
O presidente Jair Bolsonaro voltou a reclamar do Supremo Tribunal Federal (STF) pela decisão da Corte que impediu a posse do delegado Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal. De acordo com o chefe do Palácio do Planalto, isso representou “mais uma brutal interferência do STF no Executivo, não podemos concordar com isso”.
Em um recado à Suprema Corte, Bolsonaro disse estar “sendo consciente e complacente demais”.
“Não quero dar soco na mesa e afrontar ninguém, mas peço que não afronte o Poder Executivo”, enfatizou, em entrevista à BandNews.
“Não queremos medir força com ninguém. Nós queremos administrar e conduzir o Brasil a um porto seguro. Afinal de contas, têm muitas incertezas no ar”, acrescentou.
Bolsonaro ainda fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF que apura a produção de notícias falsas e ofensas contra magistrados da Corte.
No fim de maio, Moraes pediu que apoiadores do chefe do Executivo e parlamentares pró-governo fossem investigados.
“É um inquérito que serve para o interesse apenas dele. Ele é vítima, ele interroga, ele julga e ele condena. Isso não é justo, no meu entender, porque está à margem da legislação brasileira. Isso é um foco de atrito”, protestou.
“Até busca e apreensão foram realizadas na casa de 29 simpatizantes meus, nenhum da oposição. Isso não soa muito bem no Estado democrático de direito. Isso, obviamente, é um foco de atrito que o Supremo tem que superar.”
Acho muito engraçado o insigne, douto e equânime Presidente da República. Ele permite que um ministro, no caso o sr. Abraham Weintraub, chame os ministros do Supremo de bastardos, passa paninho para o maluco, como fez ontem, e acha ruim quando Alexandre de Moraes toma a iniciativa de combater, através de ação judicial, de ação contra notícias falsas e de infâmia, calúnia e difamação.
O Sr. Presidente quer o confronto, estica as cordas, para se tornar um imperador, cidadão acima da lei, da Justiça, do Congresso e do pacto federativo, com o apoio explícito de milícias e militares de pantufas.
Um corvo não arranca os olhos de outro corvo, diziam os romanos. Bolsonaro precisa aprender essa lição.
