não confirmou se o instrutor fazia parte de uma escola homologada com certificado de operação expedido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Hotel Columbia

 

2A minipa

Finalmente os dois ocupantes do Paradise sinistrado estão em casa

O local da queda. Foto de Sigi Vilares.
O local da queda. Foto de Sigi Vilares.
O fotógrafo e a piloto.
O fotógrafo e a piloto.

A piloto Ana Maira Moraes, uma das duas vítimas da queda de um avião experimental na divisa entre Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, recebeu alta do Hospital do Subúrbio, em Salvador, na manhã desta segunda-feira (15).

“A memória dela está voltando. Mas é um período normal para  quem sofreu um traumatismo craniano encefálico. Com o tempo,  ela vai recuperar tudo. No momento, ainda está em fase de  recuperar. Ela não lembra do momento do acidente, lembra de  antes, mas do momento não”, disse ao G1.Globo o namorado de Ana  Maira.

O acidente ocorreu no dia 24 de julho e fotógrafo Rui Rezende, que também estava na aeronave, recebeu alta médica no dia 3 de setembro. Os dois chegaram a ficar em coma induzido durante o período que estiveram hospitalizados.

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que a dupla realizava um voo panorâmico por cima de uma plantação de algodão, que seria fotografada por Rezende, quando caiu. Ainda não há informações sobre o que provocou o acidente.

Menos de 3 segundos antes da queda, o avião força uma curva à esquerda e perde sustentação. Print de um vídeo de anônimo.
Menos de 3 segundos antes da queda, o avião força uma curva à esquerda e perde sustentação. Print de um vídeo de anônimo.

Fotógrafo vítima de desastre aéreo se recupera sem sequelas

rui rezende

O fotógrafo Rui Rezende, uma das duas vítimas da queda de um avião experimental na divisa de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, em 24 de julho, retomou a consciência neste domingo (3).

Na última sexta-feira, Rui havia sido transferido do Hospital do Oeste, em Barreiras, para o São Rafael, em Salvador.

Em conversa exclusiva com o G1, a irmã do fotógrafo, Iane Rezende, confirmou a informação.

Ele está super bem, lúcido, está falando normalmente, lembra de tudo, conversa muito. Está tudo ótimo. Um milagre aconteceu”, desabafou Iane.

Em mensagem de áudio disponibilizada pelo fotógrafo Sergio Cedraz, amigo de Rui, a esposa de Rezende revela que o marido não está mais utilizando aparelhos para auxiliar na respiração, não apresenta febre, tem memória e raciocínio em perfeito estado, mexe os pés e se lembra de todos os acontecimentos anteriores ao acidente.

Na última sexta-feira, o estado de saúde da piloto do avião, Ana Maira Moraes, permanecia grave, porém estável. Procurada pelo G1 neste domingo, a assessoria do Hospital do Subúrbio, onde a piloto está internada, não soube informar se há alguma atualização no quadro dela, já que o setor administrativo da unidade não funciona no fim de semana.

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que a dupla realizava um voo panorâmico por cima de uma plantação de algodão, que seria fotografada por Rezende, quando caiu por volta das 11h de quinta-feira (24).

A Polícia Judiciária continua na investigação das causas e circunstâncias do acidente. Investiga-se a autorização para a aeronave voar, que não partiu do proprietário e a retirada do GPS do Paradise, que conteria todas as informações sobre o percurso do voo, inclusive parâmetros de altitude e velocidade. O inquérito é presidido pelo delegado Francisco Carlos de Sá.

Perda de sustentação, a causa provável da queda do Paradise

avião 2Uma imagem feita por funcionário da Fazenda Santo Antonio, na estrada do Café, onde ocorreu a queda do avião Paradise, pilotado por Ana Maira Moraes e quando o fotógrafo Rui Rezende fazia reportagem sobre a colheita de algodão, mostra o aparelho em baixa altitude, fazendo curva de grande inclinação, “dando asa para o vento” ou “voando de faca”, como se diz no jargão dos pilotos. Além disso, a temperatura de cerca de 35 graus na hora do acidente, a cerca de 800 metros de altitude, tornava baixa a densidade do ar e diminuía a potência do motor, levando o avião à perda de sustentação. Menos de 3 segundos depois da obtenção dessa imagem, o avião chocou-se com o solo.

Acidente de hoje não será investigado pelas autoridades aeronáuticas

av1

O modelo experimental de avião esportivo Paradise, cujo acidente feriu gravemente a piloto Ana Maria Morais e o fotógrafo Rui Rezende, é fabricado em Feira de Santana, na Bahia, com mais de uma centena de unidades produzidas. É uma aeronave limitada em termos de aviônicos, mas conhecida por sua rusticidade e, no caso do modelo acidentado, de asa alta, favorece as reportagens fotográficas. O custo operacional da hora voada é baixo. Como a aeronave é experimental, o CENIPA – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticas, do Ministério da Aeronáutica, não fará a investigação sobre as causas do acidente. Uma perda súbita de potência pode ser a causa principal do acidente, já que para a obtenção de imagens fotográficas o voo é realizado em baixa altitude.

A piloto Ana Maria sofreu múltiplas fraturas e afundamento de face, segundo relatório médico do Hospital do Oeste. O fotógrafo Rui Rezende deve passar por intervenção cirúrgica. Ele sofreu uma forte pancada entre os olhos.

No painel da aeronave acidentada, uma placa adverte pilotos e passageiros:

“Esta aeronave não satisfaz os requisitos de aeronavegabilidade. Vôo por conta e risco e somente a recreio e lazer”