Tribunal do Oeste: posição dos magistrados é rechaçada pelo Governo e AGU

Eserval Rocha
Eserval Rocha

A Advocacia Geral da União (AGU) e o Governo da Bahia, em pareceres, se manifestaram de forma contrária a ação direta de inconstitucionalidade, impetrada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), contra a Lei Eserval Rocha, que cria a Câmara do Oeste do Tribunal de Justiça.

A ação é relatada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta para criar a Câmara do Oeste foi apresentada pelo desembargador Eserval Rocha, presidente do Tribunal de Justiça da Bahia.

A AGU afirmou que a Constituição Federal, através da Emenda à Constituição 45/2004, “institui a possibilidade de criação de Câmaras regionais, com o objetivo de incentivar a descentralização dos funcionamentos dos Tribunais de Justiça” para facilitar o “acesso ao segundo grau de jurisdição para os cidadãos que vivem em localidades distantes das capitais das unidades federativas”.

A Advocacia-Geral, em seu parecer, destaca que a Lei Eserval Rocha encontra amparo legal na Lei de Organização Judiciária da Bahia (Loman), e que o projeto de lei foi criado diante da necessidade da região de ter um órgão da Justiça de segundo grau, diante sua distancia com a capital, e que nem a videoconferência e o processo digital podem “substituir determinados atos os quais sempre demandarão a presença das partes e dos seus advogados”.

As iniciativas em prol do desenvolvimento do chamado “Além São Francisco” parecem sempre sofrer uma reação, nem sempre justa, nem sempre justificável. Que à Justiça da Bahia faltam recursos financeiros e de pessoal, todos sabem. Mas tentar arguir inconstitucionalidade à uma iniciativa prática e de rara eficácia, parece um exagero.

ACM Neto defende descentralização para o Oeste baiano

O deputado ACM Neto (DEM) disse ontem (22) que o Governo do Estado precisa criar um modelo de administração regional para a região Oeste da Bahia. “Enquanto a questão da criação do estado do Rio São Francisco não avança no Congresso Nacional, já que existem vários outros projetos que visam a criação de estados tramitando em Brasília, acho que devemos evoluir para a discussão sobre a descentralização administrativa do governo da Bahia”, disse Neto, em entrevista à Rádio Vale, de Barreiras.
Para o Deputado, o Governo do Estado deveria ter uma espécie de sede regional em Barreiras, com poder de decisão nas mais diversas áreas, como segurança, saúde e educação. “Assim, o Oeste da Bahia estaria melhor contemplado nas áreas de atuação do Estado”. Ele citou como exemplo a área da segurança pública, que precisa cada vez mais ser descentralizada nos grandes centros regionais do estado. “Isso poderia resultar em ações mais efetivas no combate ao crime organizado”.