Alerta: um em cada 5 agrotóxicos liberados no último ano é extremamente tóxico.

Primeiro ano do governo Bolsonaro teve aprovação recorde de novos pesticidas; empresa chinesa Adama foi a que teve o maior número de produtos liberados

Por Pedro Grigori, Agência Pública/Repórter Brasil

O primeiro ano do governo Bolsonaro bateu o recorde histórico no número de agrotóxicos aprovados. Em 12 meses, foi publicada no Diário Oficial da União a aprovação de 503 registros, 53 a mais do que em 2018.

De acordo com o Ministério da Agricultura, o primeiro ato de aprovações, com 28 produtos, publicado em 10 de janeiro de 2019, contava com produtos aprovados ainda no governo Temer, mas divulgados apenas no governo Bolsonaro. Mesmo sem contar esses, o recorde é do atual governo: foram 475 contra 450 no ano anterior.

A primeira lista continha permissão para comercialização do ingrediente ativo inédito Sulfoxaflor, fatal para abelhas.

Em agosto, o governo Bolsonaro liberou os seis primeiros produtos à base de Sulfoxaflor para entrar no mercado. Todos eles são produzidos pela empresa americana Dow AgroSciences, agora chamada de Corteva.

Durante o decorrer do ano, outros 26 pesticidas inéditos foram aprovados. Entre eles, Florpirauxifen-benzil, Fluopiram e o Dinotefuran.

O mais polêmico é o Dinotefuran, que nunca foi aprovado para ser comercializado na União Europeia e está em reavaliação nos Estados Unidos.

O agrotóxico faz parte da classe dos neonicotinóides, fatais para abelhas e polinizadores. No Brasil a molécula foi considerada “extremamente tóxica”, mas os produtos originados a partir dela foram avaliados como improváveis de causar “dano agudo”. Eles foram liberados para culturas como arroz, batata, café, tomate e feijão.

Os demais 476 são chamados de “genéricos” pelo Ministério da Agricultura – um termo mais adequado para medicamentos. Ou seja: são cópias de princípios ativos que já estão no mercado.

Outro fator de risco entre os produtos aprovados é a toxicidade. Um total de 110 novos produtos – um em cada cinco – foram classificados pela Anvisa como extremamente tóxicos, a classe mais alta de perigo para humanos.

Classificação toxicológica 2019
Infogram

E o número só não foi maior porque em julho, uma alteração no Marco Regulatório da Anvisa decidiu que agora só receberão a classificação máxima os agrotóxicos que causarem morte horas depois do indivíduo tocar no produto ou o ingerir.

Até setembro, de 353 aprovações, 101 produtos foram classificados como extremamente tóxicos, cerca de 28% do total. A partir de outubro, com as novas regras, de 150 produtos aprovados, apenas 9 receberam a classificação máxima, 6% do total.

Os agrotóxicos que já estavam no mercado também tiveram a classificação alterada. Segundo a Anvisa, antes da mudança, cerca de 800 agrotóxicos dos mais de 2300 em comercialização estavam na classe mais alta de toxicidade. Agora, são apenas 43.

Um dos ingredientes ativos que teve a classificação reduzida foi o herbicida Glifosato, o agrotóxico mais vendido do país.

Levantamento da Agência Pública e Repórter Brasil mostrou que 93 produtos formulados à base de glifosato tiveram a classificação de toxicidade reduzida.

Antes, 24 produtos à base do herbicida eram considerados “extremamente tóxico”. Agora não há nenhum produto enquadrado na categoria máxima de toxicidade.

Além do número alto de aprovações, chama atenção também a grande quantidade de solicitações de registros. Em 12 meses, o Ministério da Agricultura recebeu o pedido de avaliação de novos 913 produtos agrotóxicos. Antes de chegar ao mercado, o agrotóxico precisa passar por avaliação da Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura.

Quem são as empresas que conseguem os registros?

Apenas 40% dos mais de 500 registros concedidos em 2019 foram para empresas brasileiras. As empresas chinesas conseguiram 87 novos registros, as norte-americanas 41, as alemãs 30 e as indianas 27.

A maior beneficiada foi a chinesa Adama, com 41 produtos, seguida pela brasileira Nortox (35), a espanhola Tradecorp (27) e a chinesa Rainbow (22). No total, 87 empresas conseguiram permissão de comercialização de agrotóxicos no ano passado.

Fonte: Agência Pública

PRF apreende carga de agrotóxicos contrabandeados em Seabra.

Carga havia sido carregada em Luís Eduardo Magalhães, uma das cidades do País de maior comércio de defensivos e agrotóxicos, legais ou contrabandeados.

O produto ilegal não tinha documentação fiscal e nem o selo de controle do Ministério da Agricultura.

No início da noite desta quarta-feira (08), uma equipe da Polícia Rodoviária Federal realizava fiscalização de combate a criminalidade no Km 408 da BR 242, em Seabra (BA), quando abordou uma caminhonete Renault/Oroch, conduzida por um homem de 31 anos.

No compartimento de carga, foram encontrados aproximadamente 13 quilos de agrotóxicos de procedência internacional.

