Prefeito gasta R$45 milhões em limpeza pública em quatro anos. A cidade está limpa?

Oziel: emparedado pelas licitações com valores absurdos. O Ministério Público da Bahia e o Ministério Público Federal acompanham de perto a evolução.

O prefeito Oziel Oliveira, que decretou Calamidade Pública até o seu ultimo dia de mandato, parece não estar sentindo dificuldades financeiras em sua gestão.

No dia 09 de junho de 2020 a Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães homologou o Contrato nº 063/2020 para prestação de serviço de limpeza pública no valor de mais R$ 12 milhões. O contrato foi publicado na Edição nº 1929 do Diário Oficial do Município.

A publicação diz: “O Prefeito Municipal torna público o resultado do julgamento referente à Licitação: Modalidade: Pregão Presencial no 044/2020. Objeto: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE LIMPEZA PÚBLICA URBANA, ABRANGENDO TODAS AS VIAS E ÁREAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES/BA. Após a análise documental e o julgamento das propostas, declara vencedora do certame a empresa: MM CONSULTORIA CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA, inscrita no CNPJ no 06.050.189/0001-03 com a proposta no valor de R$ 12.584.000,00 (doze milhões, quinhentos e oitenta e quatro mil reais)”.

Vale lembrar que em 2016 o valor para a realização deste mesmo serviço custou aos cofres da Prefeitura R$ 5.527.807,12 (cinco milhões, quinhentos e vinte e sete mil, oitocentos e sete reais e doze centavos), ou seja, menos da metade do que está previsto gastar em 2020.

O valor astronômico de mais de R$ 12 milhões, gasto com limpeza pública, assusta os moradores de Luís Eduardo Magalhães.  Para muitos, o serviço totalmente ineficiente não justifica o gasto de cerca de R$ 34 mil por dia.

“As ruas do município parecem que nunca viram uma limpeza”, diz a dona de casa Maria de Fátima do Jardim Ypê. “Nunca vi esse povo da limpeza passando nessa rua. Não dá pra acreditar que a prefeitura gasta tanto e nós não temos nada limpo aqui. Eu é que tenho que varrer a frente da minha casa todo dia”.

“Na época do Humberto as ruas aqui eram mais limpas. Depois que Oziel entrou nunca mais limpou. Só apareceu aqui no primeiro mês, quando ele virou prefeito, fez umas fotos com uma vassoura, depois sumiu”, disse o morador do Mimoso 1, Edimilson Oliveira.

Valores subiram ano a ano

No primeiro ano de mandato do prefeito Oziel Oliveira, em 2017, o valor subiu de R$ 5.527.807,12 (valor pago em 2016 por Humberto Santa Cruz), para R$ 8.330.761,25, crescendo em 50%. Em 2018 o valor subiu mais de 40%, indo para R$ 11.862.525,38.

Os valores pagos mais que dobraram. Passaram dR$ 5.527.807,12 em 2016 para R$ 12.160.805,82 em 2019.

Em 2019 o valor do contrato foi para R$ 12.160.805,82. Agora em 2020 valor foi para R$ 12.584.000,00. Até o último dia do seu mandato, em dezembro de 2020, o prefeito Oziel Oliveira poderá ter gasto mais de R$ 45 milhões em limpeza urbana.

Valor licitado para Transporte Escolar também chamou a atenção.

Recentemente o Site Veja Política publicou uma matéria (leia aqui) sobre a contratação do Transporte Escolar no município, em plena pandemia e recesso de aulas, no valor de mais de R$ 10 milhões.

A empresa contratada e ganhadora da atual licitação, já teve seus sócios condenados pela Justiça em 2015, no Processo nº 1071-66.2014.401.3303, junto com a esposa a deputada Jusmari Oliveira, então ex-prefeita de Barreiras. O motivo da condenação a três anos e meio de prisão, foi a contratação irregular de transporte escolar.

Empresa denunciada pelo Ministério Público Federal

No dia 19 de maio, o jornal O Expresso já denunciava – veja aqui – ao ser publicado o edital de licitação, os envolvimentos espúrios da MM com municípios do Oeste baiano. E chamava a atenção para o sobrepreço na prestações dos serviços. De nada adiantou: o prefeito Oziel Oliveira decidiu em favor da empresa, com aumento de 20% nos preços do ano passado, que já eram o dobro do último ano da administração Humberto Santa Cruz.

LEM: ambulâncias da Prefeitura estão paradas por falta de combustível

O que o caro leitor vê na foto são cinco ambulâncias paradas na UPA de Luís Eduardo Magalhães. E sabe por que?

Porque está faltando gasolina para o abastecimento.

O nosso ágil prefeito Oziel Oliveira teve um problema na licitação da operadora de cartões de abastecimento e as ambulâncias não podem realizar viagens longas, levando pessoas que precisam de atendimento em Barreiras, Salvador, Brasília e Goiânia.

Mas nada como saber administrar uma dificuldade com uma ação rentável. Como não existe combustível para as ambulâncias rodar, estão pagando R$4,00 por quilômetro para ambulâncias particulares levar os doentes ao seu destino.  

Uma viagem a Salvador, que custava R$1.800,00 em ambulância própria, agora custa mais de R$8.000,00 em ambulâncias terceirizadas. Sem prejuízo do fato que um técnico em enfermagem da Prefeitura precisa acompanhar o enfermo na ambulância do correligionário, que tanto ajudou na campanha para Prefeito.

É por essas e outras que a verba da Saúde não é suficiente e no mínimo 6 postos de saúde estão fechados, o laboratório central, a lavanderia hospitalar e o CAPS AD3 nunca funcionaram.

Agora o Prefeito está reformando e ampliando pela segunda vez a Maternidade Gileno de Sá.

Estamos de fato muito mal parados.

Vereador Silvano faz duras críticas ao Governo Oziel

silvano

Na noite de ontem, 21, durante sessão da Câmara de Vereadores de Luís Eduardo Magalhães, o Vereador Silvano Santos, PTC, aproveitou a presença do prefeito Oziel Oliveira para fazer duras críticas à administração municipal. Segundo ele, em algumas escolas, professor não tem mesa, e em outras, o ar condicionado não funciona. Ele também reclamou dos postos de saúde e dos secretários municipais.

“Em algumas escolas professor não tem mesa. Os postos sem remédio, e para piorar, os funcionários não sabem dizer o por que. O que custa para o secretário sair da sua cadeira e ir até os postos de saúde orientar os funcionários sobre a falta de medicamentos. Tive que ir até o secretario para descobrir o real motivo. Ele informou que estava aguardando a licitação”, declara.

Ao final de sua fala destacou que irá fazer o seu trabalho de fiscalizar, e se o prefeito quiser fazer perseguições, que faça, mas que vai continuar fiscalizando. Fonte:Jornal Classe A.

Nos sanitários do prédio central da Prefeitura Municipal faltavam assentos desde os tempos de Humberto Santa Cruz. A medida pode ser profilática, para evitar maiores contaminações. No entanto, agora, falta papel higiênico.

Servidor que não quiser passar por constrangimentos, ou leva o papel higiênico de casa ou sai para trabalhar com suas necessidades fisiológicas atendidas e se segura até o final do expediente.