Como dizem as mídias sociais, o ano está tão ruim que a gente até esqueceu de odiar o Temer. Pois veja bem: a três dias das eleições, a Rede Globo passou uns 10 minutos do Jornal Nacional, o de maior audiência em todo o País, falando de delações de Palocci, de propinas recebidas pelo PT e da corrupção de Lula.
Dizem que esta semana o filho Eduardo e o próprio Bolsonaro acertaram um esquema de proteção do maior conglomerado do País em relação a ações fiscais e manutenção da concessão das televisões. Tudo acertado, a Globo está investindo no líder das pesquisas e jogando pedras no caminho do Partido dos Trabalhadores.
Os candidatos também não jogam limpo: hoje os advogados de Haddad encaminharam 92 denúncias de notícias falsas, as chamadas fakes, para o Tribunal Superior Eleitoral. Quer apostar que não vai dar em nada?
O objetivo de Bolsonaro e da Globo é ganhar as eleições no primeiro turno, o que pode ser conseguido se ele tiver 50% dos votos válidos, mais um.
Isso é fruto de congelamento das candidaturas de Marina, Alckmin e Ciro e dos espinhos colocados na estrada de Haddad, via Lula. Só assim evitariam um segundo turno, extremamente desgastante para Jair Bolsonaro.
Mas o casuísmo maior é o debate: com base em um atestado médico, Bolsonaro não estará presente no debate da Rede Globo.
Não é plausível que o candidato mais bem indicado nas pesquisas não participe do debate.
A Globo e o Senhor Mercado têm verdadeiro pavor do debate.
Querem que Bolsonaro se eleja no grito, do mesmo jeitão que o PT foi apeado do poder e que Lula foi condenado num processo kafkiano, onde as provas são apenas a convicção do Ministério Público e de alguns magistrados bem ou mal intencionados.