Questionado, o condutor informou que carregou o material em Luís Eduardo Magalhães (BA) e que pretendia comercializar na cidade baiana de Jacobina. Disse ainda que se trata de um inseticida comumente utilizado na lavoura.

Dada às circunstâncias o motorista, o veículo e a carga ilegal foram encaminhados à Delegacia de Polícia Judiciária para os procedimentos legais.

Por não serem registrados no Brasil, os defensivos agrícolas ilegais não seguem as diretrizes e exigências do Ministério da Agricultura, do Ibama, da Anvisa e dos órgãos estaduais de defesa agropecuária.

Alguns desses produtos possuem uma concentração de substâncias nocivas acima do permitido. Por isso, representam prejuízos ao agricultor, além de causar danos ao meio ambiente, à saúde do aplicador e do consumidor.

Coma devagar para morrer sorrindo: ANVISA encontrou agrotóxicos em alimentos, acima dos níveis permitidos.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontrou resíduos de agrotóxicos em níveis acima do permitido ou usados de forma equivocada em 23% das amostras de alimentos avaliadas entre 2017 e o ano passado no Brasil. Os resultados são parte do Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos e foram divulgados nesta terça-feira, 10.

Conforme a Anvisa, no entanto, os resultados estão dentro do esperado e não há motivo para alarde. Os alimentos são seguros para consumo. “Não há nenhum alarde, os alimentos são seguros, dentro do que esperávamos”, afirmou o diretor-adjunto da AnvisaBruno Rios, durante a divulgação do levantamento.

Nas amostras em que foram encontradas inconformidades, 17,3% tinham resíduos de ingredientes ativos não permitidos para aquela cultura. Outros 2,3% tinham ingredientes ativos acima do limite permitido. Segundo o levantamento, 0,5% apresentaram ingrediente ativo de uso proibido no País. E 2,9% tinham mais de um tipo de inconformidade.

A agência também checou o risco à saúde representado por tais alimentos segundo dois critérios: agudo ou crônico. Das amostras analisadas, apenas 0,89% apresentaram potencial de risco agudo. Ou seja, seriam capazes de causar reações como dor de cabeça e náusea num período de 24 horas. Não foi constatado risco de problemas crônicos em nenhuma amostra.

Na rodada anterior do levantamento, referente a 2013 e 2015, o porcentual de amostras consideradas insatisfatórias foi um pouco mais baixo, 19,7%. A Anvisa informa, no entanto, que não é possível comparar os dois levantamentos, porque a metodologia da pesquisa foi alterada desde a última edição.

Anvisa avaliou 4.616 amostras de 14 legumes, cereais e frutas encontrados em supermercados de 77 municípios de todo o Brasil. Foram testados 270 diferentes agrotóxicos em amostras de abacaxi, alface, arroz, alho, batata-doce, beterraba, cenoura, chuchu, goiaba, laranja, manga, pimentão, tomate e uva. Esses alimentos equivalem a cerca de 30% da dieta vegetal dos brasileiros.

O levantamento constatou que 77% das amostras estavam dentro dos padrões. Metade delas não apresentava nenhum resquício de agrotóxico. A Anvisa sugeriu que o consumidor lave e esfregue com bucha os alimentos antes de consumi-los e que dê preferência àqueles cuja procedência é informada. Outra recomendação é optar sempre por produtos da estação.

Estudo mostra que não há dose segura de uso do produto

Uma análise de dez agrotóxicos de largo uso no País encomendada pelo Ministério da Saúde e realizada pelo Instituto Butantã revela que os pesticidas são extremamente tóxicos ao meio ambiente e à vida em qualquer concentração — mesmo quando utilizados em dosagens equivalentes a até um trigésimo do recomendado pela Anvisa.

Para esse trabalho, os cientistas usaram a Plataforma Zebrafish — que usa a metodologia considerada de referência mundial para testar toxinas presentes na água, com os peixes-zebra (Danio rerio). Eles são 70% similares geneticamente aos humanos, têm ciclo de vida curto (fácil de acompanhar todos os estágios) e são transparentes (é possível ver o que acontece em todo o organismo do animal em tempo real).

Os pesquisadores testaram a toxicidade de dez pesticidas largamente utilizados no País. São eles: abamectina, acefato, alfacipermetrina, bendiocarb, carbofurano, diazinon, etofenprox, glifosato, malathion e piripoxifem. As substâncias são genéricas, usadas em diversas formulações comerciais.

União Europeia mantém proibição de 30% dos agrotóxicos liberados no Brasil

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Dos 96 princípios ativos dos agrotóxicos liberados no Brasil em 2019, 28 não são liberados ou registrados pela União Europeia, de acordo com levantamento do jornal Folha de S. Paulo.

A reportagem comparou o Brasil com seis dos maiores exportadores agrícolas do mundo de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura: Argentina, Austrália, Canadá, Índia e União Europeia.

Nenhum liberou a quantidade de ingredientes legalizada no Brasil, o mais próximo sendo os Estados Unidos, que têm 93 deles.

A Austrália tem apenas 36, a Índia tem 30 e o Canadá libera 18.

O nível de toxicidade tolerado em cada local, o interesse comercial no produto e as condições climáticas são algumas das razões para as diferenças na comparação, que foi feita com base nos ingredientes dos pesticidas. Edição do Metro1.

