
Um dos principais argumentos de Oziel Oliveira durante sua campanha, contra a gestão de Humberto Santa Cruz, era o grande volume de aluguéis pagos pelos cofres do Município de Luís Eduardo Magalhães. Acredito que estava certo. Não existem motivos plausíveis para uma prefeitura rica, que recolhe quase 1 milhão de reais em cada dia útil, deixar de construir prédios próprios em favorecimento de pagar aluguéis a terceiros.
Só que agora se vê que Oziel repete os erros de Humberto, que ele tanto criticou. Só no dia 26 de fevereiro do corrente ano, o Prefeito assinou 13 contratos de locação perfazendo um valor global ao ano de R$ 1.934.889,00. A maioria dos contratos tem correção monetária bem acima da média inflacionária desprezível dos últimos dois anos.
Seria o caso de perguntar por que os prefeitos preferem locar prédios, com valores absurdos, do que construir em terrenos próprios da Prefeitura?
Melhor não perguntar, não acham? A resposta poderia vir acompanhada de uma série de impropérios de munícipes indignados.
Veja abaixo a relação dos prédios cujos contratos foram renovados em 26 de fevereiro. Os valores após a descrição do imóvel são do valor global dos contratos:
Escola Jardim Paraíso – R$ 50.787,00
Escola Municipal Ermínio Carlos Brandão – R$ 153.468,84
Centro Municipal de Educação Infantil – CEMEI – R$ 108.000,00
Escola Onero Costa – R$ 88.220,76
Esc. Pedro Paulo Corte Filho – R$ 135.000,00
Depósito de Móveis Danificados – R$ 49.806,84
Prédio da Assistência Social e Sec. de Administração – R$ 318.000,00
Prédio do Gabinete do Prefeito – R$ 356.498,88
Anexo do Centro Administrativo – R$ 192.666,96
Núcleo de Endemias – R$ 20.269,92
Escola Zilda Arns, Almoxarifado e Infraestrutura – R$ 411.382,80
Escola Cecília Meirelles – R$ 50.787,00
É bom deixar claro que, por não ter acesso à íntegra dos contratos, não sabemos se existem laudos de avaliadores para a determinação dos valores locatícios, que conforme o mercado, devem ficar em torno de 0,8% do valor do prédio por mês.
Também é bom deixar claro que esse valor global de locação é apenas uma parte dos mais de 4 milhões de reais que a Prefeitura paga anualmente. No ano de 2017, Oziel torrou R$3.358.043,00 (três milhões e trezentos e cinquenta mil e quarenta e três reais) com o pagamento de locações de imóveis. A quantia este ano deve ser bem maior.
O custo unitário básico (CUB) de construção do metro quadrado do galpão, iguais ao que a Prefeitura usa, conforme o Sinduscon-Bahia, estava em janeiro a R$738,64.
Considerando os valores dos aluguéis do ano passado, R$3.358.043,00, a Prefeitura poderia construir, ao longo de 12 meses, apenas com o valor dos aluguéis, 4.546 metros quadrados.
Isso daria para edificar 5 grandes prédios de mais de 800 metros quadrados ou 20×40. Veja que nem todos esses prédios foram alugados com paredes divisórias, nem iluminação, muito menos forro e ar condicionado.
As divisórias de meia parede do prédio central da Prefeitura só depõem contra o capricho dos gestores que por ali passaram.