 

Agrotóxicos: Governo libera novos produtos e genéricos do já existentes.

O Ministério da Agricultura registrou nesta terça-feira (17) mais 63 agrotóxicos. Desse total, 2 são princípios ativos (que servirão de base para produtos inéditos) e 5 são novos produtos que estarão à venda. Os demais 56 são genéricos de pesticidas que já existem no mercado.

As autorizações foram publicadas no Diário Oficial da União.

Com os novos registros, o total de agrotóxicos liberados chega a 325, superando o volume do mesmo período de 2018, quando houve 309 registros.

Assim, o ritmo de liberação deste ano segue sendo o mais alto da série histórica do ministério, iniciada em 2005.

Novas substâncias

Entre as novidades estão os princípios ativos fluopiram, que é usado para matar fungos, e o dinotefuram, um inseticida. Eles serão usados pela indústria, que poderá desenvolver produtos a partir dessas substâncias para o agricultor (o chamado produto formulado).

No caso do fluopiram, ao mesmo tempo já foi liberado um registro de produto formulado, para utilização nas lavouras.

Plenário da Câmara Federal debate utilização de agrotóxicos nesta segunda

Da Agência Câmara

O Plenário da Câmara dos Deputados promove comissão geral nesta segunda-feira (16) sobre a utilização de agrotóxicos. A iniciativa do debate é do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Ele defende uma discussão transparente e menos ideológica sobre o tema. “Queremos tirar um pouco de alguns mitos e também mostrar as verdades que existem”, disse Rodrigo Maia, no fim de agosto, ao propor o debate.

O Plenário da Câmara já realizou comissão geral sobre licenciamento ambiental, outro tema considerado prioritário por Maia. As duas comissões gerais foram sugeridas pelo presidente para demonstrar o compromisso do Brasil com a proteção do meio ambiente.

O uso de agrotóxicos tem sido debatido em seminários e audiências públicas das comissões permanentes da Câmara. A Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Rural também criou uma subcomissão para tratar desse tema. O grupo deve analisar o crescimento do número de registros de agrotóxicos no último ano e avaliar o potencial impacto dessas substâncias na saúde pública, no meio ambiente, e nos interesses comerciais do Brasil no mercado externo.

ANVISA vai reavaliar a toxicidade de 7 agrotóxicos usados no País.

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Foto: Reprodução/Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) divulgou uma lista de sete agrotóxicos que serão reavaliados quanto à toxicidade para a saúde humana nos próximos anos.

Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor da área de toxicologia e regulamentação da agência, Renato Porto, explicou que essa é a primeira vez que a lista de prioridades de reavaliações é feita por meio de uma avaliação objetiva. Anteriormente as reavaliações aconteciam a partir de indicações externas feitas, por exemplo, pelo Judiciário.

Ainda de acordo com Porto, uma das motivações para essa mudança de critérios é a busca por diminuir o grau de toxicidade no Brasil. Aqui, o registro do agrotóxico não tem prazo de validade, portanto somente o método de reavaliação pode banir ou restringir o uso de certos produtos.

Nesse processo, técnicos da Anvisa avaliam cada produto e analisam o potencial dano à saúde humana com base em estudos acadêmicos independentes e nas respostas produzidas pelas empresas que utilizam determinado ingrediente ativo.

Início do processo

Segundo a matéria, o processo de reavaliação do primeiro ingrediente ativo, o carbendazim, começa em dezembro. Essa substância é usada nas culturas de arroz, algodão, feijão, maçã e milho.

A Anvisa publicará um edital para que as empresas que utilizam o carbendazim em seus produtos apresentem estudos que mostrem a viabilização da permanência no mercado. Esse primeiro produto é um fungicida e é considerado o mais tóxico pela agência.

As empresas têm um período, ainda a ser determinado, para apresentar esses estudos. Enquanto isso, técnicos da Anvisa avaliam seguindo critérios de risco ao consumidor, ao trabalhador rural e ao potencial de comercialização do produto.

Em janeiro deve ser publicado o segundo edital, convocando as empresas a apresentar estudos sobre o também fungicida tiofanato metílico. Não há um prazo para que o processo termine, já que existem muitas variáveis em cada tipo de ingrediente ativo. O tempo médio de reavaliação é de oito meses a dois anos.

Veja a lista dos ingredientes que serão reavaliados

1- Carbendazim, fungicida

2- Tiofanato metílico, fungicida

3- Epoxiconazol, fungicida

4- Procimidona, fungicida

5- Clorpirifós, inseticida

6- Linurom, herbicida

7- Clorotalonil, fungicida

Eduardenses estão bebendo água contaminada por agrotóxicos, assim como em mais 10 municípios da Região.

Após revelação de testes realizados entre 2014 e 2017, que apontaram água contaminada em cidades de todo o Brasil, temos péssimos resultados em 11 grandes municípios do Oeste baiano. Oito dos agrotóxicos descobertos na água são associado(s) a doenças crônicas como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos. Acesse o mapa dos principais agrotóxicos contaminantes clicando aqui

A notícia da contaminação da água em Luís Eduardo pode ser ainda mais trágica. Como aqui só é fornecida água do lençol freático profundo, pode se concluir que o Aquífero Urucuia, a segunda maior reserva de água do País, esteja também contaminado.

O mesmo nível de contaminação foi observado em São Desidério, Barreiras, Formosa do Rio Preto, Mansidão, Cotegipe, Baianópolis, Santana e Riachão das Neves. Em Correntina e Catolândia nunca foram realizados os testes.

Em municípios vizinhos, como Taguatinga, que se servem das águas brotadas nas veredas, filtradas dos grandes chapadões, a água potável está contaminada por 27 agrotóxicos.

Por Pedro Grigori | Agência Pública/Repórter Brasil, com edição de O Expresso.

Os números da tragédia

O brasileiro nunca consumiu tanto agrotóxico quanto hoje. O número de produtores que usam pesticidas na plantação cresceu 20% em 10 anos, segundo o IBGE, enquanto a aprovação para comercialização dos químicos subiu 135% em uma década, conforme mostrado nos novos registros publicados pelo Ministério da Agricultura. Apenas este ano, a pasta aprovou 169 novos produtos agrotóxicos e publicou a liberação de outros 197 registros.

Hoje são 2.263 produtos agrotóxicos no mercado, e um uso anual de mais de 500 mil toneladas, segundo o Ibama. Os venenos podem entrar no corpo por meio de contato com a pele, mucosa, pela respiração e pela ingestão. O risco é crescente devido à dificuldade em retirar os pesticidas dos alimentos e até mesmo da água.

Segundo pesquisadores consultados pela reportagem, ainda não há no mercado métodos que retirem totalmente o agrotóxico da água – o que reforça a importância de as autoridades monitorarem a qualidade da água.

Já no caso dos alimentos, deixar os produtos de molho na água sanitária, bicarbonato de sódio ou vinagre pode ajudar a retirar os tóxicos impregnados nas cascas – mas a medida não tem efeito nos casos em que o veneno (sistêmicos) chega à parte interna do produto.

Segundo dados do Ministério da Saúde dentro do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), mais de 1.300 cidades encontraram resíduos de agrotóxicos na água que sai das torneiras em medições feitas entre 2014 e 2017. Embora a maioria esteja abaixo do limite legal permitido no Brasil, não existem estudos sobre o potencial da mistura de diferentes agentes químicos.

O levantamento também descobriu que dentre os 5.570 municípios brasileiros, 2.931 não realizaram testes na sua água entre 2014 e 2017.

A maioria dos filtros encontrados no mercado, como o de barro, não têm capacidade de retirar os agrotóxicos. “Uma vez que o pesticida chega na água, ainda não se tem um processo bem substanciado e que garanta que o cidadão possa usá-lo para fazer a purificação”, diz o professor Antônio da Hora, que ministra disciplina de Recursos Hídricos no Departamento de Engenharia Agrícola e Meio Ambiente da Universidade Federal Fluminense (UFF).

O motivo são as transformações sofridas pelo pesticida. “Quando o princípio ativo cai na água de um rio, que pode servir de fonte de abastecimento, as moléculas sofrem vários processos químicos e microbiológicos. A degradação se dá via luz do solar, além da oxidação, e a molécula produz outros compostos, chamados de subprodutos. Um agrotóxico pode ter um, dois, três ou até mais subprodutos”, explica a professora e pesquisadora do Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina Maria Josefá Yabe.

Porém, o professor de Recursos Hídricos da UFF Antônio da Hora informa que a população não precisa entrar em pânico sobre a presença de pesticida na água. “Não vejo esse sintoma a nível nacional. Talvez em uma região pontual ou outra, próximas às áreas de produção [agrícola]. Se você vê as resoluções do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) que dão o limite máximo de agrotóxico na água, vemos que estamos bem abaixo”, explica.

De acordo com dados do Sisagua, 0,3% de todos os casos de pesticidas detectados na água entre 2014 a 2017 ultrapassaram o nível considerado seguro para cada substância, de acordo com o limite legal brasileiro. Os limites brasileiros, porém, são inferiores aos europeus. Do total de torneiras brasileiras contaminadas, 12% estavam acima do limite considerado seguro na União Europeia.

Água engarrafada

Segundo especialistas, nem mesmo a água mineral seria totalmente segura, pois o recurso é retirado de mananciais subterrâneos ou nascentes, que não deixam de ser suscetíveis a contaminação. Entretanto, no caso de água mineral engarrafada, o produto precisa passar por uma avaliação criteriosa antes de chegar ao mercado. A cada três anos as empresas precisam apresentar à Anvisa uma análise completa da mercadoria.

Resolução nº 274 de 22 de setembro de 2005 da Anvisa, que regulamenta a venda de águas envasadas e gelo no Brasil, define limites máximos permitidos das substâncias químicas que representam risco à saúde, inclusive de agrotóxicos. O glifosato, por exemplo, tem como tolerância 500 micrograma por litro.

Porém, um novo fabricante que pretenda vender água mineral não precisa passar por um processo de registro para colocar o produto no mercado, basta comunicar o órgão de vigilância local sobre o início da fabricação. “Para as águas envasadas, o foco das ações sanitárias está no controle pós-mercado, quando já estão em comercialização. Ressalta-se que todo estabelecimento que exerce atividade na área de alimentos deve ser inspecionado e licenciado pela vigilância sanitária local”, informou a Anvisa à reportagem.
A fiscalização do produto pode ocorrer durante a realização de atividades programadas ou como resultado denúncias, diz a agência fiscalizadora.

Cuidados que podem ser tomados com os alimentos em casa

Diferentemente da água, há modos simples de retirar os agrotóxicos impregnados em alimentos. A própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem um guia na página oficial onde dá recomendações, mas destaca que os métodos não surtem efeito nos casos em que o pesticida são absorvidos para a parte interna do alimento.

Na página, a agência ligada ao Ministério da Saúde recomenda “adquirir alimentos orgânicos ou provenientes de sistemas agroecológicos, assim como os chamados alimentos da ‘época’ (safra), que costumam receber, em média, carga menor de agroquímicos”. O guia explica que os pesticidas podem ser classificados em dois modos de ação, os sistêmicos e de contato. O primeiro grupo atua no interior das folhas e polpas, penetrando nelas. Já os de contato agem, principalmente, nas partes externas do vegetal, embora uma quantidade possa ser absorvida pelas partes internas. Com isso, lavar e retirar as cascas e folhas contribuem para a retirada de parte dos pesticidas, porém são incapazes de eliminar aqueles contidos no interior do alimento.

Os produtos sistêmicos são preferidos por muitos agricultores, e são usados principalmente quando a necessidade de atingir o alvo (erva daninha, fungo ou praga) é maior. O produto também rende mais. Enquanto é necessário mais de 70 gotas por centímetro quadrado de um fungicidas de contato, a quantidade usada do sistémico varia entre 30 e 50 gotas.

A Anvisa indica a imersão prévia dos alimentos por 20 minutos em água com hipoclorito de sódio (água sanitária), que pode diminuir também a contaminação por germes e micróbios.

Segundo a a professora Maria Hosana Conceição da Faculdade de Farmácia da Universidade de Brasília (UnB), o ideal é usar a água sanitária tradicional, ou seja, que contém apenas hipoclorito de sódio. Isso porque há diferentes versões com elementos que podem fazer mal à saúde.

“O hipoclorito de sódio é um bom oxidante, auxilia na preservação do alimento que vai ser consumido in natura e na retirada dos agrotóxicos que não penetram no fruto. Com isso, os pesticidas concentrados na casca são minimizados”, explica a professora Maria Hosana Conceição da Faculdade de Farmácia da Universidade de Brasília (UnB). A professora destaca que o cloro é prejudicial a saúde humana, por isso depois de deixar o alimento de molho é necessário lavá-lo com água corrente para retirar totalmente os resíduos.

Além disso, a especialista indica também a utilização do bicarbonato de sódio. “É um produto que vai proteger o alimento e pode reagir com alguns agrotóxicos que não penetram o fruto, diminuindo a exposição alimentar. E o bicarbonato tem uma base fraca. Usado até mesmo para minimizar a acidez do estômago, ele não traz o risco à saúde que consumir o cloro traz. Não vai danificar o alimento e ainda minimiza o risco de exposição aos pesticidas”, pontua.

Projetos promissores

Com o avanço da tecnologia, produções científicas estão sendo desenvolvidas no Brasil e no mundo para tentar acabar totalmente com a contaminação causada por agrotóxicos nos alimentos e nos líquidos ingeridos.
Um desses projetos é o GlyFloat, uma espécie de filtro-boia com microrganismos programados biologicamente para degradar resíduos de glifosato, o agrotóxico mais utilizado no Brasil, com mais de 173 mil toneladas vendidas apenas em 2017.

O projeto é da Equipe de Biologia Sintética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), um jovem time de 17 alunos dos cursos de Biotecnologia, Biologia, Engenharia Física e Design de Produto com média de idade entre 20 e 22 anos.

O GlyFloat é um projeto da equipe de Biologia Sintética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

A estudante de biotecnologia Deborah Schafhauser, 22 anos, explica que a ideia do projeto surgiu quando eles perceberam a dificuldade que as estações de tratamento de água tinham para retirar o glifosato no Rio Grande do Sul. “Vimos a oportunidade de alinhar o nosso conhecimento com as ferramentas que tínhamos dentro da universidade para criar o produto”, explica.

O projeto consiste em utilizar uma bactéria isolada da espécie Escherichia coli da linha K12 – que habita naturalmente no intestino de humanos e de alguns animais. Trata-se de uma das bactérias mais utilizadas na bioengenharia e microbiologia industrial.

“Identificamos que o metabolismo dessa bactéria possui a capacidade de degradar o glifosato. Então, o objetivo do projeto é fazer com que a bactéria sinta necessidade de degradar o herbicida e assim conseguimos removê-lo da água”, explica. A bactéria é colocada dentro de um filtro. “Elas ficaram fixas no filtro, que vai ficar um rio ou estação de tratamento, como uma boia”, completa.

Arquivo UFRGS

O grupo vai participar do International Genetically Engineered Machine, uma das maiores competições de biologia sintética mundial

O projeto ainda está em fase de desenvolvimento, mas em outubro deste ano ganhará o mundo em uma das maiores competições de biologia sintética do planeta, o International Genetically Engineered Machine, a Competição Internacional de Engenharia de Sistemas Biológicos, em Boston. Para bancar a viagem aos Estados Unidos e os custos do projeto, a equipe fez uma campanha de financiamento coletivo pela internet, onde conseguiram arrecadar cerca de R$ 32 mil.

“Após a competição, continuaremos as discussões sobre o futuro do projeto. Gostaríamos de aplicar no mercado, levar as companhias de saneamento e assim tentar fazer o projeto chegar à população. Mas antes disso estamos focados em identificar os pontos a serem concluídos para entregar o melhor material”, conclui Deborah.

CIPE Cerrado apreende grande quantidade de contrabando

Por Luís Carlos Nunes, da Redação Caso de Política

A CIPE-Cerrado apreendeu na manhã desta quarta-feira 24 cerca de 798 caixas de cigarros em um sítio no município de Riachão das Neves.

Também foram apreendidos pelos policiais 2 espingardas sendo uma de calibre 12 e uma calibre 36 e mais dois rifles sendo um de calibre 44 e outra de calibre 22, está última possui acoplado uma luneta.

Farta quantidade de pesticidas e fertilizantes foram apreendidos pelos militares.

Conforme relato dos policiais, por volta das 7 horas da manhã, após denuncia anônima ao chegarem no local encontraram dois irmãos e após questionamentos os mesmos confessaram o local onde estavam armazenados os produtos sem registro fiscal.

Diante dos graves indícios, os indivíduos foram encaminhados para a delegacia de Polícia Civil de Barreiras para esclarecimentos da origem das mercadorias suspeitas.

Estima-se que somente as 798 caixas de cigarro contendo 50 maços de cada uma esteja avaliada em aproximadamente R$ 1 milhão de reais. Para transportar todo o volume de caixas foi necessário que o caminhão Volkswagen modelo 16200 utilizado pela dupla desse duas viagens.

Em apuração feita pelo Caso de Política os produtos seriam comercializados na região oeste da Bahia e na região de Irecê.

Governo libera mais 51 agrotóxicos, totalizando 262 no ano

Utilizado no combate a insetos que atacam frutas e grãos – como a mosca branca e o psilídeo – o princípio ativo sulfoxaflor está em seis desses agrotóxicos.

Com a liberação de mais 51 agrotóxicos pelo Ministério da Agricultura nesta segunda-feira (22), chegou a 262 o número de produtos com o registro aprovado este ano, informa o G1.

Do total, sete são produtos formulados, ou seja, que podem ser adquiridos em lojas de insumos agrícolas.

Utilizado no combate a insetos que atacam frutas e grãos – como a mosca branca e o psilídeo – o princípio ativo sulfoxaflor está em seis desses agrotóxicos.

O sulfoxaflor é relacionado à diminuição de enxames de abelhas e ainda é estudado fora do país. Conforme o governo, o uso do produto no Brasil deverá seguir as orientações estabelecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

Os agricultores precisarão seguir algumas normas, como evitar a aplicação em períodos de floração das culturas, o estabelecimento de dosagens máximas do produto e de distâncias mínimas de aplicação em relação à bordadura para a proteção de abelhas não-apis (aquelas sem ferrão). Do bahia.ba, com edição de O Expresso.

O uso indiscriminado de agrotóxicos, nem sempre obedecendo condições ideais de deriva (em caso de aviões), de dosagens e a resistência cada vez maior aos herbicidas com base no glifosato, estão causando problemas no entorno das grandes lavouras do Oeste. Estamos fazendo o levantamento da incidência exponencial de câncer de uma pequena cidade da Região e só depois voltaremos ao assunto.

 

Rede de supermercados da Suécia decide boicotar produtos brasileiros

A rede sueca de supermercados Paradiset anunciou nesta quarta-feira (5) um boicote a todos os produtos do Brasil, em consequência da liberação recorde de novos agrotóxicos pelo governo brasileiro. Do total de 197 agrotóxicos já autorizados neste ano pelo Ministério da Agricultura, 26% são proibidos na União Europeia, em razão dos riscos à saúde humana e ao meio ambiente.

Claudia Wallin, correspondente da RFI em Estocolmo

“Precisamos parar (o presidente) Bolsonaro, ele é um maníaco”, disse à RFI o presidente do grupo Paradiset, Johannes Cullberg.

“Quando li na imprensa a notícia da liberação de tamanha quantidade de agrotóxicos pelo presidente Bolsonaro e a ministra (da Agricultura) Tereza Cristina, fiquei tão enfurecido que enviei um email a toda a minha equipe, com a ordem ‘boicote já ao Brasil’”, acrescentou Cullberg.

A Paradiset é a maior rede de produtos orgânicos da Escandinávia. Ela já retirou de suas prateleiras os seguintes produtos brasileiros: quatro diferentes tipos de melão, melancia, papaya, limão, manga, água de coco e duas marcas de café, além de uma barra de chocolate que contém 76% de cacau brasileiro em sua composição.

Apelo por apoio de outros supermercados

“Não podemos em sã consciência continuar a oferecer alimentos do Brasil a nossos consumidores, num momento em que tanto a quantidade como o ritmo da aprovação de novos agrotóxicos aumenta drasticamente no país. Decidimos portanto retirar os produtos de nossas prateleiras”, disse Johannes Cullberg em comunicado divulgado à imprensa sueca e publicado com destaque pelo Dagens Nyheter, um dos maiores jornais do país.

“Não temos carne brasileira em nossas lojas, e certamente não iremos comprar”, acrescentou Alexander Elling, assessor de comunicação da Paradiset.

Cullberg espera que sua ação possa levar outros fornecedores a aderir ao boicote. “Não podemos aceitar este tipo de atitude insana em relação ao nosso planeta, ao nosso povo e à nossa saúde”, destacou o presidente.

Glifosato

Três dos 31 agrotóxicos liberados mais recentemente no Brasil são de produtos que usam como base o glifosato, substância classificada pela OMS como potencialmente cancerígena e que é alvo de milhares de ações judiciais no Estados Unidos. Estudos recentes também comprovaram a relação entre o glifosato e o linfoma Não-Hodgkin, um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático.

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) alertou que, mesmo que alguns dos efeitos de intoxicação por agrotóxicos sejam classificados como medianos ou pouco tóxicos, não se deve perder de vista os “efeitos crônicos que podem ocorrer meses, anos ou até décadas após a exposição, manifestando-se em doenças congênitas” como câncer, malformação congênita, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.

Segundo o sueco Johannes Cullberg, o Brasil já teve uma das mais progressistas estratégias de alimentação do mundo, mas agora os consumidores do país estão expostos a produtos extremamente perigosos. “Isto é uma loucura”, destacou Cullberg.

“Não posso escolher o presidente do Brasil, mas posso escolher o que vou comer.”

 

Ibama apreende 17,5 mil litros de agrotóxicos vencidos no oeste da Bahia

A assessoria de imprensa do IBAMA publicou em sua página na internet a seguinte nota:

A etapa mais recente da Operação Ceres, realizada pelo Ibama para combater o uso irregular de agrotóxicos no oeste da Bahia, resultou na apreensão de 17,5 mil litros de agrotóxicos vencidos e 367,4 kg de produtos em desacordo com o Decreto 4.074/2002. As multas aplicadas totalizam cerca de R$ 1 milhão.

Após investigação, uma equipe do Ibama fiscalizou diversas propriedades rurais da região e encontrou produtos vencidos e em desacordo com as normas de segurança. O uso de agrotóxicos irregulares é infração prevista na Lei 9.605/98 e pode trazer danos irreversíveis a para a saúde pública, além de consequências graves para o meio ambiente, contaminando solo, ar e recursos hídricos.

“A aplicação de agrotóxicos deve ser orientada por um receituário agronômico. Quem emite receita é tão responsável quanto o produtor rural pelo uso de produtos ilegais, que podem ter efeitos devastadores para o meio ambiente, para a saúde humana e para a agricultura”, disse o chefe da Unidade Técnica do Ibama em Barreiras,  Zenildo Eduardo.

O oeste da Bahia integra a região conhecida como Matopiba, área de aproximadamente 73 milhões de hectares que reúne 337 municípios e abrange o bioma Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Segundo levantamento da Embrapa, existem cerca de 324 mil estabelecimentos agrícolas na região.

Anvisa discute regras para agrotóxicos

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Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) colocou em discussão três propostas para atualizar as regras para agrotóxicos no Brasil. O prazo para quem quiser participar das consultas públicas vai até quinta-feira (20).

A primeira consulta pública tem como objetivo definir os critérios de avaliação toxicológica de agrotóxicos e seus componentes. A proposta deve estabelecer critérios mínimos e procedimentos para submissão adequada dos dossiês de registro, inclusive quanto ao uso de métodos alternativos; a exigência do parecer de análise técnica da empresa, no qual a empresa poderá apresentar uma avaliação técnica crítica sobre seu produto; a  possibilidade de aceitação de pareceres de autoridades de outros países para aprovação do produto no país (work sharing); o que se entende por produto de baixa toxicidade; o acompanhamento sistemático da produção por meio do relatório anual de produto; e a relação de componentes de uso proibido ou que deve ser descontinuado no país, considerando as características danosas à saúde.

Muitos desses itens, segundo a Anvisa, são demandas antigas de regulamentação ou trazem impacto na rotina diário de trabalho da agência.

Bulas e rótulos

Já a segunda consulta pública trata das diretrizes e exigências referentes à autorização de registros, renovação de registro e extensão de uso de produtos agrotóxicos e afins. A revisão, de acordo com a Anvisa, é necessária devido à evolução do conhecimento na matéria durante um período de mais de duas décadas da norma em vigor.

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Crianças autistas, gente morrendo de doenças crônicas. O que o glifosato tem a ver com isso?

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Uma leitura terrível sobre o glifosato, sementes transgênicas e a Monsanto. Como os dois artigos estão reproduzidos em site do Movimento Sem Terra – MST, muitos vão reagir negativamente, por causa da questão política. Mas vale a pena ler, até para servir de base para refletir sobre o assunto, principalmente sobre o fato de que poderia ser compensador, até financeiramente, cultivarmos lavouras menos dependentes de agrotóxicos.

Clique aqui para ler os artigos do Eco21 e de Jeff Ritterman. Aproveite também e leia o artigo de Carta Maior, “25 doenças que podem ser causadas pelo glifosato”.

Bahia amplia o número de embalagens devolvidas no campo

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De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV), entre janeiro e setembro de 2014, a Bahia devolveu 2.817 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas. Este número corresponde a uma ampliação de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que reflete o compromisso dos agricultores associados da Aiba em cumprir a legislação ambiental.

A lei federal n° 9.974/2000 determina que todas as embalagens de defensivos devem ser devolvidas no prazo de até um ano, contado da data de sua compra. Na Bahia, o cumprimento desta legislação federal é tida como condicionante no processo de licenciamento ambiental, como explica a diretora de Meio Ambiente da Aiba, Alessandra Chaves. “ A legislação ambiental da Bahia se baseia na lei federal e determina que qualquer atividade que cause impacto ambiental, precisa da gestão dos resíduos sólidos. O produtor do Oeste baiano está atendo a legislação e, atualmente, devolve 95% das embalagens que são utilizadas no campo”, disse.

O processo de recolhimento tem início na propriedade rural com a separação das embalagens por capacidade de volume. Em seguida, elas passam por um processo de tríplice lavagem e depois são armazenadas atendendo as obrigações fitossanitárias. Vencida esta etapa, o produtor agenda a entrega do material na Central Campo Limpo, unidades do InpEV distribuídas por todo o país, que fazem o trabalho de gerenciamento das embalagens através da logística reversa e cuidam também da destinação final do produto.

No Oeste da Bahia existem seis unidades do sistema Campo Limpo, localizadas nos seguintes endereços:

Barreiras – km 868 da BR 020/242, Fazenda Nova Esperança, zona rural.

Telefone: (77) 3628 4929 / (77) 3628 6590

Roda Velha – Km 141 da BR 020, zona rural de Roda Velha.

Telefone: (77) 3628-4929 / (77) 9916-5570

Rosário – BR 020, Fazenda Passagem Funda, zona rural de Correntina, a 10 km da Vila Rosário.

Telefone: (62) 9946-3801 / (62) 9945-7851

Coaceral – BR 135, zona rural da Vila Coaceral. Referência: 20 km depois de Formosa do Rio Preto, virar a esquerda na BA 225 e percorrer mais 90 km.

Panambi – BA 225, zona rural da Vila Panambi, a 200 km de Formosa do Rio Preto. Referência: fica à direita, no entroncamento de Dianópolis para Garganta.

Campo Grande – Km 267 da BR 135, zona rural da Vila Campo Grande em São Desidério.

 

Barreiras comemora a 10ª edição do Dia Nacional do Campo Limpo

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Central de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos do município envolverá alunos e agricultores em ações de conscientização ambiental. Ações de conscientização ambiental serão promovidas em escolas e comunidades em mais de 100 unidades de recebimento em 23 estados brasileiros.

O Dia Nacional do Campo Limpo (DNCL) chega a sua décima edição. Comemorado desde 2004, a data já reuniu quase 1 milhão de pessoas de todo o Brasil para compartilhar os resultados do Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos) que é referência no País e no mundo. A iniciativa une os envolvidos no Sistema, o inpEV – instituto que representa a indústria fabricante de defensivos agrícolas na destinação desse material –, agricultores, distribuidores, escolas, autoridades e a comunidade para divulgar a conservação ambiental no campo. Em 2014, as atividades terão início na data oficial, 18 de agosto, e a comemoração deve envolver mais de 100 unidades de recebimento de 23 estados brasileiros. A solenidade oficial de abertura acontecerá em São Paulo, no congresso da Andav (Associação dos Distribuidores de Insumos Agropecuários). Continue Lendo “Barreiras comemora a 10ª edição do Dia Nacional do Campo Limpo”

A produção agrícola carece de racionalidade para regular e fiscalizar defensivos

Os produtores rurais tentam convencer o governo a criar uma autarquia para cuidar de agrotóxicos. Afirmam que a legislação brasileira é ultrapassada e que a autorização para que um novo produto seja vendido leva até seis anos. Nos Estados Unidos, sai na metade do tempo. No sonho de seus idealizadores, a autarquia seria uma forma de driblar os processo burocráticos dos ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura e da Anvisa. A informação é Teresa Perosa, na coluna de Felipe Patury, da revista Época.

A inabilidade do Governo em regulamentar e fiscalizar um setor tão importante quanto o de defensivos agrícolas e pecuários só tem paralelo com aquela mesma falta de trato das ONGs fundamentalistas. É preciso produzir no País com determinação e com uma visão realista do que são agrotóxicos que podem contaminar consumidores, operadores e meio ambiente. O conflito de interesses da poderosa indústria de defensivos não deve prevalecer; nem os das organizações do terceiro setor alienígenas. O que deve prevalecer é mesmo o Senhor Mercado, principalmente o europeu, que restringe uma série de agrotóxicos na agricultura. Se o Brasil pode produzir alimentos cada vez mais orgânicos, com certificação, ganhará sempre uma parcela significativa de mercado.